sábado, 8 de abril de 2017

Um apelo...voltado a Barrancos

Por várias razões andei às voltas pelas grandes minas do Sul. Existem (e existirão) excelentes trabalhos sobre várias destas - e muito ainda haverá que sobre elas escrever.  Mas, ao que eu me apercebo, existem recantos em que a bibliografia histórico-mineira ainda entrou devagarinho ou mesmo não entrou. É esta a situação singular das minas de Barrancos, que muitas foram e que poderiam construir uma boa história, uma boa tese, uma verdadeira exemplificação de como os registos do Polido, passaram aos diplomas de descobridor legal atribuído ao Polido, às concessões do Polido, à empresa mineira do Polido já em Lisboa, à Polido Copper Mines em Londres, à Ardila  Copper Mines, já com menos ou  sem Polido, também em Londres - tudo isto no antigamente, num flagrante exemplo de como um minério não muito abundante em reservas mas muito rico  foi sendo deslocalizado em sede social até terminar esse primeiro ato num jogo de transmissões entre ingleses. Pelo caminho, ficou o desastre da mina de Minancos, que, em tempos de "Germinal", fez comoção nacional e chegou à mesa do Rei, com reflexos regulamentares e políticos. Apagada essa primeira fase nos pergaminhos e nas crises, o saliente de Barrancos, na sua parte barranquenha, manteve o interesse do Serviço de Fomento Mineiro, com atividades no local,  e até uma das suas minas, Aparis, abasteceria regularmente com concentrados a metalurgia de cobre da CUF, no Barreiro, até quase ao fim de vida de ambas. E não há quem se dedique a estudar isto tudo? Procuram-se temas de tese e, por vezes, ignoram-se mananciais disponíveis. Apelo a que se queira saber mais sobre isto, a que se  aborde  e conte  a história  e a memória mineira de Barrancos, e, a quem tal firmemente interesse,  poderei dizer  algo mais sobre  onde fazer a prospeção e pesquisa inicial do trabalho, numa abordagem que considero já bem concreta e documentada para tão rico  filão!

Quanto a outros locais alentejanos, bem mais recentes, e ao desatino nacional do "divórcio MM", ou "M sem M", que ingloriamente persiste,  a história falará um dia. Mas a narrativa escassamente  existente  das minas de Barrancos, e não só,  poderia anunciar já o fado de outras, cada uma na sua escala, conteúdo e sobretudo destinação de lucro, dentro do adágio navegador de "grande nau, grande tormenta"....