quarta-feira, 31 de março de 2010

Ruídos sem (ou com) sentido

Joseph Pujol (1857-1945) [1]

Nada mais ininteligível que os borborigmos frequentemente debitados por alto-falantes de conhecidos aeroportos [2]. Fazem lembrar declarações tão sonorosas quão vazias de muitos rereputados próceres, nossos ou alheios [3]. Não seria possível passar as mensagens de uns e outros por écrans correntes, para que - pelo menos - se pudessem entender por leitura (já que compreendê-las... isso... remete claramente para outro "grau")? Uff!

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[1] Veja-se a biografia deste insigne e bem ventilado gaulês em www.findagrave.com um endereço soturno mas de grande utilidade para o investigador e onde se encontrou a sua vera efígie apresentada supra, que se agradece. Ao fazê-lo, não se perca de vista um outro cidadão, mais esquecido, que se chamava Leon Purkasz e era polaco (1842-1942), a visitar em www.varkoume.net.
[2] O de Lisboa está incluído, tendo motivado este apontamento. Não se percebia peva - e o aeroporto nem estava demasiadamente superlotado nem, por qualquer forma ou outras causas, ruidoso.
[3] Sobre ruídos e malsinações de actualidade: não se pode deixar de assinalar como vários actores responsáveis, que se pressentiram navegar entre o complacente e o tendencioso por detrás de várias expressões públicas recentes sobre iniciativas de conteúdo político, se transfiguram hoje em veementes denunciadores de calúnias ofensivas e insultuosas, ao sentirem que um mesmo cão raivoso, de forma (igualmente) tendenciosa e (aparentemente) descontrolada e certamente numa outra escala, lhes vinha agora atirar-se às respectivas canelas. Há um poema de Brecht quanto ao (no mínimo das coisas) "assobiar para o ar". É evidente que Brecht não empregou tal termo rusticano mas, para o equilibrar com um chavão recente, esse poema não deixa de se mostrar pro-activamente útil ou utilmente pro-activo. "Mira como queiras ser mirado", escreveu algures outro poeta.

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terça-feira, 30 de março de 2010

"Sueño del Marinero", um poema de Rafael Alberti

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"Yo, marinero en la ribera mía,
posada sobre un cano y dulce rio
que da su brazo a un mar de Andalucia,

sueño en ser almirante de navio,
para partir el lomo de los mares
al sol ardiente y a la luna fría.

Oh los yelos del sur! Oh las polares
islas del norte! Blanca primavera,
desnuda y yerta sobre los glaciares,

cuerpo de roca y alma de vidriera!
Oh, estío tropical, rojo, abrasado,
bajo el plumero azul de la palmera!

Mi sueño, por el mar condecorado,
va sobre su bajel, firme, seguro,
de una verde sirena enamorado,

concha del agua allá en su seno oscuro.
Arrójame a las ondas, marinero:
- Sirenita del mar, yo te conjuro!

Ya está flotando el cuerpo de la aurora
en la bandeja azul del oceano
y la cara del cielo se colora

de carmín. Deja el vidrio de tu mano
disuelto en la alba urna de mi frente,
algo de nácar, cantadora en vano

bajo el vergel añil de la corriente.
Gélidos desposorios submarinos
con el ángel barquero del relente

y la luna del agua por padrinos!
El mar, la tierra, el aire, mi sirena,
surcaré atado a los cabellos finos

y verdes de tu álgida melena.
Mis gallardetes blancos enarbola,
oh, marinero!, ante la aurora llena

y ruede por el mar tu caracola!"


Rafael Alberti
in
"El amor y los ángeles"

segunda-feira, 29 de março de 2010

Prossegue a Arqueologia - O Barreiro e a Pirite - Um texto de 6 de Setembro de 2001 (Parte 2/2)

(Continuação e conclusão do texto de ontem):

"Como se pode verificar, os dois ciclos modernos da história das pirites -- se designarmos o primeiro como "arcaico" e o quarto como "contemporâneo" - correspondem, por formas diferentes, a situações de desmantelamento com profundas implicações na história económica das regiões a que mais directamente interessaram. E porque estão irreversivelmente encerrados, porque o que de novo surgir não passa necessariamente pelo que foi embora possa colher benefícios dos conhecimentos e experiências tecnológicas então vividos, pode considerar-se estarem no momento apropriado para se desenvolver intensamente a sua história, nas pessoas que os conheceram e nas coisas que os registaram, antes que umas e outras se dispersem no tempo ou sejam por este dispersadas.

Aos centros produtores e transformadores dos sulfuretos minerais complexos existe muita experiência de comum, existe mesmo um conjunto de relações de subjacente solidariedade que permite encontrar um mesmo discurso e um mesmo interesse e trazer, a um diálogo periodicamente aceso, as investigações e as conclusões que, de um lado e doutro, puderam chegar. A consideração histórica de todos esses períodos, sem prejuízo de se abordarem as explorações arcaicas e o seu real interesse., pode ser mesmo enriquecida com os debates que o período contemporâneo requer.

Retomo agora as minhas notas inéditas de 1993:

Um tal diálogo poderia ser feito, rotativamente e com razoável espaçamento (bienal?) entre sessões (que não ultrapassariam 2 a 3 dias de trabalho e 1 de visitas) em locais tradicionalmente conhecidos pelo seu papel na história da pirite, quer mineiros, quer industriais. Cada encontro reuniria comunicações que poderiam ser feitas sobre quaisquer dos seguintes temas:

- Arqueologia mineira;
- Exploração mineira;
- Tratamento à boca da mina: I, moagem e concentração;
- Tratamento à boca da mina: II, queima e lixiviação;
- Águas de mina, resíduos e escoriais;
- Transportes: vias e meios;
- Processos de transformação: I, ácido Sulfúrico e enxofre;
- Processos de transformação: II, tratamento de cinzas de pirite;
- Processos de transformação: III, outros processos metalúrgicos, outros subprodutos;
- Complexos industriais: organização e história;
- Aspectos sociais: I, populações interessadas e profissões;
- Aspectos sociais: II, povoações mineiras e metalúrgicas;
- Aspectos sociais: III, empresas e marcados;
- Aspectos económicos e geopoliticos

Em cada tema industrial as comunicações poderiam abordar aspectos de ciência aplicada (interpretação dos aspectos industriais históricos), de tecnologias (descrição de jazigos mineiros, equipamentos, processo e unidades industriais históricas ou de períodos históricos de unidades existentes, de processos previstos e ensaiados e projectados, mesmo sem ter tido localização industrial) e de descrição de monumentos relevantes e sua evolução. Como as realizações teriam ligar em centros mineiro-industriais, teriam necessariamente uma componente de exposição, organizada pelos promotores locais, e vistas guiadas. Os textos das comunicações, as discussões e os descritivos das exposições e outras realizações (catálogos, inventários, etc.), bem como os guiões de visitas seriam publicados, sob forma o mais económica possível, em termos actuais, beneficiando das facilidades hoje oferecidas pelos processamentos de texto. As normas provisórias de apresentação de comunicações e as línguas oficiais (texto numa língua oficial e resumo das restantes, incluindo o Esperanto) seriam estabelecidas pelas entidades organizadoras para o primeiro simpósio, e nesse simpósio debatidas e fixadas em vista dos simpósios futuros. No simpósio N seria fixada a data, local e organização do simpósio N+2, o que significa que as entidades promotoras iniciais deveriam reunir os organizadores dos 1º e o 2º Simpósios.

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Para os dois primeiros simpósios sugere-se, respectivamente, o Barreiro e Huelva.

Entidades organizadoras a considerar para o primeiro simpósio, através de convites a enviar por entidades promotoras:

- APAI

- Associação Cìvica do Barreiro (há que debater com a respectiva Direcção a oportunidade de prosseguir esta acção)

Entidades nacionais a convidar (a indicação seguinte dá uma ideia do que poderão ser as estruturas de convites para as associações seguintes); os convites deverão ser feitos directamente, por via postal e por contactos pessoais, em vista de estabelecimentos de uma verdadeira comissão organizadora:

- Departamentos oficiais interessados (Direcção Geral de Geologia e Minas, Direcção Geral da Indústria, etc.);
- Autarquias locais interessadas (Barreiro, Aljustrel, Castro-Verde, Almodovar, Ourique, Sines, Setúbal);
- Associações de Industrias interessadas (APIM, APINF, APEIPQ);
- Empresas envolvidas:
- Grupo Quimigal
- Grupo Sapec
- EDM
- Pirites Alentejanas
- Somincor
- Organizações representativas dos profissionais envolvidos.
- Centros (universitário ou outros) que procederam e investigações sobre pirites.

