sábado, 31 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias ... & mais esta!

Pormenor da estátua que homenageia "A Família Operária", inaugurada no Barreiro

É a mais nova aquisição da estatuária urbana barreirense, em homenagem à familia operária. Há, neste pormenor representativo, em destacado grupo, algo que me sugere religiosidade. Ou a postura, ou o assumpto arrebatamento colectivo que despreza a linha de terra, ou o alongado braço protector estabelecendo "para cima" uma diferença na igualdade (vejam-se os casos pro- e con- que precedem), ou ainda o ar submisso, expectante e complacente do agregado, olhando o céu a Sul quando se esperava que defrontasse - de face erguida e vontade afirmada - a estrela do Norte, o único ponto fixo na abóbada celeste no nosso hemisfério e que, por isso, é aquela mesma estrela que, em bandeiras e insígnias de génese hiperbórea, traz consigo uma orientação e uma mensagem. Assim, volitando e olhando a Sul, só se for para ver Sírius, muito tombada e por isso fora da convergência das visões representadas e que fugazmente brilha nas noites de canícula, como as que vamos atravessando. Concluindo: das doze famílias anteriores, distinguindo ou não as que implicitamente figurem "famílias operárias", anotem-se semelhanças e diferenças [1].

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[1] Mais dúvidas existem quanto ao simbolismo de diversos pormenores da obra. Entre estes: Onde, em nome da segurança, trabalhará a "mulher-mãe" com um vestido de saia assim solta - ou pretende-se representar a família operária num momento festivo, claramente afastado das lides que a caracterizavam? Ou, noutra questão que vem sugerir um outro apartamento: representará a bola, tal como anunciada, uma formulação escondida de um ansiado afastamento do miúdo da condição operária, pela via que se insinua, arrastando-o também (mais cedo ou mais tarde, e como sucede a muita juventude) para fora do Barreiro-natal - ou então, voltando ao metafísico, será uma mera representação do Mundo, na bola contentor-contido, como por vezes é atributo do figurante mais jovem dum presépio? E as rodas (as quatro verticais e as dentadas jazentes, estas no estilo "Festung")? Mas isso fica para outra oportunidade.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

António Feio (1954 - 2010)


Uma sentida homenagem.

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 12

Monumento à Família Marisqueira - O Grove, Galiza

(Com a devida vénia a http://www.sanxenxoapartamentos.com)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 11

Georg KOLBE, "O Casal" - Alemanha, Arte do 3º Reich

(Com a devida vénia a http://www.srcs.nctu.edu.tw/joyceliu/mworks/mw-onlinecourse/paranoia_se/ThirtReichArtIndex/Photo/15courage.JPG)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 10


À Família Mineira - Chile, Carretera del Cobre que leva a El Teniente

terça-feira, 27 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 9

Monumento à Família - Novo Chimbote, Peru


Note-se o paternal bracinho. Quanto a semelhanças a X ou a Y, são assuntos da política local (peruana, claro) em que este blogue se não mete.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 8

"A Família", estátua de Chaim Gross (1979) em West Village, Nova Iorque, NY

(com a devida vénia a http://farm1.static.flickr.com/157/371297616_5dc2a41b75.jpg)

domingo, 25 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 7

"Monumento à Renascença Africana", em Dakar, Senegal

Porque também é um Monumento à Família, esta enorme iniciativa do Presidente Abdoulaye Wade, do Senegal, recentemente inaugurada e atacada interna e externamente pela sua grandiosidade e custo, motivou do Presidente o seguinte comentário: "Nada é demasiadamente grande para a África". Com cerca de 50 metros de altura, representa uma família africana que enfrenta o Oceano Atlântico e assim simboliza o caminho passado da escravatura e sofrimento e o caminho presente da afirmação de uma presença africana no Mundo. Censuram-lhe também a concepção gloriosa e arrebatada do estilo Vera Mukhina, ou seja, da estatuária soviética dos anos 30-50 [1].

