sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Há um ano: a obsessão dos batentes de porta - 5



quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Há um ano: a obsessão dos batentes de porta - 4

Pisa,Agosto 2006

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Perguntas socráticas (do original)

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- Estamos preparados, disse o general.
- Para quê, perguntou o soldado
- Isso não se pergunta, ralhou o general.

- Obtivemos a maior produtividade
- E para quê?, Marcuse questionou
- Isso não se responde, garantiu o garante.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Quem tramou Plutão? [1]

Evidentemente que foi o 2003 UB313, hoje chamado de "Néris" - a deusa da discórdia - e que até já ganhou um satélite. de nome "Disnomia". Quem quiser saber mais sobre o momentoso assunto, a definição actual de "planeta" e a controvérsia, quase "batatada", que tudo isto gerou basta lançar um motor de busca sobre "2003 UB313" e encontrará, em artigos sérios, quem lhe descreva o assunto muito melhor que eu. [2]


Uma visão de artista sobre Eris e a sua "lua" Disnomia... e o pontinho do Sol lá muito, muito longe.
Crédito a Robert Hurt (IPAC) e ao "site" http://www.gps.caltech.edu/~mbrown/planetlila/

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[1] O assunto já aqui foi abordado em 24 agosto de 2006, quando veio a notícia de que Plutão tinha sido "purgado" (ah! não! este termo era dos anos 30!), digo, "saneado" do convívio dos outros restantes 8 planetas. Esta reestruturação do sistema solar, com redução de efectivos, acompanha a moda.
[2] Para uma notícia breve mas esclarecedora, ver a entrevista de Catherine Cesarsky em "La Recherche"nº 401 (Outubro 2006), pag. 9. E a senhora tem autoridade para dizer o que diz.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Amandanço entornado em paleio virtual...

1ª semana

Posto em lista de "forward"
Sujeito a qualquer "delete"
Como hei-de eu dizer-te
Que m'abres o apetite?

2ª semana

Inda em lista de "forward"
Que nem "reply" permite,
Nem conseguirei dizer-te
Porque te tenho apetite

3ªsemana

Sem me tirares dos "forward"
Porque insistes no "repeat"?
Não mais penses que te conte
O que sobrou d'apetite...


4ª semana

Deixa cair o "forward"
Usa a teu gosto o "delete"
Um mês é tempo demais...
... e "crashei" no apetite!


(c) zm

domingo, 26 de agosto de 2007

Terreiro do Paço: a Exposição

Aconselha-se uma visita à exposição de fotografias que, ao ar livre, se reliza no lado poente da Praça do Comércio, vulgo Terreiro do Paço. Existem algumas fotografias surpreendentes que mostram a grande praça no correr dos anos. Vale mesmo a pena...

... fotografias do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, do qual se louva a selecção feita.

sábado, 25 de agosto de 2007

De resto, além dos batentes, lá como cá...


O pior é que deixam... e nem sempre corpóreo! ...

...e aqui recorda-se a frase de Maquiavel: "A calúnia é como um tição: mesmo quando não queima sempre enegrece."

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Há um ano: a obsessão dos batentes de porta - 3



Pisa, A gosto 2006

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Há um ano: a obsessão dos batentes de porta - 2



Ainda Pisa, Agosto 2008

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Há um ano: a obsessão dos batentes de porta - 1

Pisa, A Gosto 2006

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sinais dos temp(l)os...


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Gravura em www.anjossonhadores.hpg.ig.com.br/tatoo3.jpg

Conversa pós-férias:

- Havias de ver, pá! Era uma gaja tão tatuada, tão tatuada que até tive a sensação de estar a guiar uma "Harley Davidson"!"

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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Em Fialho, a controvérsia sobre a localização, em Lisboa, da Estação de Sul e Sueste - 4/4

Vamos pois à nota de rodapé:

(1) Vários, e em épocas diferentes, de 1830 para cá. têm sido os projetos de pontes sonhados para ligar a capital com a margem esquerda do Tejo. É do folheto «Ainda a estação fluvial do Sul e Sueste» do sr. enge­nheiro A. Santos Viegas, que extracto a enumeração desses projectos :

Em 1888, projecto do americano Lye; vinha a ponte de Almada ao Tesouro Velho, e aí ficava a estação de passageiros e mercadorias do Sul e Sueste, com entrada pelo Largo das Duas Igrejas. «A este plano, acrescentava o sr. Santos Viegas, alvitra-se agora acrescentar elevadores que nas alturas do Cais do Sodré transportariam vagões entre a linha superior e a estação da companhia». Custaria de S a 10.000 contos.