As entidades estrangeiras a convidar (sugestão não completa; em alguns casos há que procurara os endereços exactos e os contactos e estabelecer

ESPANHA
Organizaçõe Providenciais e de Estudos de Huelva (*)
Direccion General de Minas
ADARO
Piritas Españolas, SA (ou sucessores)
Museu de Huelva (*)
Rio Tinto Minera
ERTGROS, SA
Minas de Tharsis
MASA – Minas de Sotiel
APIRSA/Andaluza de Piritas (Boliden? Aznalcollar)

FRANÇA

Imetal/Minemet/Penaroya (Grupo Rotschild)

INGLATERRA
Rio Tinto Zinc
UK Sulphuric Acid Association (*)
Davy McKee


ALEMANHA
GDMB Gesellschft Deutsche Metallhutteund Berglcute (*)
Duisburger Kupferhuette (ou sucessores)
Lurgi (Projectos)
Metallgeselschaft (para Sachtleben e Berzelius)
HoechstBayer
BASF

BÉLGICA
Prayon-Rupel
Mechim

ITÁLIA

Montedison

SUÉCIA

Boliden (*)

NORUEGA
Borregaards (ou sucessores)

FINLANDIA
Outokumpu Oy (*)

ESTADOS UNIDOS
TMS – The Metallurgical Society (*)
420, Commonwealth Drive, Warrendale
Pennsylvania 15086-7514 USA

JAPÃO
The Sulfuric Acid Association of Japan

A ideia seria criar um primeiro núcleo promotor, que, por sua vez, contactaria instruções-chaves em regime de “bola de neve”. Estas indicariam interesses/disponibilidades em cooperar e permitiriam estabelecer lista de entidades potencialmente interessadas, para localização de eventuais faltas. A realização envolve uma preparação algo demorada."

E assim conclui o documento de 2001. Como já se referiu nada foi feito. A listagem de entidades estrangeiras não está completa e nenhuma destas foi contactada ou mesmo sondada: a sua inclusão corresponde ao mero preenchimento de uma "check-list" aos conhecimentos da época e nada mais. É evidente a falta de entidades representativas de Países do Leste Europeu (vg. na linha das instituições da Universidade de Cracóvia e/ou do Instituto Russo do Ácido Sulfúrico , em que investigou Boreskov e Amelin, entre outros) , de outros países da Ásia (China), da América do Sul e da Austrália. Algumas (muitas) das entidades e instituições então citadas já não existem, mesmo em Portugal e Espanha. Havia pessoas então pensadas que também já não existem. & recursos mineiros que também deixaram de existir. É o "No more" a que só falta o piar do corvo no descritivo de Poe.Fica a memória e o curioso escrito.

domingo, 28 de março de 2010

Prossegue a Arqueologia - O Barreiro e a Pirite - Um texto de 6 de Setembro de 2001 (Parte 1/2)


Arrumando CD's de trabalho gravados há alguns anos encontrei um marcado XXX. Como estamos a chegar à Páscoa pensei logo, em termos manarados, "temos coelhinha"! Não, não tínhamos. Tínhamos coisas talvez menos agradáveis mas certamente mais sérias.

Destas, das que ainda se podem publicar sem ofender quem quer que seja, saltou-me à vista uma exposição (?), apresentação (?), projecto (?) que creio ser de minha autoria (o ADN é pelo menos meu) e que vinha datado/a de 6 de Setembro de 2001. Dali, desse texto (que vai ser dividido em duas partes para fazer render o peixe ao bloguista), nada resultou. Nada mesmo. Mas, como algumas das ideias expostas ainda se mantém válidas (e em 2001 as principais instalações fabris do Barreiro-químico-metalúrgico estavam já desmontadas) aí vai esta, em vestes roxas de Semana-Santa da nossa Indústria dita "pesada" mas que tão leve se tornou que, salvos honrosas excepções, volitou de vez.

Documento provisório, como denotam as precisões deixadas por preencher e marcadas por ###, o que aqui se expõe pode ser confrontado com o que a seguir e entretanto se disse. Encontrar-se-ão coerências. Ainda bem! Já houve tempo em que esta indústria dava para todos!

Aí vai:

""A Oliveira e a Pirite": um filme dedicado ao Barreiro

Um dos filmes que a CUF (Companhia União Fabril, SARL) fez realizar em 1965, quando do seu centenário, e que um dia será certamente apresentado nesta ou outra similar reunião, denominava-se significativamente "A Oliveira e a Pirite". Implícita nesta designação estava a preponderância que as actividades industriais iniciadas no Barreiro, em 1908, adquiriam na celebração do centenário da Empresa. De facto, a primeira unidade industrial que produziu no complexo industrial do Barreiro foi uma extracção descontínua de óleo de bagaço de azeitona, usando sulfureto de carbono também localmente produzido. E logo a seguir, em 1909, surgiria a produção de adubos fosfatados, utilizando as pirites do Alentejo para o fabrico de ácido sulfúrico. Desde aí, de 1909, a política químico-metalúrgica da Empresa se iria centrar na procura de um acesso à matéria prima pirite, nunca totalmente conseguido, e na adopção de soluções químico-metalúrgicas e inclusive comerciais que respondessem às necessidades do País e ao balanço de enxofre e de metais que as suas actividades industriais continuadamente exigiam.

Brevíssima apresentação da pirite

Deixando agora de lado a linha dos óleos, de que voltaremos a falar oportunamente, voltar-nos-emos para a pirite. Porquê a pirite? Porquê o ácido sulfúrico, filho dilecto desta e que chegou a ser apontado como um índice do progresso industrial de um País?

Obscurecendo o vasto interesse que o ácido sulfúrico adquiriu em muitos ramos da química industrial, dir-se-á que a produção do ácido sulfúrico, no Barreiro, se liga essencialmente à produção de adubos fosfatados. E que a produção de adubos fosfatados - de uma forma integrada com a produção de ácido sulfúrico, que não existia nas fábricas de Alcântara - foi, claramente, um dos objectivos iniciais do complexo industrial do Barreiro e uma das razões da sua localização. Certa que era a necessidade de importação da matéria prima fosfatada, certa seria também, como contrapartida dessa carência, a disponibilidade de uma fonte de enxofre nas pirites do Alentejo. A localização fabril do Barreiro nasce, assim, da conciliação irrefutável de 5 factores: disponibilidade de terrenos, disponibilidade de enxofre, disponibilidade de água, disponibilidade de transportes, disponibilidade de mão-de-obra e centralidade. Nenhuma outra localização, das estudadas por Alfredo da Silva, associava tão claramente estas condições.e que um dia será certamente apresentado nesta ou outra similar reunião, denominava-se significativamente "A Oliveira e a Pirite". Implícita nesta designação estava a preponderância que as actividades industriais iniciadas no Barreiro, em 1908, adquiriam na celebração do centenário da Empresa. De facto, a primeira unidade industrial que produziu no complexo industrial do Barreiro foi uma extracção descontínua de óleo de bagaço de azeitona, usando sulfureto de carbono também localmente produzido. E logo a seguir, em 1909, surgiria a produção de adubos fosfatados, utilizando as pirites do Alentejo para o fabrico de ácido sulfúrico. Desde aí, de 1909, a política químico-metalúrgica da Empresa ir-se-ia centrar na procura de um acesso à matéria prima pirite, nunca totalmente conseguido, e na adopção de soluções químico-metalúrgicas e inclusive comerciais que respondessem às necessidades do País e ao balanço de enxofre e de metais que as suas actividades industriais continuadamente exigiam.

A pirite é, como todos sabemos, um sulfureto de ferro, em que cada átomo de ferro vem acompanhado por dois átomos de enxofre. Sendo o ferro bivalente, e bivalente o enxofre, seria de esperar que a composição de um sulfureto natural de ferro não passasse da pirrotite, em que essa proporção, de um para um, está razoávelmente conseguida. No entanto, na pirite, existe um átomo de enxofre "a mais", o denominado enxofre pirítico, pronto a libertar-se por aquecimento mesmo antes que a pirrotite "arda" - e esse simples facto será muito importante para algumas grandes realizações em que o Barreiro teve papel importante no campo da "ustulação desarsenificante da pirite". Mas em 1908 essa subtileza tinha relativamente pouco valor. Interessava era, então, que toda a pirite "queimasse" em contacto com o ar, em fornos de manutenção o mais simples possível, libertando anidrido sulfuroso para o fabrico do ácido sulfúrico e deixando um resíduo sólido de óxido de ferro, desejavelmente hematítico - as "cinzas de pirite" (ou "minério púrpura" = "purple ore"), susceptíveis de serem usadas como "minério de ferro" em utilizações siderúrgicas. Mas a realidade não é tão simples... nem mesmo era tão simples em 1908-1909. Bastará dizer que as pirites, de que existem enormes massa no Alentejo, resultaram de processos vulcânicos submarinos que tiveram lugar em períodos longínquos e em que o elemento mineralizador enxofre arrastou consigo não apenas átomos de ferro, mas também, em menores quantidades, uma pleiade de outros elementos, incluindo metais não ferrosos, como o cobre, o zinco, o chumbo e o mercúrio e, em alguns locais, o estanho, metais preciosos, como o ouro e a prata, outros mineralizadores, como o arsénio, o antimónio, o selénio e o telúrio. Todos estes elementos ou participam na própria pirite, como que dispersos na rede pirítica, ou formam inúmeros minerais que a acompanham mas que, infelizmente, estão geralmente em dimensões extremamente divididas para permitir uma separação fácil, e economicamente útil, antes do processo de ustulação. Por isso uma pirite deste tipo é denominada comunmente como uma "pirite complexa", ou, num sentido mais abrangente, incluída nos designados "sulfuretos minerais complexos". Assim, quando a pirite é queimada, das duas uma: ou esses elementos vão com os gases, obrigando a uma posterior lavagem e purificação destes antes do fabrico do ácido sulfúrico, se se quer obter ácido de razoável pureza, ou esses elementos ficam no resíduo sólido, isto é, nas cinzas de pirite brutas.

