quarta-feira, 30 de novembro de 2005
terça-feira, 29 de novembro de 2005
Essa vida de "spammer"...
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Na verdade, o aumento de segurança determina por vezes a actuação de programas-guardiões que, para prevenir o pior, fecham demasiadamente as portas e são rigorosamente inflexíveis, aliás como seria de esperar, na detecção de um anexo potencialmente nocivo ou de "malicious content".
Uma das técnicas desses sistemas de segurança reside precisamente no exame dos textos. Se certas frases ou combinações de palavras sugerem "spam", então ou esse anexo, se for anexo, salta fora e recebe-se um e-mail rigorosamente nu, ou o "e-mail" suspeito é dirigido no seu todo para um destino de quarentena mas, seja dito, para a maior parte dos casos continhua a ocupar o volume de caixa disponível e asim permanecerá até ser mandado às malvas, que é uma forma campestre de dizer "delete".
E então de que se lembraram os incríveis spammadores? De intercalar num texto potencialmente suspeito uma maior quantidade de palavras não suspeitas que aparentemente não tentam qualquer sentido e que são retiradas de um paleionário adrede preparado e que já deve estar disponível em circuitos comerciais. Em alguns casos até tem graça, quando simula mesmo uma prosa estranhamente criativa. Vejamos o que acabo de receber:
curbside you zhbtpbehj diatribe me, paoli aura blanch molecule .
basilar you sooth me, odorous bracken .
athlete you meyer me, jerji prance refereeing napkin anticipate .
barclay you dogbane me,widzsup barbaric elegiac intellectual .
navy you budapest me, bvqfe incandescent mightn't campaign galilee" .
segunda-feira, 28 de novembro de 2005
Congés payés
domingo, 27 de novembro de 2005
sábado, 26 de novembro de 2005
Der Papst gegen Daniela Mercury
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ANTÓNIO! Empresta-me aquela caricatura que tanta chatice te deu, com a dita pendurada no anterior narigão sumal! Porque, ali também e pelos vistos, cada sacholada, uma minhoca!
sexta-feira, 25 de novembro de 2005
Notturno / Nocturno
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La collina è notturna, nel cielo chiaro.
Vi s'inquadra il tuo capo, che muove appena
e accompagna quel cielo. Sei come una nube
intravista fra i rami. Ti ride negli ochi
la stranezza di un cielo che non è il tuo.
La collina di terra e di foglie chiude
con la massa nera il tuo vivo guardare,
la tua boca ha la piega di un dolce incavo
tra le coste lontane. Sembri giocare
alla grande collina e al chiarore del cielo:
per piacermi ripeti lo sfondo antico
e lo rendi piú puro.
Ma vive altrove.
Il tuo tenero sangue si è fatto altrove.
Le parole che dici non hanno risconto
con la scabra tristezza di questo cielo.
Tu non sei che una nube dolcissima, bianca
impigliata una notte frai rami antichi.
quinta-feira, 24 de novembro de 2005
Os reis visigodos ou "e nós também viemos destes"!
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"[...]
quarta-feira, 23 de novembro de 2005
terça-feira, 22 de novembro de 2005
Sugestão curricular
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Introduzir uma cadeira de Doutrina Social da Igreja nos cursos de Gestão da Católica.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2005
História comparada
domingo, 20 de novembro de 2005
sábado, 19 de novembro de 2005
sexta-feira, 18 de novembro de 2005
Honestidade intelectual
Passou a noite inteira a trabalhar. Às dez p.m. escrevera o título no écran do monitor, ainda leitoso e cheio de vazio: "Comentário a Um Texto de Donatella della Porta, por Constantim Mendes". Agora, horas passadas, cinco batidas no monstrinho de pêndulo, sentiu um arrepio de honestidade intelectual. Salvou, por causa das bruxas, e amarinhou pelo texto acima até poder, no topo, deixar patente essa co-autoria escondida: "Comentário a Um Texto de Donatella della Porta, por Constantim Mendes e Jack Daniels."
quinta-feira, 17 de novembro de 2005
Movimentações bloguistas (ou blogosas?)