(Com a devida vénia a http://www.archipo.com/images/statue.gif)

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[1] Registe-se que, pessoalmente, gosto do estilo Vera Mukhina e que encontro flagrantes diferenças em relação a este. Por exemplo: em Vera Mukhina, na famosa estátuária da exposição de Paris ("O operário e a camponesa do Kolkhoze", 1937), a figura masculina e a figura feminina estão exactamente num mesmo plano - sem qualquer forma ou sugestão de subalternização.

sábado, 24 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 6

Monumento à Família do Marinheiro - Odessa, Ucrânia (pormenor)

(com a devida vénia a : http://www.ukraine-arabia.ae/travel/gallery/odessa/sailors_family_monument1.jpg)

Para uma visão completa deste belíssimo monumento ver
http://www.ukraine-arabia.ae/travel/gallery/odessa/Monument_at_the_seaside.jpg)

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 5

Homenagem à Família Emigrante, Mirandela, Portugal

(com a devida vénia a Luís A.D. Liberal que colocou esta foto - e bem - no Google Earth e igualmente em http://www.panoramio.com/photos/original/8184830.jpg)

Nota (algo a despropósito do tema, mas com algum interesse para a história da CUF): Luís A. D. Liberal é igualmente o Autor de uma fotografia extremamente interessante: a "Casa do Encarregado da CUF", em Mirandela. Ver, no mesmo endereço geral supra, o item /33130438.jpg . Recorda-se que Mirandela foi o centro de uma das instalações oleícolas que a CUF tinha espalhadas pelo País. Daí o nome de "Mirandela" dado a um dos blocos residenciais para operários que a CUF construiu nos anos 50 no Barreiro).


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 4

Família nativa (chamar-lhe "Índia" é ser conivente no erro de Colombo) de Seneca, estado de Nova Iorque, EUA.

O declínio das "Seis Nações" começou com a destruição da sua cidade, perto de Seneca, onde viviam cerca de 3000 pessoas, pelos franceses, em 1664. Em 1779 a nação americana nascente, durante a campanha de Clinton-Sullivan, deu-lhes o golpe de morte. Como em muitos outros casos foram europeus (ou recém emancipados dos europeus) os autores da façanha... Hoje (já que mais nada se lhes pode fazer) esta estátua presta homenagem aos originais, desapossados e exterminados residentes de Seneca, no Parque Histórico de Ganondagan. Tão tocante como esta, a realista família nativa exposta (no estilo de museu de cera) numa das salas do museu de Ontario, em Toronto, Canadá.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 3


Família mineira - da "corrida ao ouro" - Queenstown, Tasmania

Note-se a "bateira" pendurada na "parede"

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 2

A Família do Mineiro

Estátua em Rhondda, País de Gales, importante área da extracção do carvão.

(Com a devida vénia a http://reference.findtarget.com/search/Rhondda/)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Doze estátuas a doze famílias & mais uma - 1

Japão, Kanazawa, Monumento à Família

(Com a devida vénia a http://www.galenfrysinger.com/kanazawa_japan.htm)

NOTA: Há muitas maneiras de viajar. Uma delas é guardar tudo o que se vê. Outra é dizer mal de tudo o que se vê sem procurar entender sequer o que se não vê. Outra ainda é mostrar a todos o que de belo se viu e assim partilhar um pouco do prazer da viagem. É este o caso de Galen R. Frysinger, de Sherboygan, Wisconsin, EUA e do registo meticuloso que fez da sua viagem ao Japão. Vale a pena ver.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As compras de ontem



"Não te lamentes: apesar de tudo é sempre melhor gastar dinheiro na livraria que na farmácia"
Pessoa amiga que faz gala em manter o anonimato

Pergunta: Mas há alguma coerência entre estas duas compras?
Resposta: Claro que há! Não se vê mesmo?



domingo, 18 de julho de 2010

Como com uma folha de papel A4 se faz um protector de CD ou DVD (para oferta ou envio)

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Dada a profundidade e coerência das discussões políticas face a uma epidemia financeira em que muitos "entendidos" fazem lembrar a fábula do sapo e do boi, este blogue prepara-se para ensinar sem palavras (ou com o mínimo de palavras) como se origamiza o objectivo em epígrafe:




Agora há duas "alternâncias":

a) Ou se deixa a badana de fora e se cola um auto-dito no sítio onde está a anilha; ou


b)Ou se enfia a badana sobre o disco, fechando o conjunto:


E sobretudo não esquecer aquele ditado muito sul-africano:

"Soprem nas vuvuzelas, que depois é que são elas!"


