1. Estabeleça-se e estude-se em muito pormenor a hipótese de ação constante de um plano que se rotula como Plano B e que sigilosamente se guarda.
2.Desenvolva-se seguidamente o que se vai designar por Plano A, incluindo e superando o plano B com conteúdos temerários adicionais mas condicionando estes aos limites de previsível rutura.
3.Rodeiem-se essas medidas adicionais de argumentos de indispensabilidade complementados de argumentos de temporalidade e de complexidade técnica e de um discurso com terminologia própria para lhes dar respeitabilidade junto da massa menos esclarecida e quiçá mais volumosa de destinatários que se creiam incautos.
4.Conte-se pois com uma inércia, comodismo, impreparação política e mesmo (mas cuidadosamente) de terror da população-alvo como pode ser medido por reveladores mensuráveis como, por exemplo, a evolução da taxa de absentismo em actos eleitorais sucessivos ou a sucessão de sondagens credíveis (levando essa análise até às segundas derivadas e recorrendo à teoria das catástofes para uma deteção precoce de eventuais ruturas).
5.Promovam-se campanhas provenientes de segundas linhas, mas com referências pontuais e incisivas por primeiras figuras, visando desacreditar o limitado activismo e desccredibilizar os orgãos de regulação e controlo.
6. Lance-se então o Plano A, seja pelo bater de ruidosas chancas, em discurso e cenário próprios, seja por discretos "pezinhos de lã" e meçam-se as subsequentes respostas.
7.Se uma extremada resistência do meio ou a resposta dos órgãos de regulação e controlo não permitem o prosseguimento do Plano A, admita-se a benesse de um recuo e faça-se surgir o Plano B, que desde sempre esteve na calha, eximindo como mérito próprio a humildade de uma tal retirada, apresentando-a como "limitação de avarias" e de capacidade de ouvir e fazendo recair eventuais consequências sobre incompreensões colectivas ou comportamentos que reticentemente se dirão legítimos das entidades que a determinaram.
8.Caso as resistências do meio sejam frouxas ou as respostas dos órgãos de regulação e controlo, mesmo que adversas, sejam relativamente inoperantes, institui-se o Plano A reclamando o seu mérito global, através da compreensão e aceitação recebidas. A minimização de vozes discordantes só deverá ter lugar a partir de um limiar incontornável de conhecimento geral e sempre através de uma segunda linha; até lá ignoram-se.
9.Deve evitar-se a existência de um eventual Plano C ou o conhecimento de quaisquer debates nesse sentido mesmo que fora-de-registo ou em pequeno-gabinete -- situações que, essas sim, revelariam uma impreparação ou descoordenação de proponentes.
10.A análise anterior corresponde a uma tentativa de registo e sistematização de um conjunto de eventos recentes,, que item a item e "urbi et orbi" podem ser exemplificados, não sendo necessariamente completa nem traduzindo (antes pelo contrário) as opiniões de quem a apresenta. Igualmente não se aceitam quaisquer responsabilidades pelo possível insucesso de quem a pratique e considere má informação e arrogância como chaves de sucesso.