Em qualquer dos casos, existe aqui um convite à recuperação, ou à separação dessoutros elementos, e isto por duas razões: ou porque são prejudiciais onde existem, reduzindo o valor do que os comporta (e é o caso das impurezas no ácido sulfúrico ou nas próprias cinzas de pirite), ou porque podem ser de per si valiosas (e poderá ser o caso dos metais não ferrosos ou dos metais preciosos). Essa purificação envolve sempre operações complementares que, no Barreiro e com a lixiviação das cinzas, começaram em 1910-1911.

Falta mencionar uma outra personagem do processo de queima, que adquiriu no Barreiro também valor próprio: o calor de reacção. A queima das pirites é exotérmica, isto é, liberta calor - e de forma autosustentada, ou seja, as nossas pirites queimam sem necessidade de qualquer combustível adicional. Calor, ou seja energia, é também um valor a ter em conta - quando os materiais e as tecnologias o permitirem. E permitiram-no no Barreiro a partir do fim dos anos 50.

Abunda pirite complexa na denominada "faixa piritosa ibérica", que se prolonga desde Palma, a norte de Alcacer do Sal, até perto de Almadén de la Plata, já próximo de Sevilha, e que inclui massas minerais que dão por nomes tão importantes como Lousal e S.Domingos (ambos históricos) e Aljustrel e Neves-Corvo, do nosso lado da fronteira, e, do outro lado, Tharsis, Sotiel, Rio Tinto e Aznalcollar. Constituindo uma das mais importantes reservas minerais mundiais, a "faixa piritosa ibérica" tem sofrido, nas suas minas, os efeitos da actual perda de significado da pirite como fonte de enxofre e da actual depressão de procura (e, portanto, de cotações...) dos metais não ferrosos. Mas certamente que os pedidos de concessões para prospecção e pesquisa, e os trabalhos a que estas concessões conduzem, significam algo! Certamente que, no Mundo, outras importantes localizações de sulfuretos minerais complexos podem ser assinaladas, quer na Europa ( do Sul -Itália, Chipre, Grécia - ou do Norte -Noruega, Suécia, Finlândia), Ásia (Japão, China, Índia), América do Norte (Estados Unidos e Canadá) e África, dando lugar a centros de transformação industrial locais ou noutras localizações, acessíveis a processos de exportação do minério e geralmente com realizações metalúrgico-siderúrgicas historicamente próximas (como era o caso, na Europa, das unidades industriais "importadoras de pirite" da França, Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Dinamarca).

Resta assinalar que o que se vai passar em Portugal desde a descoberta remota dos recursos minerais do Alentejo, bem como noutros países em que as pirites foram reconhecidas como recursos mineiros relevantes, se vai enquadrar numa sucessão de comportamentos industriais que se tipificam pelos seguintes quadros:

I. Período arcaico ou dos “metais nobres”:

Caracteriza-se pela recuperação de metais preciosos concentrados nos designados "chapéus de ferro" das minas, em que os sulfuretos foram oxidados, e bem assim do cobre. É o período atribuído aos tartésios, povo que habitaria a bacia do Guadalquivir e que faria importantes trocas comerciais com fenícios, gregos e cartagineses. É sobretudo o período dos grandes trabalhos romanos, organizados e extensos, deixando enormes escoriais e vestígios bem nítidos de actividades mineiras, como se podem observar em Aljustrel (Vipasca) - de onde provém as diuas tábuas de bronze que constituam um dos mais notáveis exemplos de legislação mineira romana que chegou aos nossos dias. É um período mais dirigido ao estudo do arqueólogo e do historiador que propriamente ao arqueólogo industrial.

II. Período do Cobre:

Foi característico da segunda metade do século XIX e da fase metalúrgica tardia da revolução industrial. As minas eram exploradas para o cobre que o minério continha, e havia que solubilizar o metal, para se poder precipitar o seu cemento com ferro, e libertar o processo de excesso de enxofre contido nos minerais, que não tinha utilização. Noutros casos obtinham-se, por queima, "nódulos de sulfuretos de cobre" concentrados, que eram exportados em tal e qual. Do relativamente baixo teor de cobre contido no minério resultavam duas consequências inevitáveis: era necessários extrair muito minério para se conseguir uma “economia de escala” metalúrgica e era necessário "libertar" muito enxofre para se obter pouco cobre! O dano ecológico era impressionante, quer pela exagerada libertação de anidrido sulfuroso, quer pela extensa destruição das florestas. A pirite era queimada junto das minas, em montes ao ar livre designados "teleiras", libertando incontroladamente enormes quantidades de óxidos de enxofre, e das cinzas obtidas separavam-se os nódulos mais ricos em cobre, lixiviando o restante com água, para remoção do cobre sobre forma solúvel. Os locais mineiros (Rio Tinto, Tharsis, S. Domingos) ocupavam numerosos trabalhadores e surgiam os primeiros caminhos de ferro mineiros para a “exportação” do cemento de cobre e dos nódulos de cobre (mate) obtidos. Quem quiser visitar uma unidade deste tipo, aliás já descrita, pode, a 7 km de Aljustrel na estrada e sentido) Aljustrel - Castro Verde, voltar à esquerda e, por um caminho rural, procurar chegar ao Monte das Pedras Brancas. Pouco antes de chegar ao monte verá, à direita, um espaço de aspecto lunar com os restos das últimas teleiras, que terão mais de um século, se é que entretanto as não removeram. E o estudioso pode prolongar a sua indagação prosseguindo a pé a viagem e estudando o traçado do caminho de ferro mineiro, incluindo obras de arte, que unia Aljustrel às Pedras Brancas e daí à estação da Figueirinha e cujo estudo me parece estar ainda por fazer!). Este “período do cobre” vai apagar-se próximo do fim do sec.XIX, com a descoberta de minas mais rentáveis, ou seja com mais elevadas concentrações de metal nos minérios, com foi o caso do Chile, dando lugar a encerramentos de instalações e a uma primeira crise histórica que alastrou pelas localizações mineiras.

III. Período do enxofre, ou do ácido sulfúrico:

Iniciado próximo do início do nosso século, o período do ácido sulfúrico está bem representado no Barreiro e resulta da combinação de dois importantes e já referidos factores: o desenvolvimento da indústria química, levando o ácido sulfúrico a uma posição de “produto chave” e a necessidade de obter uma maior rentabilidade do tratamento das pirites, utilizando agora o enxofre nelas contido e reduzindo assim quer o nível rentável de extracção, quer o impacto ambiental negativo. Vimos já que, no Barreiro, foi a indústria dos adubos fosfatados que desencadeou essa necessidade, sendo suficiente para a produção de adubos um ácido de limitada concentração (80-85%) e de pureza não muito elevada. Por este facto, as primeiras fábricas de ácido sulfúrico no Barreiro adoptam o designado "processo das câmaras de chumbo", prosseguido por purificações adequadas quando o ácido (e pouco depois surgiria isso) era necessário para a produção de ácido clorídrico, de sulfatos alcalinos e de sulfato de cobre. Dois factos importantes devem ser realçados, neste ponto: a adopção tardia, em Portugal, do processo de contacto para o fabrico do ácido sulfúrico, produzindo um ácido mais concentrado e mais puro (Barreiro, 1957) e a concretização também tardia da produção de oleum sulfúrico, que é uma solução de anidrido sulfúrico em ácido sulfúrico (Barreiro, ) em que, mesmo assim, nunca passamos da concentração de 20-25% de anidrido sulfúrico livre - uma e outra ditadas por exigências de mercado (produção de seda artificial, no primeiro caso, e as primeiras sulfonações, no segundo). Esta adopção tardia de maiores e mais sofisticadas exigências de qualidade denuncia um efectivo atraso da nossa indústria química, se considerarmos que a primeira unidade de contacto, em Espanha, data dos anos 20... e na Europa Central de antes da 1ª Grande Guerra. Se, neste terceiro período histórico, a exploração das pirites fica necessariamente localizada nas regiões mineiras, a sua transformação migra para as novas “localizações químicas” (adubeiras ou não). E é nessas novas localizações, reunindo os 5 desideratos que Alfredo da Silva encontrou no Barreiro, que progressivamente irão surgir os aproveitamentos dos metais contidos nos resíduos de pirite, incluindo o ferro, o cobre, o zinco e o chumbo e os metais preciosos, e da recuperação da própria energia que a ustulação da pirite liberta. Os desenvolvimentos tecnológicos para tais recuperações enfrentam a questão da escala: neste período o elemento definidor da capacidade das unidades transformadoras é o enxofre, e tudo o resto viria como consequência impondo soluções específicas, caso a caso. Estas soluções ou provém de concentrações, procurando processos que permitissem rentavelmente tratar os resíduos provenientes de diversos centros produtores num único centro de tratamento, ou resultam de processos de desenvolvimento tecnológico, buscando soluções originais mais económicas. Quando à concentração, cirtem-se as instalações que foram surgindo na Alemanha ( Duisburgo, Hamburgo e Lubeck), na Suécia (Helsingborg), na Itália (Porto Marghera), em Espanha (Huelva e Bilbao), na República Checa (Witkonwitz), no Japão (Tobata, Kobe) e em Portugal (onde o Barreiro, nos anos 50-60, reunia e tratava as cinzas nacionais que podia), para além de instalações históricas do Reino Unido e Estados Unidos. Quanto a aspectos de desenvolvimento tecnologico, considerem-se as intensificações dos processos e o controle das impurezas (introdução de processos intensivos nos fornos mecânicos, aumentando a sua capacidade, o acesso aos processos de ustulação em leito turbulento e a variantes desarsenificantes deste, situações ambas em que o Barreiro tem a dizer, e mesmo, já nos anos 90, o estudo dos denominados fornos-ciclone, com abordagem de tecnologias polaca e alemã) e as vias para a superação da fatalidade da relação de teores enxofre/metais (como seja a produção de enxofre elementar a partir das pirites, como sucedeu em S. Domingos, pelo um processo idêntico ao Orkla, e o aperfeiçoamento dos processos de flutuação nas minas).