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A tempo: Perguntam-me se é possível fornecer indicações para, com o computador, imprimir ou legendar nesta espécie de embrulho. É possível e, para o lado que fica sempre exposto, mesmo na modalidade de fixação exterior da badana com um autocolante, as coordenadas recomendadas (para delimitação da impressão na folha A4), são: margem superior 53 mm margem inferior 120 mm margens esquerda e direita 44 mm. Nada mais. Recomenda-se também imprimir antes de origamizar. De qualquer modo a area que se pode imprimir cabe num quadrado de cerca de 120 x 120 mm. Nada mais.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

A caminho de Janarde

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A nova guerra

Ressuscito um texto que escrevi não sei quando, mas que se situa por estes dias e não parece burro de todo:

Com estes dias caniculares (e quando eu era puto perguntava-me o que os cães tinham a ver com isto, até que alguém bem intencionado me falou nas constelações do Cão, Maior - estilo dogue danês - e Menor - estilo Fritz, numa Sirius que brilha por ali e da respectiva visibilidade nas noites quentes de Verão no Hemisfério Norte, calculando eu, na minha visão eurocentrista - embora no meu Continente dito civilizado e civilizador andasse então tudo à porrada - que os putos do Hemisfério Sul, que também previa fossem putos merecedores, deveriam ter outras estrelas a espreitar excepcionalmente acima da linha do horizonte e uma expressão que não "Canícula" quando fosse o Verão deles). Bom, mas ia eu dizendo "com estes dias caniculares" quando me despistei a reflectir no absurdo da frase, pois que deveria dizer "com estas noites caniculares", mas dias inundados de calor, com a necessidade de rever um texto que me surgiu inesperadamente cheio de erros e omissões, num "confiteor" de pensamentos, palavras, obras, actos, omissões, quebras de segredo de justiça, enfrentamentos de défice (mas que porra é o défice, quando afinal todos têm défice? o imodium não daria para resolver o défice? não passará o défice de um tigre de papel quando há economias que sempre viveram com o défice sem problemas, arigato, arigato, ou mesmo "in God we trust" escrito na folha de couve toda igualita, cor de Alvalade? e lá vou eu no despiste novamente), eu, que sofro com o calor tal como o meu jovem gato, que odeio o calor e a areia das praias - só suportáveis para bem-fazer à vista e barrar o sete na já velha anedota do "risca isso! risca isso!"- , passei a adoptar a vida de morcego, ou seja dormir de dia e procurar trabalhar de noite, porque de facto não trabalho já que tenho sono de dia e tenho sono de noite, numa perspectiva de Henri Murger, que foi o autor que, rapinado o livro na estante lá de casa, me encheu as noites de sonhos de Mimi, a tal que deu duas óperas pelo menos e corrompeu sadiamente a minha juventude, fazendo-me pensar que nas pernocas da lambisgoia loira que passava frente à minha casa - eu na altura não a via assim - havia um interessante ponto de convergência, exactamente onde aqueles rapazes perversos mas imaginativos de duas cidade que levaram uma bomba atómica avant la lettre viam dois.
Numa destas noites indormidas e insonhadas, em que o estupor da Mimi ou algumas mais adoráveis conhecidas poderiam vir visitara-me em Vale de Lençois, que se lhes dava o adequado tratamento no meio de um calor e de um suor de filme policial mississipiano (não sabia também que "mississipi" queria dizer "rio grande" quando "missuri" queria dizer "rio dos barcos grandes" o que me leva a duas dúvidas estranhas, uma sendo se "missi" significa "rio" ou "grande" e outra é sobre a validade da economia vocabular em certas línguas permite mesmo que com uma palavra mais pequenina se diga muito mais que com uma palavra grande ou então se tudo isto é patranha!), ligo a TV altas horas e eis que vejo e ouço, em entrevista, o nosso ex-Presidente Sampaio a dizer coisas muito sérias, mesmo muito sérias, de uma forma bem diferente do queixo afilado que agora estamos a habituar-nos a ouvir. E aqui muda o discurso e cessam os slaloms, que vamos, em poucas linhas tratar de coisas sérias.
Avisava o simpático senhor que "estamos sob escrutínio" e que não há nada que se diga, faça, escreva e murmure nesta terra de murmuradores que não vá de imediato ser transmitido a todos os poderes do mundo, democráticos, antidemocráticos, evidenciados ou secretos. E que portanto, amiguinhos, isto é como num tempo de guerra, as paredes têm ouvidos e toda a palavra pode ser usada contra nós. Salutar aviso, embora caindo em muitas orelhas moucas como ontem mesmo se ouviu. Há aqui, nesta cidade, dois espaços em que se descurou o aspecto acústico e o que sucede é que cada pessoa para se fazer ouvir tem de gritar mais alto que o ruído de fundo, contribuindo para que o ruído de fundo mais aumente e assim sucessivamente transformando zonas de convívio esperadamente agradáveis em insuportáveis gaiolas de araras. Pois o País está assim. E se olharmos para os de aqui ao lado, mesmo com uma autoestima em maré baixa, o discurso - quando se trata da "feição externa do discurso" - é consideravelmente mais composto, e não necessariamente apenas em futebol. Não me venham dizer que este teatro PT/Vivo não foi influenciado pelo desprestígio com que vimos recentemente discutir a roupa interior da PT, confundindo muitas vezes, e de forma quase indigente, o que são estratégias empresariais com cavilosas manobras políticas? Estamos de boca desmesuradamente aberta a cavar a nossa tumba, com tantas Lindas Lovelace da Política que andam por aí em todos os Partidos e não só. O desprestígio dos políticos é uma arma secreta daqueles que o não são (ou o não são ainda com a intensidade de poder desejada) e o aspiram a ser. Não há "golden shares" apenas (e que, se existem, é para algum fim - pois o problema de existirem ou não é diferente do problema de, quando existindo, serem ou não usadas), mas existem "trapézios dourados" onde se penduram escondidos figurões com a profissão única de cagarem postas e esperarem que os chamem ou chamarem-se a eles próprios [1]. São os tais 2000 ou 3000 que o Hespanha certeira e recentemente denunciava e que, qualquer que seja o poder, rodam sempre em torno das mesmas flores, umas vezes aqui, outras vezes acolá. Esses é que, como as fraldas da frase queirosiana com que o "i" nos mimoseia, precisavam de ser frequentemente mudados, e sempre pela mesma razão. Mas a entrevista do simpático Sampaio passou a horas mortas (embora possa ter sido uma repetição tardia). Talvez por isso.