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1. Saudação a "Fábrica Sol"
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Desde o dia 15 que, a título experimental, está na "blogosfera" o "Fábrica Sol", blog de ensaio do Grupo de Trabalho do Arquivo CUF-QUIMIGAL, a que se pode aceder através do endereço electrónico
Segundo nele se afirma, a sua finalidade é dar a conhecer textos e trabalhos conexos à sua base documental. Embora eu, nesta matéria, conviva bem com uma parcialidade interventiva, desejo-lhe muita sorte, longa vida e o máximo possível de finalidade cumprida.
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2. Al-maqqari
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Substituído por uma fria mensagem de erro em
perdi o contacto com este colega da blogosfera, que amavelmente visitava o "Sai-te..." de tempos a tempos. Contrariado, vou retirá-lo da lista de ligações (links), esperando e agradecendo uma indicação do novo endereço electrónico em que actualmente "blogue".
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
terça-feira, 15 de novembro de 2005
O arquivo redondo
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segunda-feira, 14 de novembro de 2005
S.Domingos, numa obra de 1907
1º A céu aberto;
domingo, 13 de novembro de 2005
Onde chegamos ou "onde é que eu já li isto?"

e o "e-mail" que motivou:
To: provedor@jn.pt
Subject: Anúncio anónimo de conteúdo político, identificado como "Publicidade" (JN, Sul, 2005.11.12, pag.19)
Exmo. Senhor Provedor do Leitor do Jornal de Notícias
1. Venho pela presente PROTESTAR contra o critério de quem aceitou, sem identificação da entidade ponente, o anúncio "Um Apelo à Razão" constante com nota de "Publicidade" da parte inferior esquerda da pag. 19 da v/edição SUL, pelo menos, do dia 12 do corrente mês de Novembro de 2005, sábado, e de quem autorizou a respectiva edição.
2. De facto tal anúncio tem um evidente conteúdo político, concluindo por um apelo ao voto em branco, como aliás decorre, a menos de surpreendente casualidade, da sua própria localização dentro da secção epigrafada "Política" que, nessa edição, vai da pag.15 à pag.19.
3. Independentemente do teor da referida publicidade, dirigida num estilo de "manifesto" não a um grupo específico mas aos leitores em geral, considero que, em democracia, existe a liberdade de escrever e de fazer publicar o que não esconda a responsabilidade do remetente e não cerceie o direito de qualquer destinatário poder identificar a proveniência da mensagem que lhe é remetida.
4. De outra forma, considerando comprometido tal direito e bem contrariado por isso como leitor assíduo do JN que de há décadas sou, terei de concluir que tal mensagem cai na responsabilidade do Jornal. Será este o caso?
Agradeço o V/ esclarecimento.
Com cumprimentos,
[segue-se neste e-mail, expedido hoje, a assinatura e a identificação completa do remetente]
sábado, 12 de novembro de 2005
Dos "Aforismos e desaforismos de Aparício", de José Rodrigues Migueis
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"Semeia escravos, colherás guerrilheiros."
sexta-feira, 11 de novembro de 2005
No regresso da "fuga para o Egipto"
Não sabia então quanto iria aprender neste exercício. Mesmo num rapaz que, no que resta da minha juventude, já conta com vários recauchutos, há sempre lugar para humildemente aprender qualquer coisa e, já que não há bolinhos de bacalhau, vamos nisso. Conhecia a referência bíblica, conhecia o livro do Mário Claudio, conhecia diversas representações da “fuga” mas nunca tinha pensado o quanto, nas artes figurativas, mereceu uma tão frequente e multiforme invocação. E, de facto, mereceu. Eu, por mim, só dei uma muito pequena amostra e, passado o tempo de nojo, dela me despedi - pelo menos por agora - com aquela interessante serigrafia da Ema Berta, que transporta a figuração ao nosso tempo. Mas há quem, em termos de compilação, tenha feito mais, muito mais. Se quem ler isto não estiver farto do tema recomendo uma paciente visita ao saite:
http://www.textweek.com/art/flight_into_egypt.htm
e certamente dar-me-á razão.