Será aqui o momento de referir o que foi um aproveitamento exemplar dos subprodutos da pirite, no Barreiro. Tendo iniciado a lixiviação em ### realizando assim a recuperação de valores de cobre - cedo Alfredo da Silva reconheceu que a quantidade em jogo era escassa para fundar uma metalurgia, como a que Rio Tinto tinha iniciado em ###. Recorreu por isso a uma valorização tipicamente química, que haveria de constituir um dos mais interessantes negócios da Companhia União Fabril e justificar mesmo que "valores metalúrgicos" fossem, mais tarde, desviados para essa produção: o sulfato de cobre, produto essencila num país vinhateiro como o nosso. É também na manutenção dessa indústria e das posterior metalurgia e no acesso estrategicamente controlado à produção de ácido sulfúrico que se vai centrar a preocupação sempre evidente na Companhia União Fabril de dispor de recursos mineiros próprios. E mesmo quando, por razões de mercado, a Companhia União Fabril (com o Contacto 4) e posteriormente a Quimigal (com o Contacto 7), construíram unidades para a produção de acido sulfúrico a partir de enxofre elementar, elas foram sempre estudadas e tecnicamente concebidas para adjunção posterior de secções de ustulação de pirites.

Passado que foi um século, este “ciclo do enxofre”, com o formato que lhe conhecemos e salvo excepções pontuais, está actualmente encerrado e, após "desenvolvimentos variados, ricos e gloriosos, as velhas instalações de transformação e valorização de pirites na Europa (e já antes, nos Estados Unidos) vão sendo encerradas e desmanteladas, deixando espaços, recordações, fotografias, desenhos e artigos nas revistas técnicas. Muito trabalho fica à disposição do arqueólogo industrial", como eu já dizia em 1993, a que eu agora junto o "estudioso da história das tecnologias".

IV.Período da mineralogia e do acesso aos metais:

O afundamento histórico do período do enxofre, as sucessivas crises experimentadas no mercado dos metais e o natural acréscimo de preocupações de ordem ecológica mergulhou as minas numa grande perplexidade e perturbação. De um lado, persistem recursos mineiros consideráveis e, mesmo em minas ricas como Neves-Corvo, em que os teores de cobre e de estanho superam todos a problemática descrita, existem massas importantes de minérios complexos que requerem condições especiais de tratamento. Nos anos 80 e início dos anos 90 foram tentadas soluções: os sulfuretos polimetálicos seriam submetidos a uma intensa moagem para permitir atingir o grau de libertação das espécies minerais uteis, permitindo assim separar a pirite (sulfureto de ferro e minério principal das massa), agora abundante e indesejada, dos sulfuretos de outros metais, e seguidamente, na medida do possível, estes seriam separados entre si para poderem constituir matéria-prima para as metalúrgicas tradicionais (ou não seriam separados, destinando-se então a metalurgias não tradicionais, usando tecnologias em desenvolvimento). É esta a situação que eu já descrevia em 1993 e que ainda caracteriza o difícil momento que vivemos, e que motivará, certamente, o conteúdo principal do simpósios que continuam a suceder-se sobre os sulfuretos complexos. Como já se disse, os interesses que permanecem manifestados e as despesas que prosseguem em trabalhos de prospecção e pesquisa mantém acesa a chama de um retorno a actividades mineiras e transformadoras interessantes, mas necessariamente diferentes daquelas que conhecemos. "


(Continua amanhã)

sábado, 27 de março de 2010

Casal feliz...

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sexta-feira, 26 de março de 2010

T Zero na serra, parcagem sem problemas, etc., etc....

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Residência logo a seguir à curva, ambiente tranquilo, etc...
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quinta-feira, 25 de março de 2010

Um documento de 1986: o estudo do "caso português" quanto à indústria de metais não ferrosos (5)

Lista de referências - 2ª Parte (conclusão, assim se espera, do texto postado - ou prostrado - a 17, 18,19 e 22 do corrente)

Recapitulam-se todas as provocações da postagem anterior e não apenas.

" ...
(51) CAPELO, Maria Fernanda Curto: "Enquadramento da Metalurgia Nacional do Cobre em Política de Desenvolvimento Industrial e de Reduções de Dependência Externa do País", Direcção Geral da Indústria, Lisboa, Maio 1984.
(52) CUNHA, Gonçalves da: Descrição da Companhia Portuguesa do Cobre (CPC), comunicação ao Seminário "Optimização do Projecto Cobre para o Uso de Recursos Nacionais", IPSD, Lisboa, Novembro 1985 (ainda não publicado [4]) .
(53) QUIMIGAL: "Ponto da Situação / Uma Informação Sobre o Projecto" , Direcção do Projecto Cobre, Lisboa, Março 1986.
(54) SILVA, J. M. Leal da: Viabilidade da Instalação de Uma Metalurgia de Cobre em Portugal, comunicação ao Seminário referido em [52]
(55) MORGENSTERN A., comunicação pessoal.
(56) MORALES, J. R.: The Sotiel Mine, Mining Magazine, Fevereiro 1986, p.132 a 136.
(57)FIGUEIREDO, Jose M. et al: Application of Hydrometallurgy to bulk concentrates in Complex Sulphides / Processing of Ores, Concentrates and By-products, TMS / AIME Fall Extractive Meeting Proceedings, Vol. II, S.Diego (California), 1985.
(58)OLIVEIRA, Ivo: La Production de l'Acide Sulfurique à Quimigal, comunicação às Journées du Soufre, Rabat, Outubro 1984.
(59)PEREIRA, J. C. Marques et al: Processamento Actual e Futuro de Pirites Complexas, como ref (19), Vol. II.
(60)GUEDES, R. M. Motta e RODRIGUES, A. Severino: Integrated Treatment of Pyrite Cinders at Quimigal / Barreiro, como ref. (57), Vol. II.
(61) ANÓNIMO: in Contacto (Boletim dos Trabalhadores da Quimigal), Setembro-Dezembro 1981.
(62) ANÓNIMO: in Quimigal - Noticiário, nº 14, Junho-Agosto 1979.
(63) QUIMIGAL: "Relatório e Contas do Exercício de 1984", Lisboa, 1985.
(64) JUSTINIANO, Alberto: Optimização Técnico-económica dos Consumos de Vapor e Água nos Cistalizadores de Uma Fábrica de Sulfato de Sódio, Indústria (Lisboa), nº 17 (outubro 1965), p. 35.
(65) QUIMIGAL: "Sulfato de Sódio Tipo D", Lisboa, folheto sem data.
(66) QUIMIGAL: "Zinco Metálico", Lisboa, folheto sem data.
(67) VIEGAS, Maria do Pilar: Utilização de Solventes na Recuperação do Zinco, comunicação ao Encontro "Extracção por Solventes / Fundamentos e Aplicações", Ordem dos Engenheiros, Porto, Dezembro 1979.
(68) NOGUEIRA, Eduardo D. et al: "Design Features and Operation of the Quimigal ZINCEX Plant", comunicação ao "1982 AIME Annual Meeting, Section Electrowinning and Electrorefining from Aqueous Chloride Solutions", Dallas, 1982.
(69) LÍRIO, A. e DUARTE, V.: Recuperação de Zinco de Pirites na Quimigal, comunicação apresentada ao Congresso 1981 da Ordem dos Engenheiros , Lisboa, 1981.
(70) REGIFE, J.M. et al: Procedimento para la Producción de Cinc Electrolitico a Partir de Lejias de Cinc, Ingegnieria Quimica (Madrid), Novembro 1975.
(71) SANTOS, José Bento dos: Pequeno Contributo para Definição de Uma Estratégia Futura do Cobre em Portugal, comunicação apresentada ao Congresso refª (69).
(72) METAL BULLETIN, "Non-ferrous Metal Works of the World", Metal Bulletin Books, 3ª Edição, 1982.
(73) QUIMIGAL: "Cobre Electrolítico", Lisboa, folheto sem data.
(74) ABRANTES, Carlos M. Coelho: "A Refinação de Cobre em Portugal", comunicação ao Congresso refª (69).
(75) QUIMIGAL: "Sulfato de Cobre", Lisboa, folheto sem data.
(76) SECRETÁRIO DE ESTADO DA INDÚSTRIA: Despacho de 21 de Junho de 1985; MINISTRO DA INDÚSTRIA E ENERGIA: Despacho de 17 de Setembro de 1985.
(77) DIÁRIO DE NOTÍCIAS (Lisboa), de 4 de Novembro de 1985, entre outros.
(78) CARREIRA, João Carvalho (Secretário de Estado): Alocução de encerramento no Seminário de Refª (52), Lisboa, Novembro 1985.
(79) ABRANTES, Carlos M. Coelho e MONTES, Francisco L.: "Projecto Metalúrgico do Cobre", Comunicação ao Congresso refª (19), Volume II.
(80) ANÓNIMO: Governo Vai Chumbar a Metalurgia do Cobre, Semanário (Lisboa), 30 de Novembro de 1985, p. 21, como exemplo frizante,
(81) ROONEY, P. e STOHN, W.: Selection of a Location for a Copper Smelter, "Proceedings of the 1983 International Sulfide Smelting Symposium", AIME, S. Francisco, Novembro 1983, Vol. II.
(82) CPC (Companhia Portuguesa do Cobre), "Relatório e Contas 1985", Porto, 1986.
(83) IPE (Instituro de Participações do Estado), "Relatório 1985", Lisboa, 1986.
(84) DIRECÇÃO GERAL DA INDÚSTRIA, "A Indústria de Fundição de Ligas de Cobre / Caracterização do Sector", Lisboa, Setembro de 1985.
(85) UNIDO (Secretariado): "The Development and Restructuring of the Non-Ferrous Metals Industries", doc. ID/WG 436/1, Janeiro 1985.
(86) SILVA, J. M. Leal da: Perspectivas de Desenvolvimento de Indústrias Químicas Ligadas aos Recursos Minerais, comunicação ao Simpósio "Perspectivas de Desenvolvimento da Indústria Química em Portugal", Ordem dos Engenheiros, Lisboa, Março 1984.
(87) COSTA, Luís R.: Indústria Transformadora de Substâncias Minerais e Panorâmica do seu Abastecimento, comunicação ao Encontro da refª (45).
(88) SPE (Sociedade Portuguesa de Empreendimentos): "Relatório e Contas do Exercício de 1983", Lisboa, 1984.
(89) DIRECÇÃO GERAL DE GEOLOGIA E MINAS: Plano Mineiro Nacional, comunicação ao VI Encontro dos Engenheiros de Minas, Figueira da Foz, Novembro de 1985.
(90) MINEMET (IMETAL):" Annuaire Minemet 1982", Paris, 1983.
(91) SOMINCOR, "Relatório e Contas do Exercício de 1985", Lisboa, Março de 1986.
(92) RODRIGUES, Eduardo F. et al: "A Especialização de Portugal em Questão", Banco de Fomento Nacional, Lisboa, 1983.
(93) SILVA, Fernando Alves da: "Plano Siderúrgico Nacional", como refª (33).
(94) VÁRIOS AUTORES: "Siderurgia Nacional - Que Futuro?", SERS Revista (Número Especial), Sindicato dos Engenheiros da Região Sul, Lisboa, Julho 1984.
(95) DIRECÇÃO GERAL DE GEOLOGIA E MINAS: "Guia ao Serviço do Cidadão", Lisboa, 1984
(96) in Boletim de Minas, Lisboa, vol. 21, nº 1 (1984), p.24-33 (exemplos)
(97) GOINHAS, J.: A Prospecção Mineira em Portugal - Áreas Potenciais de Aplicação dos Projectos", Boletim de Minas, Lisboa, vol. 22, 1985.
(98) ANÓNIMO: Reunião Técnica sobre o Aproveitamento das Pirites Complexas, Boletim de Minas, Lisboa, vol. 21 (1), Janeiro / Março de 1984, p. 53.
(99) ANÓNIMO: Reunião da Subcomissão Mista Hispano Portuguesa para a Cooperação Geológico-Mineira, Boletim de Minas, Lisboa, vol. 21 (2), Abril / Junho de 1984, p. 129.
(100) ANÓNIMO: Visita do Director Geral de Minas de Marrocos a Portugal, Boletim de Minas, Lisboa, vol. 21 (2), Abril / Junho de 1984, p. 129. [5]."