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[1] As perguntas são duas: 1ª Votaste para o Governo do teu País? (e numa sociedade democrática a resposta será "Sim") 2ª Votaste na XYZ ou em qualquer outra agência de rating? (e a resposta será NÃO!, embora a XYZ ou quaisquer outras agências de "rating", em nome das chamadas "leis de mercado" em que tu também não votaste e com critérios que por ninguém são controlados, estejam hoje a condicionar a tua vida de uma forma mais forte e determinada que a de muitos Governos, eles também sujeitos aos ditames das ditas. Temos aqui uma verdadeira perversão capitalista da democracia que nos faz depender em considerável extensão de entidades que não elegemos, que se impõe a poderes legitimamente constituídos E ESTAMOS A VIVER COM ESSA PERVERSÃO, encolhendo os ombros e ouvindo mesmo alguns que nos aconselham a cegamente aceitá-la.
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domingo, 4 de julho de 2010

Esparguete à bolonhesa

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Há um certo tempo (eu depois coloco a data! [1]), baseado na experiência de algumas históricas erupções vulcânicas, dizia eu aqui, com os olhos postos naquele inominável vulcão finlandês & seus efeitos, que, se o gajo continuasse a amandar lixo para o espaço, iríamos ter um Verão assim como para os lados do fresquinho. O dia que decorre mostrou-me como redondamente me enganei (ou ele não deitou o suficiente lixo). E de tal forma que, falando com um geólogo amigo e lamentando-me de os próprios vulcões já não fossem o que eram, este me disparou rápido:"é que havia os vulcões pre-Bolonha, e agora há os outros".