Porquê esta atracção? A referência bíblica é escassa e recolhe-se em Mateus. 2, 13-15. Depois que os Reis Magos partiram, um anjo apareceu em sonho a José e disse: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes vai procurar o menino para o matar". José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e partiu de noite para o Egipto. E ali ficou até a morte de Herodes, a fim de que se cumprisse o que o Senhor falou pelo Profeta: Do Egito chamei meu filho.” Ora dos meus tempos de menino papa-missas guardo um entusiasmo muito especial pelos Reis Magos. É verdade que, no painel de azulejos do lado esquerdo da capela mor da Igreja de Mafamude, os reis magos têm olhos de camelo e os camelos têm olhos de gente, coisa suficiente para intrigar uma coorte de meninos papa-missas ensonados em domingos do nunca-mais-acabante “tempo-depois-do-Pentecostes”. Mas o que mais me interessava, naquela figuras, é o que eu hoje chamaria de representação de várias culturas e a sua convocação especial, cumulada com o surpreendente facto de, sendo reis, serem também reconhecidos como magos. Não é por acaso que a adoração dos reis do Oriente, três, ou sete, ou doze, ocupa uma enorme parede virtual que trepa por ali acima no grande salão da arte pictórica mundial. Além disso, eles mostraram-se bem espertos, ao terem “fintado” o Herodes, pondo-o a falar sozinho enquanto afiava as facas, ao esquecerem a incumbência de passar por Jerusalém na viagem de volta. E é logo a seguir que se inicia a tal precata fuga! Tudo ligado pois!
Há quem veja simbolizados na fuga para o Egipto os que hoje “vivem em constante exílio e migração, sempre fugindo dos Herodes actuais, que se chamam perseguição, falta de moradia, fome, e sempre buscando, no desconhecido, melhores condições de vida”, os “milhões de prófugos, exilados e migrantes que vagueiam pelo mundo, longe de sua terra, dos seus parentes e amigos” num repetir da história - apud, nesta linha,
http://www.freirinaldo.com.br/pagina.asp?cod=8&tipo=1 .
Não creio, porém, que esse fosse o especial sentimento dos pintores, para quem o atractivo deveria mais existir na oportunidade de representar a sagrada família em movimento, com os enquadramentos que mais lhes parecessem adequados e trazendo, inclusive, a presença quase geral do acessório escolhido de transporte – o burro.
Antes porém de abordar o tema de “o burro da fuga para o Egipto”, um pequeno reparo: como bem assinalou uma pessoa amiga, durante as 31 fugas para o Egipto (na altura deste reparo ainda estaria nas 28 ou coisa assim, mas a extrapolação é lícita) o meu “blogue” manteve-se extraordinariamente bem comportado, sem “bocas” javardas, remoques provocadores à laranjada, tortas boli-queimadas ou outras manifestações de estragada bilis. De facto não teria ficado bem estropear, com coisas terrenas, tanta espiritualidade e aliás essa preocupação ficou bem patente desde início. Porque, reparemos todos, eu comecei a série mesmo com François Boucher, o que foi um achado de meia-conversão... pois não creio que eu andasse então a buscar em Boucher, que como Watteau era um homem muito do seu tempo, qualquer figuração próxima do puritanismo flamengo ou do pietismo italiano! Passado que foi o meu Sinai, poderei pois voltar, agora muito profanamente, a visionar aquelas deusas ou demoiselles descascadonas que os jardins e os lagos de Versailles de verão inspiravam (já que de inverno fazia muito frio...) – o que, mesmo hoje, tem algum atractivo e é arte! (2)
Posto isto, e para acabar esta conversa que já está longa, vamos ao burro. Um ser tipicamente mediterrânico, os textos bíblicos não o mencionam explicitamente aqui. A tradição também o coloca nos presépios e os evangelistas põe-no em escolhida acção quando da entrada em Jerusalém, no que hoje celebramos como domingo de ramos. Mas nas reportagens pictóricas da fuga para o Egipto ele é uma presença quase permanente e sempre modestamente útil. Como era o Fiat 600. Merece pois uma homenagem própria e final. E ela aí vai, de forma muito curiosa, tirada de http://www.apasfa.org/futuro/jumento.shtml:
"O Jumento é nosso Irmão
autores: Luíz Gonzaga e José Clementino
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É verdade, meu senhor
Essa estória do sertão
Padre Vieira falou
Que o jumento é nosso irmão
.