... e pronto! Assim acaba a listagem das referências usadas no referido "estado da questão". Muitas ilusões e muitas desilusões estão contidas nos textos citados e nas razões que os levaram a citar. Muitas destes textos retrataram e outros influiram na nossa história industrial. Será bom que se retome, um dia, o sentido dos respectivos conteúdos. Uma verdade é certa: uma tonelada que seja retirada a um recurso mineiro não volta a reconstituir-se em tempos históricos. Se for mal gasta é perdida.

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[4] Esta referência identifica o já referido encontro, cujas intervenções se esperava fossem publicadas.
[5] Da subsequente visita de uma delegação portuguesa a Marrocos há um longo re documentado relatório, então apresentado à DGGM.






quarta-feira, 24 de março de 2010

Qualquer ferramenta...


"Every tool is a weapon if you hold it right"[*]

Ani di Franco

citado em "Empire", de Michael Hardt e Antonio Neri

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[*] "Qualquer ferramenta é uma arma, em sabendo pegar-lhe".
Outra tradução que acabam de me enviar:
"Qualquer ferramenta é uma arma, basta saber pegar-lhe"

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terça-feira, 23 de março de 2010

Do Euro

É por demais evidente o desconforto que a criação e introdução do Euro, como medida integrada na União Europeia, tem criado no país das notas verdes. Compreende-se. Se folhearmos a parte boa de uma das suas mais famosas obras, que é o Diplomacy, poderemos encontrar um paralelo com o que aquela vaca sagrada da política não-Monroe dos EUA e que se chama Henry Kisinger explica para o que foi preferência das potências europeias da periferia, até quase 3/4 do sec. XIX, ao procurarem fazer campo de guerra do vasto espaço centro-europeu, então pulverizado em reinos ou poderes de opereta. Para esses o Zoll-Verein, a unificação alemã e o nascimento das nacionalidades representava desconfianças - tal como uma Europa Unida representa hoje para outros. O passivo europeu ainda conta, nos EUA: não conseguiu a secessão do Canadá, viu em 1812 o território da União invadido pelas forças britânicas, recebeu refugiados da Europa e cresceu com eles, alargou-se com as aquisições a potências europeias esgotadas, exasperou-se com o apoio europeu aos Confederados, fomentou a hegemonia de "grande irmão" nas independências sul e centro-americanas e influenciou as guerras locais para a manter (Paraguai, por exemplo) ou fez guerra para adquirir território (México), criando aquilo que uma obra do início do século XX designava no seu título, profeticamente, por Imperial America. É rigorosamente verdade que os Estados Unidos desceram duas vezes à Europa em defesa da Democracia, que muitos americanos morreram em solo europeu na defesa dos valores e direitos que se cristalizam no "Lafayette, aqui estamos" alegadamente proferido pelo General Pershing quando da chegada das primeiras forças americanas a França, em 1917. Mas também é verdade que, então, foram políticos americanos que tiveram de arrancar o país ao não-intervencionismo dominante, em qualquer dos casos começando por um lado e acabando noutro como é a estratégia dos políticos, e também em qualquer dos casos fortalecendo-se a tal hegemonia americana (especialmente nascida após aquele estúpido conflito que mudou o mundo e que foi a I Guerra Mundial , exemplo chapado da burrice dos europeus e da "grande ilusão" das suas alianças). A Europa, que precisou então da América, foi também a localização essencial do dipolo nascido dessas mesmas guerras e que foi a ideologia instalada a Leste - e os EUA sentiram-no especialmente após 1945. Vencido o Reich, apoiado o desmembramento dos impérios, europeus, começou a "guerra fria" e voltou o mecanismo das alianças, dando direito à arrogância como contrapartida da ajuda, como o preço da dádiva. Se da parte de alguns países europeus houve um progressivo ressentimento anti-americano, esse não foi menor que a sensação de ingratidão magoada com que a diplomacia americana viu o crescimento duma Europa já despida de impérios e a tendência para uma União Europeia, um Zollverein agora à escala continental. Se a fragilidade europeia e a dificuldade de construção de uma União (a prolixidade e os exercícios de trapézio do Tratado de Lisboa são disso exemplo) de certa forma tranquilizam, o aparecimento e introdução com sucesso de uma moeda única foi um sinal que a inquieta, tal como as vantagens do Airbus preocuparam recentemente a Boeing. E é para o campo económico-financeiro que a guerra se muda, é aí que se pode reproduzir homologamente o tal campo de manobra centro-europeu de que falava o referido manitu político que, não esqueçamos, esteve ligado ao saltitar americano no que tinha sido Indochina francesa, a todos os manobrismos dilacerantes da operação Condor, não esteve longe do drama timorense e teve ideias sinistras quanto a Portugal pós-25A. A desvalorização do USD face ao Euro é uma manobra evidente, a influência na política da energia e das energomercancias, os mecanismos indirectos de intervenção e valorização da actual crise (que, também não esqueçamos. nasceu nos EUA), a defesa de uma globalização que controladamente belisca o proverbial proteccionismo americano, tudo são actos que potenciam uma "corintização" da Europa moderna e desacreditam a sua moeda, à espera de um qualquer Alexandre que possa pesar na balança - exercício esse também exacerbado e confundido com o combate ao radicalismo de matiz religioso que, pela primeira vez desde 1812, trouxe o inimigo exterior ao coração sensível das estrelas e riscas. Não acredito que a actual crise possa ser totalmente explicada por uma qualquer "teoria da conspiração" destinada a fazer quebrar uma nascente economia (e moeda) europeia a partir dos elos mais fracos dessa economia, mas as linhas acima resultam de uma amarga reflexão sobre um artigo hoje lido num periódico da capital em que um economista (João Rodrigues, no "i") aborda o teste à Europa nesta contido e que titula " O fim do romance europeu", epigrafando ainda "A Europa comunitária está numa encruzilhada: ou acaba o euro e cada um trata de si, ou forma-se um governo económico europeu comum." Em termos de "real-economics" como capítulo da "realpolitic" (k ou c, como queiram), assim é na verdade, e o artigo chama a atenção para a inconsistência das medidas adoptadas - mas acho que, no País da nota verde, prefeririam certamente ver-nos cair, nós Europeus, na pulverização a que a primeira alternativa iria conduzir.
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segunda-feira, 22 de março de 2010

