ADENDA FEITA PREFÁCIO PÓSFEITO: É estranho este quadradinho, n´é, que pode bem significar um túnel sem fundo e sem luz? Não percam a curiosa explicação que dele será feita na página de 31 de Outubro!
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1.A
descrição da bandeira nacional, da esfera armilar e do escudo que nela se contém
pode encontrar-se em várias fontes, e nomeadamente pode encontrar-se
suficientemente detalhada na Wikipedia [1]:
“Dentro de uma
borda branca, cinco quinas (pequenos escudos azuis), com seus cinco besantes
brancos representam as cinco chagas de Cristo quando crucificado e popularmente
associadas com o “Milagre de Ourique”. […]Assim, em gratidão a Jesus [pela
vitória nessa batalha, D. Afonso Henriques] incorporou cinco escudos (quinas)
dispostos em forma de uma cruz, representando a vitória divina conduzida sobre
os cinco reis inimigos cada um carregando com as cinco
chagas de Cristo na forma de besantes de prata. A soma de todos os
besantes (sendo os besantes centrais contados duas vezes) daria trinta,
simbolizando os 30 dinheiros que Judas teria recebido pela traição a Jesus Cristo. […]”
2.Que os
besantes, em heráldica, representam dinheiro está bem patente em dois textos,
retirados de uma outra fonte [2] e que se apresentam sem interrupção:
“ […] Deu-se em 1143 «a entrada de
um elemento novo na composição do brasão»… «os besantes ou dinheiros»,
cujo significado heráldico é o de resgate (pago pela libertação do cavaleiro
que os ostentar no seu escudo, certamente não o caso de Ibn Anrik, que nunca caiu nas mão dos mouros…) ou o direito de
cunhar moeda (o que se aplica certamente a um recém aclamado rei). […] No
reinado de Dom Sancho I (1185-1211) aparecem as “quinas”, escudetes carregados de
besantes (círculos), que se dizem representar as cinco chagas de Cristo
crucificado, enquanto que os vinte e cinco besantes, duplicando os cinco do
escudete central, representariam as trinta moedas da traição de Judas
Iscariotes. No entanto, é certo que os besantes não eram inicialmente cinco em
cada escudete, aparecendo mais frequentemente onze.[…]”
3.
Representando pois os besantes dinheiro sob a forma de moedas, não deixa de ser
já significativa a sua relação com um “resgate” e, bem assim, poder-se
constatar, com a diminuição histórica do seu número, um certo empobrecimento em
montante do símbolo nacional. Porém essa diminuição teve uma consequência pior:
permitiu que, com uma ginástica geométrica (a dupla contagem do escudete
central) se pudesse fazer uma leitura de mau gosto, evidentemente pietista e
que com outros números não seria possível, associando-os aos 30 dinheiros percebidos
e não declarados por Judas, frequentemente representado como o mestre em finanças do grupo (não se arrisca a
procura da universidade e curso que lhe poderiam ter dado a bolsa com que o pintam).
4. Reparando
no formato dos escudetes que contém os besantes, não pode deixar de se notar a
sua semelhança com bolsos – bolsos que, cada um, conterão as 5 atuais moedas.
Assim sendo, e sem habilidades, o escudo conterá 5 bolsos, naturalmente abertos
em cima, e cada um contendo e retendo 5 moedas – logo um pecúlio de 25 moedas heráldicas no
total.
5. Sendo um
bolso normalmente aberto em cima e contendo moedas, o que sucede quando se
inverte? É a perda do que nele se tem. E
não é de facto o que pretende um ministro de fala-lenta (na apropriada aceção
de Simon Wejntraut [3]), do lado daqueles que se obstinam em dizer que foi o
gastamento [4] da malta e não, entre outras façanhas externas e internas, a desindustrialização e a
desmobilização agrícola e pesqueira e a exportação terceiro-mundista de alguns dos recursos
do País (quantos anos de maioria absoluta e de quem os teve?), a causa das
coisa. Bandeira ao contrário = bolsos vazios, coincidência significativa e premonitória.
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[4] na aceção
da pag.643 da 2ª Edição do Dicionário de Sinónimos da Porto Editora, Porto,
1995
Imagem:cortesia ao blog "Nesta Hora".