A vida desse animal
Padre Vieira escreveu
Mas na pia batismal
Ninguém sabe o nome seu
Bagre, Bó, Rodó ou Jegue
Baba, Ureche ou Oropeu
Andaluz ou Marca-hora
Breguedé ou Azulão
Alicate de Embau
Inspetor de Quarteirão
Tudo isso, minha gente
É o jumento, nosso irmão
.
Até pr'anunciar a hora
Seu relincho tem valor
Sertanejo fica alerta
O dandão nuca falhou
Levanta com hora e vamo
O jumento já rinchou
Bom, bom, bom
.
Ele tem tantas virtudes
Ninguém pode carcular
Conduzindo um ceguinho
Porta em porta a mendigar
O pobre vê, no jubaio
Um irmão pra lhe ajudar
Bom, bom, bom
.
E na fuga para o Egito
Quando o julgo anunciou
O jegue foi o transporte
Que levou nosso Senhor
Vosmicê fique sabendo
Que o jumento tem valor
.
Agora, meu patriota
Em nome do meu sertão
Acompanhe o seu vigário
Nessa terna gratidão
Receba nossa homenagem
Ao jumento, nosso irmão."
Além de que é cansada verdade dizer o “antes quero um asno que me leve que um cavalo que me derrube!”
A tempo: (1) Estranharão alguns que, no fim desta conversa tola e dispersada, eu não me tenha referido ao Platero. É verdade, passou-me! Mas se, em 1997, ele também não veio tosar comigo a relva dura do Barreiro, como me poderia lembrar? (2) Sempre com interesse, mesmo para além da subtileza da arte.
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
quarta-feira, 9 de novembro de 2005
terça-feira, 8 de novembro de 2005
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
domingo, 6 de novembro de 2005
sábado, 5 de novembro de 2005
sexta-feira, 4 de novembro de 2005
quinta-feira, 3 de novembro de 2005
quarta-feira, 2 de novembro de 2005
terça-feira, 1 de novembro de 2005
Lisboa, 1 de Novembro de 1755
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POEME SUR LE DESASTRE DE LISBONNE OU EXAMEN DE CET AXIOME:"TOUT EST BIEN"
O malheureux mortels! ô terre déplorable!
O de tous les mortels assemblage effroyable!
D'inutiles douleurs éternel entretien!
Philosophes trompés qui criez: "Tout est bien"
Accourez, contemplez ces ruines affreuses
Ces débris, ces lambeaux, ces cendres malheureuses,
Ces femmes, ces enfants l'un sur l'autre entassés,
Sous ces marbres rompus ces membres dispersés;
Cent mille infortunés que la terre dévore,
Qui, sanglants, déchirés, et palpitants encore,
Enterrés sous leurs toits, terminent sans secours
Dans l'horreur des tourments leurs lamentables jours!
Aux cris demi-formés de leurs voix expirantes,
Au spectacle effrayant de leurs cendres fumantes,
Direz-vous: "C'est l'effet des éternelles lois
Qui d'un Dieu libre et bon nécessitent le choix"?
Direz-vous, en voyant cet amas de victimes:
"Dieu s'est vengé, leur mort est le prix de leurs crimes"?
Quel crime, quelle faute ont commis ces enfants
Sur le sein maternel écrasés et sanglants?