Um documento de 1986: o estudo do "caso português" quanto à indústria de metais não ferrosos (4)

Lista de referências - 1ª Parte (continuação do texto postado a 17, 18 e 19 do corrente)

Eu sei que estou novamente a tornar-me chato. Alguns encontrarão mesmo sintomas de um exacerbado culto da personalidade e se eu digo que não mereço isso estarão certamente prontos, na toada da época, a acusar-me de vitimização. A esses eu digo que se autovitimizem em linguagem C+, que é uma maneira informática de tratar o assunto - e lamento que outros acusados de vitimização não dêem o tal murro na mesa e não se possam exprimir de idêntica e clara forma. Mas a longa lista de referências segue imediatamente - e por duas razões:

a) A primeira é porque isso me é útil. Referi já que sou bastante desorganizado com as minhas próprias coisas, perco o rasto a diversos assuntos que tratei e a textos que escrevi e que não guardei, e assim uma lista bibliográfica como esta dá-me imenso jeito. Nela encontro muito material então escrito, inclusive em colaboração com um dos grandes Engenheiros deste País, infelizmente já desaparecido, e que se chamava Francisco Lourenço Montes; nela recordo vicissitudes diversas da minha vida profissional e muitas lições aprendidas, no bom e no mau sentido;

b) A segunda, menos egoísta e mais aberta a outros utentes, é que nada há melhor para fazer a fotografia de um momento que a enumeração dos textos que, naquele tempo, foram considerados essenciais para suporte e referência de afirmações vertidas numa exposição global. Desta forma, quem um dia queira retomar o assunto encontrará aqui alguns fulcros de alavanca. Claramente se recomenda que se não se fie só nestes, mas que não deixe de os ter em conta e de os confrontar com outros que existam e que certamente encontrará [1].

Bastariam estes dois pontos para avançar com tão longa e fastidiosa enumeração, reproduzindo entradas originalmente referidas em Inglês, a pags 184-193 no "estudo de caso" agora encontrado e aqui dadas em Português (mantendo-se, no entanto, a linguagem original de documentos citados). Constato porém que, ao arrepio do que eu inicialmente estimava, este trabalho vai ser mais longo do que o previsto e exige desdobramento. Não é, portanto,hoje que se acabará a saga, já que serão colocadas apenas as referências 1 a 50, deixando outras tantas para uma 5ª postagem.

Não se aperfeiçoaram notações, sendo cada item apresentado de acordo com o meu uso na época, que reconheço falhar em rigor e observação das normas aceitáveis - mas conter o essencial para a localização das peças. Esse essencial está aqui. embora, obviamente, não dispense a consulta de actas e outros documentos sociais sociais onde isso seja possível.

"
7. REFERÊNCIAS:

(1)CARVALHO, Delfim de:”New Pathes to Massive Sulphide Exploration in the Iberian Pyrite Belt”, Comun. Serv. Geol. Portugal, 1982, tomo 68, fasc. 2, p.149-162.
(2)CARNEIRO, F. Soares: “Potencialidades Minerais da Metrópole, Base Firme de Desenvolvimento Industrial do País”, Arquivos da DGGM [Direcção Geral da Geologia e Minas] nº 2, DGGM, Lisboa, 1971.
(3)EISLER, "The Hydrometallurgy of Copper", Crosby Lockwood & Son, Londres, 1902.
(4)SILVA, J.Leal da, "(...)Notícia sobre a Natureza e Estado Actual das Instalações Metalúrgicas das Pedras Brancas (Aljustrel)",Engenharia,Ciência e Técnica (Lisboa), n°.2 (Setembrò-Outubro,1962), p.33/35.
(5)SILVA,J. Leal da, "Subsidios para uma cronologia da utilização de pirites em Portugal desde meados do Sec. XIX", texto preparado para o "Catálogo da 1ª Exposição Nacional de Arqueologia Industrial", Lisboa, 1985, [catálogo ainda não publicado[2])
(6)PINEDO-VARA, I.: “Piritas de Huelva”, ed. Summa, Madrid, 1963.
(7)DIRECÇÃO GERAL DE GEOLOGIA E MINAS, informação estatística diversa, informada ou publicada.(8)REYNAUD, Rui, Processamento. de Minérios Tungstiferos: Vias Tecnológicas Utilizadas, Boletim de Minas, Lisboa, citado nas monografias relativas a Tungsténio e Estanho do "Plano Mineiro Nacional", Direcção Geral de Geologia e Minas, Lisboa, 1985.
(9)REIS, Claudio, "As Minas da Panasqueira”, loc. como a refª (8).
(10)UNCTAD, “Tungsten Statistics”, vol. XVIII, nº 2 (Abril 1984.
(11)GONZALEZ, Victor: “A Oficina de Pré-concentração da Barroca Grande: Sua Evolução Qualitativa e Quantitativa”, Boletim de Minas, Lisboa.
(12)PIRITES ALENTEJANAS, “Relatório e Contas 1984
(13)Aljustrel 1985: comunicação pessoal.
(14)FERRÃO, Carlos A. N.:Estudos Mineralúrgicos do Jazigo do Moinho Realizados na Lavaria Piloto da EDMA, Boletim de Minas, vol. 22, nº 2, p. 141-152.
(15)SILVA, J. M. Leal da, e MONTES, F. Lourenço: Pyrites Industry in Portugal: Development of an Integrated Project, comunicação apresentada no Encontro Conjunto EEC / Canadá Sobre o Tratamento de Mineriais Complexos, Ottawa, 1982; versão em Português publicada em Engenharia, Ciência e Técnica, nº 6.
(16)SANTOS, J. M. Faria e et al: “Energy Recovery in Sulphuric Acid Production by the Contact Process from Portuguese Pyrites”, comunicação apresentada na
VII Conferência Mundial de Energia, Secção F, Documento 267, Moscovo, 1968.
(17)SILVA, F. J. e GOMES, A. Rocha: in Estudos, Notas e Trabalhos do Serviço de Fomento Mineiro, Porto, Vol. X, 1955.
(18)DIONÍSIO, Santana (ed.): “Guia de Portugal. II. Estremadura, Alentejo, Algarve”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1983 (reproduzindo a 1ª Edição, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1927), p. 178.
(19)GOMES, J. Mourão e FARIA, F. Limpo de: Aljustrel – Revisão do Projecto de Desenvolvimento. Ponto da Situação, comunicação apresentada ao Congresso sobre o Alentejo, pre-publicações editadas, vol. II, Ed.da Associação dos Municípios do Distrito de Beja, Évora, Outubro de 1985.
(20)LEITÃO, J: As Pirites de Aljustrel: Contributo Para a Sua
Divulgação, loc. como refª (19), vol. II.
(21)MINAS DE THARSIS, “Report and Accounts 1984”, Madrid, 1985.
(22)MONTES, Francisco L. e SILVA, J. M. Leal da: O Programa do Aproveitamento Integrado das Pirites: Um Exemplo Actual de Levantamento e Proposta de Exploração de Recursos Naturais, comunicação ao SINACT – Simpósio Nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, Lisboa, 1979.
(23)SILVA, J. M. Leal da: Situação Actual do Programa do Aproveitamento das Pirites, Negócios (Lisboa), 19 de Junho de 1983, p. 38 a 53.
(24)MINISTRO DA INDÚSTRIA E ENERGIA, Despacho nº 166/80, de 30 de Outubro de 1980,[incluindo o segmento cobre no PAIP. Revogado pela refª (28) [3]
(25)MINISTRO DA INDÚSTRIA E ENERGIA, Despacho nº 242/79, de 25 de Julho de 1979 [3].
(26)DECRETO-LEI 510/79, de 24 de Dezembro de 1979.
(27)DECRETO-LEI 158/82, de 6 de Maio de 1982.
(28)MINISTRO DA INDÚSTRIA, ENERGIA E EXPORTAÇÂO Despacho nº 88/82, de 16 de Dezembro de 1982.
(29)FERRÃO, C. A.: “A Lavaria Piloto da EDMA”, Boletim de Minas, vol. 20, nº 1 (1983).
(30)SILVA, Luís F. Moura e: Valorização das Pirites Complexas: Perspectivas actuais, como regª (19), vol. II.
(31)MINISTRO DA INDÚSTRIA E ENERGIA, Despacho de 19 de Julho de 1981.
(32)CARVALHO, Delfim de: Neves-Corvo: Uma Nova Mina em Portugal, Boletim de Minas, 18 (4), Outubro / Dezembro 1881, p. 261-269.
(33)WAHNON, Edgard: Um Projecto Nacional de Exploração das Pirites, in “O Sector Empresarial do Estado no Domínio Industrial”, vol. II: Os Grandes Projectos Industriais, EPSD, Lisboa, 1982.
(34)DECRETO-LEI 194/80, de 19 de Junho de 1980, Anexo V/B.
(35)RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS, de 12 de Julho de 1985, Diário da República (Lisboa), II Série, nº 167 (23 de Julho), p. 6771/2.
(36)ANÓNIMO: Matières Premières en France: à la Recherche dúne Stratégie, La Recherche, nº 162, vol. 16 (Janeiro 1985), p.9.
(37)ABBOTT, Martin: Neves-Corvo – an All Iberian Affair?, Metal Bulletin Monthly, Janeiro 1986.
(38)ANÓNIMO: Quimigal Intent on Smelter, Metal Bulletin, 24 Janeiro 1986.
(39)ANÓNIMO: Scramble for Corvo Concentrates, Metal Bulletin, 18 Fevereiro 1986.
(40)A.P., Projecto Cobre Exige Acções Cautelosas, Diário de Notícias (Lisboa) 20 de Janeiro de 1986, e outras menções frequentes na comunicação social portuguesa à época.
(41) SOMINCOR, Relatório e Contas 1984, Expresso (Lisboa), 27 de Abril de 1985.
(42)CHADWICK, John: Neves Corvo and Sines: Major Base Metal Projects, International Mining, Outubro 1984.
(43)LOPES, A. Torres:"Indústria Mineira para o País Futuro", Edit. EPSD, Lisboa,1981.
(44)RIOMINAS, Escritura de Constituição e Estatuto, Diário da República (Lisboa), III Série, n°.15 (18 de Janeiro de 1986, p. 632 e 633.
(45)REIS, Cláudio et al: Contribuição do Sector Mineiro para a Economia Nacional, comunicação apresentada ao 1º Encontro Nacional de Indústrias Mineiras, APIM, Lisboa, 1984.
(46)ANÓNIMO, International Mining, vol. 2, nº 6 (Junho 1985), p.130.
(47)COSTA, J. Diogo: “Contribuição para a Formulação de Uma Estratégia na Indústria Portuguesa do Alumínio”, Direcção Geral da Indústria, Lisboa, Outubro 1984.
(48)DIRECÇÃO GERAL DA INDÚSTRIA: “Importância do Sector de Metais Não-Ferrosos na Indústria Portuguesa – Seu Enquadramento na Estratégia de Desenvolvimento Industrial e Redução da Dependência Externa”, Lisboa, 1983.
(49)DIRECÇÃO GERAL DA INDÚSTRIA:Panorama Actual, Perspectivas Futuras do Sector Industrial de Metais Não-Ferrosos em Portugal – Implicações Decorrentes da Adesão à CEE, documento da Revisão Sectorial com a CEE sobre a Indústria de Metais Não-Ferrosos, Lisboa, Outubro de 1982.
(50) DIRECÇÂO GERAL DA INDÚSTRIA, Adenda à refª (49), Lisboa, Outubro de 1984.


