terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

MANUEL DA CRUZ MALPIQUE (Nisa, 1902 - Porto, 1992)


O Projeto "Tertúlias Augusto Cabrita" realiza-se há sete anos letivos no Barreiro, nas instalações  da Escola Secundária (hoje Agrupamento) que recolheu, como patrono, o nome desse barreirense ilustre (Augusto Cabrita). Da multiplicidade e riqueza dos temas tratados nesse projeto e do desenvolvimento das diversas sessões, dirigidas a docentes, discentes, familiares  destes e a interessados que queiram assistir, pode procurar-se relato no Facebook buscando precisamente por  "Tertúlias Augusto Cabrita". 
Feita esta brevíssima e muito incompleta introdução convirá dizer quem uma das preocupações do projeto foi, em cada época, homenagear um  (ou vários) professores que, por alguma forma, se tenham especialmente distinguido no essencial e sempre difícil mister de educar. Se nas 4 primeiras épocas essas evocações tiveram lugar em sessões especiais, que adquiriam ou estava previsto decorressem num sarau artístico de instalação e caráter mais amplo, a alteração desse formato determinou, para as  três ultimas épocas, uma modificação no conteúdo da homenagem, agora posicionada  como uma das próprias tertúlias - mas editando uma pequena edição biográfica em que igualmente se desse conta do motivo da homenagem e se apresentasse(m)  um ou mais textos do homenageado. Foi este o caso  das homenagens aos professores Bento de Jesus Caraça (Outubro de  2015),  Fernando Lopes Graça (Novembro de 2016) e Manuel da Cruz Malpique (Outubro de 2017) [2]. Com a devida vénia à organização dessas Tertúlias traz-se esta informação e reproduziu-se supra o rosto da ultima dessas três obras,  recordando que o Professor Manuel da Cruz Malpique, como se refere no respetivo preâmbulo, "sempre granjeou o reconhecimento  dos que beneficiaram da sua erudição, convívio , ensino e amizade que sempre soube manter numa trajetória letiva e pessoal que iria abranger liceus de Lisboa, Faro, Angra do Heroísmo e Luanda até ao seu ingresso no quadro do Liceu de Alexandre Herculano, no Porto, onde lecionou História e Filosofia desde 1948 até atingir a reforma.". O texto de apresentação que inicia a referida edição, bem como o proferido na própria tertúlia evocativa, foram conduzidos pelo Dr. Rui Abrunhosa. Ainda, do respetivo preâmbulo, se transcreve a informação de que "a obra de Cruz Malpique é extensa, multifária e está em grande parte dispersa, a reclamar inventário. Dela, além do grande número de livros publicados ( e muitos deles dedicados ao ensino, ao método e ao convívio de docentes e discentes) e do material inédito entregue à Biblioteca Municipal do Porto, há que igualmente registar a sistemática  colaboração que, desde a juventude, veio a manter na imprensa periódica, nomeadamente regional", Excelente "dica" esta para uma ou mais teses.

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[1] Sem afetar, quanto ao suporte, a opinião expressa na postagem de 20 de Julho de 2017, esta referência mantem-se pelo mérito, utilidade e necessidade da informação contida, digna aliás de constituir um sítio próprio.
[2] Medito quão oportuna poderia ser a recuperação sob forma identica das homenagens anteriores. realizadas nas 4 primeiras épocas das "Tertúlias".

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

POESIA... NO FUTEBOL

O "Anjo de Pernas Tortas" ou "Garrincha"

Um soneto de Vinicius de Morais:


O ANJO DE PERNAS TORTAS

A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento!

Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.

Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Gooooool!
É pura imagem: um G que chuta um O
Dentro da meta, um L. É pura dança!
Vinícius de Morais