Lisbonne, qui n'est plus, eut-elle plus de vices
Que Londres, que Paris, plongés dans les délices?
Lisbonne est abîmée, et l'on danse à Paris.
Tranquilles spectateurs, intrépides esprits,
De vos frères mourants contemplant les naufrages,
Vous recherchez en paix les causes des orages:
Mais du sort ennemi quand vous sentez les coups,
Devenus plus humains, vous pleurez comme nous.
Croyez-moi, quand la terre entrouvre ses abîmes
Ma plainte est innocente et mes cris légitimes
Partout environnés des cruautés du sort,
Des fureurs des méchants, des pièges de la mort
De tous les éléments éprouvant les atteintes,
Compagnons de nos maux, permettez-nous les plaintes.
C'est l'orgueil, dites-vous, l'orgueil séditieux,
Qui prétend qu'étant mal, nous pouvions être mieux.
Allez interroger les rivages du Tage;
Fouillez dans les débris de ce sanglant ravage;
Demandez aux mourants, dans ce séjour d'effroi
Si c'est l'orgueil qui crie "O ciel, secourez-moi!
O ciel, ayez pitié de l'humaine misère!"
"Tout est bien, dites-vous, et tout est nécessaire."
Quoi! l'univers entier, sans ce gouffre infernal
Sans engloutir Lisbonne, eût-il été plus mal?
Etes-vous assurés que la cause éternelle
Qui fait tout, qui sait tout, qui créa tout pour elle,
Ne pouvait nous jeter dans ces tristes climats
Sans former des volcans allumés sous nos pas?
Borneriez-vous ainsi la suprême puissance?
Lui défendriez-vous d'exercer sa clémence?
L'éternel artisan n'a-t-il pas dans ses mains
Des moyens infinis tout prêts pour ses desseins?
Je désire humblement, sans offenser mon maître,
Que ce gouffre enflammé de soufre et de salpêtre
Eût allumé ses feux dans le fond des déserts.
Je respecte mon Dieu, mais j'aime l'univers.
Quand l'homme ose gémir d'un fléau si terrible
Il n'est point orgueilleux, hélas! Il est sensible.
Les tristes habitants de ces bords désolés
Dans l'horreur des tourments seraient-ils consolés
Si quelqu'un leur disait: "Tombez, mourez tranquilles;
Pour le bonheur du monde on détruit vos asiles.
D'autres mains vont bâtir vos palais embrasés
D'autres peuples naîtront dans vos murs écrasés;
Le Nord va s'enrichir de vos pertes fatales
Tous vos maux sont un bien dans les lois générales
Dieu vous voit du même oeil que les vils vermisseaux
Dont vous serez la proie au fond de vos tombeaux"?
A des infortunés quel horrible langage!
Cruels, à mes douleurs n'ajoutez point l'outrage.
Non, ne présentez plus à mon coeur agité
Ces immuables lois de la nécessité
Cette chaîne des corps, des esprits, et des mondes.
O rêves des savants! ô chimères profondes!
Dieu tient en main la chaîne, et n'est point enchaîné
Par son choix bienfaisant tout est déterminé:
Il est libre, il est juste, il n'est point implacable.
Pourquoi donc souffrons-nous sous un maître équitable?
Voilà le noeud fatal qu'il fallait délier.
Guérirez-vous nos maux en osant les nier?
Tous les peuples, tremblant sous une main divine
Du mal que vous niez ont cherché l'origine.
Si l'éternelle loi qui meut les éléments
Fait tomber les rochers sous les efforts des vents
Si les chênes touffus par la foudre s'embrasent,
Ils ne ressentent point des coups qui les écrasent:
Mais je vis, mais je sens, mais mon coeur opprimé
Demande des secours au Dieu qui l'a formé.
Enfants du Tout-Puissant, mais nés dans la misère,
Nous étendons les mains vers notre commun père.
Le vase, on le sait bien, ne dit point au potier:
"Pourquoi suis-je si vil, si faible et si grossi?"