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[1] Cito o caso de uma conferência-debate que o IPSD - Instituto Progreso Social e Democracia Francisco de Sá Carneiro promoveu em torno do controverso e controvertido projecto da metalurgia do cobre. Convidado para esse encontro para nele se expor o projecto, aliás conjuntamente com o Eng. Francisco Montes, acima referido, aceitei o convite - sob condição de serem publicadas comunicações e debates. Nada foi publicado, até hoje, mas se não foram entretanto deitados fora, os diversos contributos, pro- e contra-, devem ainda existir lá. Igualmente devem existir informações na Ordem dos Engenheiros, onde decorreu outro animado encontro. Para além das tais actas sociais nas empresas intervenientes que, como é óbvio, não entraram nem poderiam entrar neste trabalho e que, muitas delas, permanecem desconhecidas do ora escrevente. Foi, sem dúvida, uma época com momentos animados.
[2] Duvida-se mesmo que esta publicação tenha tido lugar; o documento referido deverá pois estar algures nos arquivos da APAI – Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, juntamente com os restantes documentos à mesma edição destinados. O assunto foi posteriormente retomado com idêntico desenvolvimento no artgo "Á Laia de Um Esboço Histórico Sobre a Industrialização Contemporânea das Pirites do Alentejo" em REGO, Miguel (coord.) "Mineração no Baixo Alentejo", Vol I, Castro Verde, Câmara Municipal de Castro Verde, 1996, p. 230-252.
[3] A expressão “Ministerial Order”é dúbia e deixa dúvida sobre se tratará de despacho ou portaria. Contudo a hierarquia legal e os efeitos correspondentes levam a admitir a natureza de despachos. Não obstante, a confirmar.

(Concluirá em próxima postagem)

domingo, 21 de março de 2010

Da tese e seu resumo


Pedem-me para concretizar melhor a tese a que me referia a 2 do corrente. Pois bem: já que falamos poucos dias atrás de folhas de rosto, aí vai , supra, a digitalização da respectiva e, infra, igualmente o resumo, como constante a fls. vi da mesma. Penso que, de momento, respondo suficientemente ao pedido:

"Durante a Segunda Guerra Mundial os recursos volframíferos de Portugal e Espanha foram considerados importantes para o esforço de guerra de ambos os beligerantes, que se envolveram numa forte concorrência de que resultaram preços crescentes e uma forte migração interna de grande parte da população camponesa e operária para as regiões mineiras. Arouca, um concelho com uma Vila de média dimensão, no Centro.Norte de Portugal, perto do Porto, recebeu o impacto dessa “corrida”, pois tinha minas concedidas a cada parte, minas independentes, ocorrências ainda não concessionadas e um forte mercado negro a actuar entre estas. Com a considerável riqueza que se obtinha, a vida tranquila duma comunidade agrícola acabou por ser agitada por diversos “comportamentos de fronteira” que reproduziam, numa escala adequada, o conjunto de factos que são descritos para situações similares. Tomando Arouca como modelo, a presente dissertação pretende estabelecer as diferenças entre a actividade mineira legal e ilegal, estabelecer as características gerais que podem definir uma “corrida” ou “rush” mineiro, aprofundar numa perspectiva antropológica a análise dos personagens e aspectos típicos do “rush”, apreciar os seus efeitos em diversas variáveis locais e o comportamento das instituições por este afectadas, concluindo com uma avaliação da representação actual do ”rush” na memória social local, mais de duas gerações volvidas desde o acontecimento.

PALAVRAS CHAVES: Antropologia mineira, Volfrâmio (Tungsténio), “Corrida” (“Rush”) Portugal, Arouca, Segunda Guerra Mundial, Memória social"



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Talvez este ano pareça que demorou demais... mas na verdade é que hoje, 21, é o dia em que normalmente se celebra o começo da Primavera, com o Sol a entrar em Carneiro (não, não é piada!) e em que deveria começar (aliás até já outrora começou) o ano civil! Uma saudação ao "Padre Vermelho" e outra ao Sandro Pintor, também sensíveis ao renascer anual dos tempos.
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sábado, 20 de março de 2010

Coincidência! Este ano a Páscoa calha num domingo!

Como medir a pressão? Bufe-se num manómetro! [a]

António Mega Ferreira, na revista "Notícias Sábado" de hoje, subscreve uma interessante análise sobre o desaustinado uso da palavra "pressão" que vem pressionando a sociedade portuguesa [1] e sobre o facto verdadeiramente nacional de comissões diversas, com mastodontes partidários por detrás, se manterem preocupadíssimas com os frufrus do desenvolvimento de um negócio... que se não fez. Em economia real ganha-se com isso o quê? Não há coisas mais importantes para pensar e discutir e que são realidades imediatas? A invocação dos grandes princípios [2] faz lembrar o famoso passo em frente na borda do abismo, o sei por onde voooooooooouuuu... & pumba! Conclusão essencial: este ano a Páscoa é ao domingo porque o Corpo de Deus calha numa quinta-feira ou o Corpo de Deus calha numa quinta-feira porque a Páscoa calha ao domingo? E discutir-se-á longo tempo o estabelecimento desta ligação, bem como se a Torre está oblíqua em relação a Pisa ou se é Pisa que está oblíqua em relação à Torre, enquanto a economia capitalista gargalha às portas da cidade, altera as regras (como no famoso jogo de xadrês contra o diabo) e faz-nos apertar o cinto durante o debatermos da fivela... ou talvez da favela, se assim se prosseguir [3]. Basta de pagodeira!

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[1] Apesar de tudo, eu continuo a preferir a cerveja à pressão sobre a cerveja em garrafa (apesar desta estar também à pressão). No vinho verde é o contrário: prefiro-o à garrafa, muito mais que à pressão. É impressionante a diferença!
[2] Ah, mas há os grandes princípios - dizia-me um cor-de-citrino amigo, um verdadeiro "woda-sodowa-mandarinata" ala polaca, e puxava do argumento de um ou de dois presidentes americanos. Pois, mas nesses casos ao menos concretizou-se matéria e, num deles, com efectivo entusiasmo mútuo. No nosso caso estamos a discutir exactamente o que , noutro plano, os faz gritar abrenúncio!: estamos, de facto, a discutir não um concretizado acto ...mas um concretizado aborto!

[3] Dizem-me aqui do lado, ou seja, de onde - apesar da "bolha" a que eu sempre chamei "economia do soufflé" - começa o TGV europeu, que o Canadá foi o país que melhor "fintou" a crise. Se na realidade foi, por que razão terá sido? Essa sim , que pode ser matéria a discutir. Mas este dia é bem o de cada sacholada uma minhoca: outra, pois ! Hoje apareceu também um jornal que parangonava o síndrome da pescada, o peixe que já o era antes de o ser e que dizia que as linhas adiadas do TGV já o tinham sido porque estavam atrasadas. Mas para que raio interessa isso? O que pode interessar é o facto de terem sido adiadas. Esse é que é o facto que, há que julgar pelos seus efeitos, bons ou maus. O resto é o "supônhamos", não passa de paisagem! "Realpolitik, niños!", como poderia advertir qualquer parlante poliglota.