Como o mundo é feito de coincidências, quando saí a correr debaixo do abrasador Sol (aqui vai entrar o poema, mesmo que já fora de mês! [2]) e comprei o JN, logo me saiu, na ultima página, o Dr. Marinho Pinto a tecer considerações oportunas sob o título "O processo de Bolonha e a OA". Tenho sobre o Dr. Marinho Pinto a consideração que me merecem aqueles que não usam de discursos escondidos numa sociedade melosamente hipócrita, aparentemente alardeada de "brandos costumes" e, lá no âmago, cheia de impulsos facinorosos e de tensões latentes, como qualquer coisa no estilo do título de um filme, que agora me não recordo [3]. Bom! O Senhor Bastonário dá umas sadias bastonadas no que se está a passar - e a questão é tanto da OA, como da OE, como da OM, como das OX em que X representa a letra adequada. E chama os esparguetes pelo nome, quando, ao encerrar a sua crónica, manda esta: "O que todos podem ficar cientes é que a Ordem dos Advogados não pactuará com o facilitismo que grassa nas universidades portuguesas e muito menos com essa gigantesca fraude que é o Processo de Bolonha, cujo único objectivo foi o de obrigar os alunos do ensino superior a pagar uma parte dos cursos por um preço três ou quatro vezes mais elevado".

A "coisa" bolonhesa seria já grave se fosse só isso, se envolvesse um pagamento agravado mas limitado ao estilo "PPP's" [4] que ouvi chamar a algumas Escolas situadas em destinos estranhíssimos, mas aqui o todo consegue ser muito pior que a própria soma das partes que o compõem. É que há um mercado, e no mercado vão-se prestar as provas que na escola se não prestaram. É que há uma expectativa individual e uma profunda lesão individual se essa expectativa sair frustrada. Constou-me, num recente fim de semana bucólico, a olhar o Tejo em Ródão e a ouvir falar de minerações e metalurgias históricas (eu próprio estou a caminho de ser um "histórico" logo a partir de uma licenciatura suada de 6 anos de luta, dos quais 3 com férias perdidas - ou ganhas - em estágios fabris, coisas estas que já se não usam) , que ventos vindos do Mitteleuropa estavam já a soprar sobre a necessidade de rever (ou repensar) Bolonha. Não sei qual a verdade que possa haver nessa brisa (que mais me agradava fosse "ventania"), mas gostaria bem de saber - e vou certamente estar atento. Até porque tudo isto me faz recordar aquela facécia do "ano propedeutico" e os seus magníficos efeitos, recordam-se? De resto, eu conheço alguns prosélitos desta actual pândega, que até aos alunos levanta as mais sadias mas receosas dúvidas! Sem desprimor para os que andem nisto com empenho e séria dedicação, basta-me conhecer essoutros e manter a essencial noção de que Democracia não pode ser bagunça, antes pelo contrário! A Democracia é exigente, convençámo-nos todos disso.

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[1]"A nuvem", em 16 de Abril deste ano.
[2]"Manhã de Junho ardente. Uma encosta escalvada, Seca, deserta e nua, à beira duma estrada. [...].", no conhecido "A Lágrima", de Guerra Junqueiro.
[3] "Vícios privados, públicas virtudes" - a quem sirva.
[4] "Pagas Propinas, Passas!"

Imagem: Esparguete à bolonhesa, com a devida vénia a http://culinaria.tudo-gratis.com/wp-content/uploads/2009/11/bolonhesa.jpg

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dos monumentos barreirenses pós 25A - 5


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A placa que se reproduz merece uma especial e prioritária menção: ao fim de tantos anos é a primeira vez que, na estatuária urbana barreirense, se usa o vocábulo "operária", mesmo em família. Já tardava.

Quanto ao monumento em si, reserva-se o comentário para se-merecida oportunidade.

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Onde estás, Vera Mukhina?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

2010: Julho

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Imagem: De http://www.lifeway.com/clipart/downloads/mon_july.jpg, referindo e agradecendo.