Il n'a point la parole, il n'a point la pensée;
Cette urne en se formant qui tombe fracassée
De la main du potier ne reçut point un coeur
Qui désirât les biens et sentît son malheur
"Ce malheur, dites-vous, est le bien d'un autre être."
De mon corps tout sanglant mille insectes vont naître;
Quand la mort met le comble aux maux que j'ai soufferts
Le beau soulagement d'être mangé des vers!
Tristes calculateurs des misères humaines
Ne me consolez point, vous aigrissez mes peines
Et je ne vois en vous que l'effort impuissant
D'un fier infortuné qui feint d'être content.
Je ne suis du grand tout qu'une faible partie:
Oui; mais les animaux condamnés à la vie,
Tous les êtres sentants, nés sous la même loi,
Vivent dans la douleur, et meurent comme oi.
Le vautour acharné sur sa timide proie
De ses membres sanglants se repaît avec joie;
Tout semble bien pour lui, mais bientôt à son tour
Un aigle au bec tranchant dévore le vautour;
L'homme d'un plomb mortel atteint cette aigle altière:
Et l'homme aux champs de Mars couché sur la poussière,
Sanglant, percé de coups, sur un tas de mourants,
Sert d'aliment affreux aux oiseaux dévorants.
Ainsi du monde entier tous les membres géissent;
Nés tous pour les tourments, l'un par l'autre ils périssent:
Et vous composerez dans ce chaos fatal
Des malheurs de chaque être un bonheur général!
Quel bonheur! ô mortel et faible et misérable.
Vous criez: "Tout est bien" d'une voix lamentable,
L'univers vous dément, et votre propre coeur
Cent fois de votre esprit a réfuté l'erreur.
Eléments, animaux, humains, tout est en guerre.
Il le faut avouer, le mal est sur la terre:
Son principe secret ne nous est point connu.
De l'auteur de tout bien le mal est-il venu?
Est-ce le noir Typhon, le barbare Arimane,
Dont la loi tyrannique à souffrir nous condamne?
Mon esprit n'admet point ces monstres odieux
Dont le monde en tremblant fit autrefois des dieux.
Mais comment concevoir un Dieu, la bonté même,
Qui prodigua ses biens à ses enfants qu'il aime,
Et qui versa sur eux les maux à pleines mains?
Quel oeil peut pénétrer dans ses profonds desseins?
De l'Etre tout parfait le mal ne pouvait naître;
Il ne vient point d'autrui, puisque Dieu seul est maître:
Il existe pourtant. O tristes vérités!
O mélange étonnant de contrariétés!
Un Dieu vint consoler notre race affligée;
Il visita la terre et ne l'a point changée!
Un sophiste arrogant nous dit qu'il ne l'a pu;
"Il le pouvait, dit l'autre, et ne l'a point voulu:
Il le voudra, sans doute"; et tandis qu'on raisonne,
Des foudres souterrains engloutissent Lisbonne,
Et de trente cités dispersent les débris,
Des bords sanglants du Tage à la mer de Cadix.
Ou l'homme est né coupable, et Dieu punit sa race,
Ou ce maître absolu de l'être et de l'espace,
Sans courroux, sans pitié, tranquille, indifférent,
De ses premiers décrets suit l'éternel torrent;
Ou la matière informe à son maître rebelle,
Porte en soi des défauts nécessaires comme elle;
Ou bien Dieu nous éprouve, et ce séjour mortel
N'est qu'un passage étroit vers un monde éternel.
Nous essuyons ici des douleurs passagères:
Le trépas est un bien qui finit nos misères.
Mais quand nous sortirons de ce passage affreux,
Qui de nous prétendra mériter d'être heureux?
Quelque parti qu'on prenne, on doit frémir, sans doute
Il n'est rien qu'on connaisse, et rien qu'on ne redoute.
La nature est muette, on l'interroge en vain;
On a besoin d'un Dieu qui parle au genre humain.