[a] Imagem: cumprimentando eriks.nl
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sexta-feira, 19 de março de 2010

Um documento de 1986: o estudo do "caso português" quanto à indústria de metais não ferrosos (3)

Continuação das postagens de 17 e 18 de Março corrente:

Lista da Mapas/Quadros do estudo referido:

I. Balança comercial portuguesa para os metais não-ferrosos (1980 a 1983)
II. Sector mineiro português: dados gerais e correspondentes a metais não-ferrosos (1974 e 1979/1982)
III. Produção portuguesa de minérios de metais não ferrosos (em t e M PTE, 1974 e 1979/1982)
IV. Consumo de metais não-ferrosos em Portugal (t)
V. Previsões para o consumo de cobre em Portugal (t, 1986/1990, 1991/2000)
VI. Estimativa de consumos "equivalentes CEE"
VII.Produções potenciais primárias (mineiras) de metais não-ferrosos em Portugal
VIII.Produções potenciais e previsionais primárias (mineiras) de metais não-ferrosos em Portugal
IX. Produção de concentrados de cobre nas minas da Borralha e Panasqueira
X. Análises típicas de concentrados de cobre das minas da Borralha e da Panasqueira
XI. Produção de concentrados de cobre nas minas de Aparis e de cementos de cobre em Aljustrel e Miguel-Vacas (período 1975-1984)
XII. Análises típicas de concentrados de cobre de Aparis e de cementos de Aljustrel e Miguel-Vacas
XIII. Análises químicas de pirites complexas dos jazigos de Aljustrel
XIV. Minas portuguesas de pirites complexas: data de reconhecimento, interesses estrangeiros e situação actual
XV. Produção portuguesa de pirites (anos 1982-1984)
XVI. O declínio da mina de pirite de S. Domingos
XVII. Produção das minas de Aljustrel (1975-1984)
XVIII. Reservas de pirites complexas no Alentejo
XIX. Actividade comercial das minas de Aljustrel no período 1975 -1984
XX. Indicadores principais do exercício empresarial da concessionária das minas de Aljustrel, Pirites Alentejanas, SARL
XXI. Estimativa da produção de pirites complexas da mina de Lousal
XXI-A Níveis de produção anuais previstos para o projecto global da C.P.P.
XXII - Decomposição do investimento na instalação piloto de tratamento de minérios de Aljustrel, em valores constantes de 1982.
XXIII - Resultados obtidos na instalação piloto de tratamento de minérios de Aljustrel por flutuação diferencial de pirites complexas de Aljustrel
XXIV. Valores estatísticos disponíveis para a produção de concentrados de chumbo e zinco em Portugal.
XXV. Produção portuguesa de cassiterire.
XXVI. Minas de estanho concessionadas em Portugal (1984)
XXVII. Distribuição por tipos dos centros activos de exploração mineira de estanho em Portugal.
XXVIII. Comércio externo de alumínio (todas as formas) em Portugal.
XXIX. Principais unidades transformadoras de alumínio em Portugal.
XXX. Produções portuguesas de alumínio (varão, arame e cabo)
XXXI. (Dados estatísticos dos) dois maiores produtores portugueses de alumínio (varão, arame e cabo)
XXXII. A dependência portuguesa quanto a cobre (período 1980-1981)
XXXIII. Importações e exportações portuguesas quanto a matérrias primas de cobre e ligas
XXXIV. Previsões para o mercado português de cobre.,
XXXV. Lista de unidades portuguesas de produção de ácido sulfúrico.
XXXVI. Os produtos obtidos por processamento de pirites na Quimigal.
XXXVII. Dados estatísticos sobre a metalurgia de cobre do Barreiro (1982-1983)
XXXVIII. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): aspectos técnicos
XXXIX. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): aspectos económicos.
XL-A. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): decomposição do investimento previsto (em valores de 1986)
XL-B. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): distribuição estimada de custos de operação (em valores de 1986)
XL-C. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): distribuição estimada do pessoal (em valores de 1986)
XLI. Valores do exercício da CPC (Companhia Portuguesa do Cobre) em 1982 e 1983
XLII. Produção de zinco no Barreiro (1982-1983)
XLIII. Balanço português de zinco (1982-1983)
XLIV. Consumo de zinco por actividades (Portugal, 1983)
XLV. Dados relativos a principais contratos de prospecção e pesquisa (Portugal, 1979-1983 em valores de 1983)

Lista de gravuras / desenhos:

1. Mapa de Portugal (Continente) com indicação de distritos e concelhos
2. Faixa piritosa ibérica
3. Produção portuguesa de pirites, por principais centros produtores (1960-1980)
4. Jazigos de pirites complexas no Alentejo
5. Programa PAIP / CPP (Programa do Aproveitamento Integrado das Pirites / Comissão do Programa das Pirites): diagrama de blocos para os projectos de pirite e cobre
6. Projecto da metalurgia de cobre (fusão e refinação): plano temporal de realização.
7. Balanço português do estanho (média 1979/1983)
8. Utilizadores de metais não-ferrosos em Portugal, num diagrama de fluxos do sistema de produção português.

(continua, para concluir em próxima postagem)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um documento de 1986: o estudo do "caso português" quanto à indústria de metais não ferrosos (2)

Continuação da postagem de 17 de Março:

Índice do documento (em tradução do Inglês). Recorda-se que a Consulta incidia essencialmente sobre actividdes primárias ou secundárias imediatas referentes a alumínio, cobre, níquel, chumbo / zinco e estanho. Não se deverá pois estranhar a presença nos títulos capitulares de alguns metais em que a actividade extractiva ou transformadora portuguesa era discreta: tinha tal itemização em vista dizer apenas isso mesmo. Da mesma forma, os capítulos abordados correspondem a um esquema de documento-tipo proposto pela UNIDO.

0. Introdução
0.1. Objectivo do documento
0.2. Breve comentário sobre o sector dos metais não ferrosos em Portugal [outras actividades: silício e volfrâmio; exportação e dependência]
0.3. O sector mineiro nacional de metais não ferrosos
0.4. Problemas estatísticos
0.5. Perspectivas para a indústria dos metais não ferrosos
0.6. Breve explicação sobre localizações em Portugal

1. Minas em actividade
1.1. Alumínio
1.2. Cobre
1.2.1. Minérios de cobre e sulfuretos complexos
1.2.2. Produção de concentrados de cobre em Portugal fora da "Faixa Piritosa"
1.2.3. Actividades mineiras próximas da porção portuguesa da Faixa Piritosa Ibérica: as pequenas minas de cobre
1.2.4. A exploração mineira de pirites complexas
1.2.4.1. Uma caracterização de "pirites complexas
1.2.4.2. Resenha histórica
1.2.4.3. Minas de pirites em exploração
1.2.4.4. O projecto da C.P.P. [Comissão para o Plano das Pirites]
1.2.4.5. O desenvolvimento de um esquema de flutuação para [as pirites de] Aljustrel
1.2.5. O projecto mineiro de Neves-Corvo
1.2.5.1. A descoberta dos jazigos de Neves-Corvo
1.2.5.2. A constituição da SOMINCOR (1980)
1.2.5.3. A transmissão das participações estrangeiras na SOMINCOR (1984/5)
1.2.5.4. O projecto de Neves -Corvo
1.3. Níquel
1.4. Chumbo / Zinco
1.5. Estanho

2. Indústria transformadora de metais não ferrosos
2.1. Alumínio
2.2. Cobre
2.2.1. Aspectos gerais
2.2.2. A utilização das pirites complexas para a produção de ácido sulfúrico em Portugal
2.2.3. A recuperação de metais não ferrosos contidos na pirite ustulada
2.2.4. A metalurgia extractiva de cobre no complexo industrial do Barreiro
2.2.5. O processamento integrado de pirites em Sines (Projecto C.P.P.)
2.2.6. Operações metalúrgicas secundárias: ligas de cobre
2.2.7. Indústrias de transformação secundária do cobre
2.3. Níquel
2.4. Chumbo
2.5. Zinco
2.6. Estanho

3. Natureza e organização das ligações entre o sector dos metais não ferrosos e outros sectores da economia
3.1. Fluxos principais entre o sector dos metais não-ferrosos e outrps sectores da economia
3.2. Efeitos das minas e de unidades transformadoras na economia nacional

4. Análise dos principais [sub] sectores
4.1. Introdução
4.2. Entidades governamentais
4.3. Empresas nacionais
4.3.1. Empresas estatais [empresas públicas]
4.3.2. Empresas privadas
4.4. Participações estrangeiras
4.5. Organizações empresariais
4.6.Organizações laborais [sindicatos]

5. Aspectos legais e institucionais
5.1. Legislação mineira
5.2. O contrato para prospecção e pesquisa; o alvará de concessão
5.3. O acesso ás indústrias transformadoras
5.4. Incentivos concedidos a indústrias nacionais
5.5. O investimento directo estrangeiro

6. Estratégias de desenvolvimento e cooperação
6.1. Jazigos não explorados
6.2. Projectos viáveis em consideração
6.2.1. Minas
6.2.2. Transformação primária
6.2.3. Semis e transformação secundária
6.3. Cooperação internacionaç
6.4. Como conclusão

7. Referências

(continua)