Il n'appartient qu'à lui d'expliquer son ouvrage,
De consoler le faible, et d'éclairer le sage.
L'homme, au doute, à l'erreur, abandonné sans lui,
Cherche en vain des roseaux qui lui servent d'appui.
Leibnitz ne m'apprend point par quels noeuds invisibles,
Dans le mieux ordonné des univers possibles,
Un désordre éternel, un chaos de malheurs,
Mêle à nos vains plaisirs de réelles douleurs,
Ni pourquoi l'innocent, ainsi que le coupable
Subit également ce mal inévitable.
Je ne conçois pas plus comment tout serait bien:
Je suis comme un docteur, hélas! je ne sais rien.
Platon dit qu'autrefois l'homme avait eu des ailes,
Un corps impénétrable aux atteintes mortelles;
La douleur, le trépas, n'approchaient point de lui.
De cet état brillant qu'il diffère aujourd'hui!
Il rampe, il souffre, il meurt; tout ce qui naît expire;
De la destruction la nature est l'empire.
Un faible composé de nerfs et d'ossements
Ne peut être insensible au choc des éléments;
Ce mélange de sang, de liqueurs, et de poudre,
Puisqu'il fut assemblé, fut fait pour se dissoudre;
Et le sentiment prompt de ces nerfs délicats
Fut soumis aux douleurs, ministres du trépas:
C'est là ce que m'apprend la voix de la nature.
J'abandonne Platon, je rejette Epicure.
Bayle en sait plus qu'eux tous; je vais le consulter:
La balance à la main, Bayle enseigne à douter,
Assez sage, assez grand pour être sans système,
Il les a tous détruits, et se combat lui-même:
Semblable à cet aveugle en butte aux Philistins
Qui tomba sous les murs abattus par ses mains.
Que peut donc de l'esprit la plus vaste étendue?
Rien; le livre du sort se ferme à notre vue.
L'homme, étranger à soi, de l'homme est ignoré.
Que suis-je, où suis-je, où vais-je, et d'où suis-je tiré?
Atomes tourmentés sur cet amas de boue
Que la mort engloutit et dont le sort se joue,
Mais atomes pensants, atomes dont les yeux,
Guidés par la pensée, ont mesuré les cieux;
Au sein de l'infini nous élançons notre être,
Sans pouvoir un moment nous voir et nous connaître.
Ce monde, ce théâtre et d'orgueil et d'erreur,
Est plein d'infortunés qui parlent de bonheur.
Tout se plaint, tout gémit en cherchant le bien-être:
Nul ne voudrait mourir, nul ne voudrait renaître.
Quelquefois, dans nos jours consacrés aux douleurs,
Par la main du plaisir nous essuyons nos pleurs;
Mais le plaisir s'envole, et passe comme une ombre;
Nos chagrins, nos regrets, nos pertes, sont sans nombre.
Le passé n'est pour nous qu'un triste souvenir;
Le présent est affreux, s'il n'est point d'avenir,
Si la nuit du tombeau détruit l'être qui pense.
Un jour tout sera bien, voilà notre espérance;
Tout est bien aujourd'hui, voilà l'illusion.
Les sages me trompaient, et Dieu seul a raison.
Humble dans mes soupirs, soumis dans ma souffrance,
Je ne m'élève point contre la Providence.
Sur un ton moins lugubre on me vit autrefois
Chanter des doux plaisirs les séduisantes lois:
D'autres temps, d'autres moeurs: instruit par la vieillesse,
Des humains égarés partageant la faiblesse
Dans une épaisse nuit cherchant à m'éclairer,
Je ne sais que souffrir, et non pas murmurer.
Un calife autrefois, à son heure dernière,
Au Dieu qu'il adorait dit pour toute prière:
"Je t'apporte, ô seul roi, seul être illimité,
Tout ce que tu n'as pas dans ton immensité,
Les défauts, les regrets, les maux et l'ignorance."
Mais il pouvait encore ajouter l'espérance.
(= François Marie Arouet,

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