Em 1889: projeto de Bartissol e Seyring, fazendo da estação do Rocio a testa das linhas Sul e Sueste, quando ­ainda a Companhia Real pensava de açambarcar os caminhos de ferro do Estado. Custava 9.000 contos, a que opiniões meticulosas ajuntam mais 1.000 para expropriações.

Em 1890 projecto do engenheiro Proença Vieira, que iria de Almada a um ponto ao norte da Rocha do Conde de Óbidos, seguindo a linha ferrea até cerca de Campolide. Custava 7.500 contos, mas é possivel chegasse a muito mais, visto haver sitios no rio onde as fundações dos pila­res iriam até 60 metros de fundo, o no projeto não se fa­ziam cálculos explicitamente rigorosos acerca dessas fun­dações.

Depois de 1891 houve mais dois projectos. Um, do falecido Miguel Pais, de todos os expostos o mais sensato sob o ponto de vista da ligação ferroviária, vinha do Pi­nhal Novo, onde toda a rede do sul se acha reunida num tronco único, ao espigão do Montijo, e daí, por uma imensa ponte, aos Grilos, fora da zona da grande navega­ção do Tejo. _Neste sitio, teria a ponte muito menor impor­tancia para a viação ordinária. A construção seria mais fácil, mas a extensão muito maior, devendo o custo exce­der pouco mais de 4.000 contos.

Finalmente, o último projecto de travessia do Tejo era a concessão a uma empreza americana, d'uma ponte para peões, carros, «tranways» eléctricos, e caminho de ferro, entre Almada e o bairro da Lapa, sem bases porém que permitissem avaliar da sua exequibilidade. O sr. Santos Viegas opina (e nós também) que a ideia Julio-Vernesca da ponte sobre o Tejo devo deixar-se às futuras gerações. Não que ela não represente um arrojado e utilíssimo melhoramento, mas por ser devorante o custo, e não se deverem adiar outras obras mais urgentes, como a da trazida do caminho de ferro do Sul a Cacilhas ou Almada, a fundaçáo da nova cidade da margem esquerda, em que urge desdobrar, o mais rapidamente possivol, a nossa actual Lisboa fabril e comercial."

Acabou! Mas esta nota de rodapé tem a vantagem de mostrar como evoluiu o valor do dinheiro, do fim do sec. XIX a esta parte. Aquele conto de que o texto fala era o milhão de reis, que depois viriam a ser os mil escudos e que hoje anda pelos 5 Euros, pouco mais ou menos. Pois é...

Um segundo ponto é que intencionalmente me contive e parei aqui na transcrição do texto do Fialho. Queria dele retirar o que contou sobre a estação de Sul e Sueste e nada mais. Mas deixo, a quem queira, a oportunidade de ir ao "Barbear. Pentear" e ver o que logo a seguir vem, i.e. como o Autor via a margem-sul antes das tortulheiras de caliça e betão que, mais até que as "horrorosas" fábricas, lhe têm modificado o semblante. Se algumas pessoas tivessem lido Fialho, o alentejano Fialho, que graça acrescida poderia ter tido uma discussão que houve meses atrás. Discussão estéril e, como sempre, feita alavanca sem fulcro - e alavanca sem fulcro é mero pau...

domingo, 19 de agosto de 2007

Em Fialho, a controvérsia sobre a localização, em Lisboa, da Estação do Sul e Sueste - 3/4


(continuando e concluindo o fialhoso texto... sem ainda o rodapé)


Acumular portanto na outra margem a Lisboa comercial e fabril, de grande labuta e grande trá­fego; ir para essa margem empurrando, à formiga, muitas indústrias que por Alcântara e Poço do Bispo funcionam no meio do bairros, por elas infectados ; desobstruir por uma gradual e lenta transferência, a beira-mar da Lisboa velha, dos hangares, barracões e feios depósitos de mercado­rias que ali se ajuntam, vedando ao lisboeta de gema a margem do seu Tejo: tudo isto significa um desiderato maravilhoso para a beleza da terra e metodização higiénica da indústria, ajudando o desenvolvimento rápido d'uma cidade que com pretensões a chave do Atlântico e paraíso de "tou­ristes", ainda não poude sair das virtudes pro­ibitivas e velharias confusas de qualquer terra espanhola ou brasileira. Só quando a Lisboa da outra banda tomasse desenvolvimento uniforme de cidade, e as duas Lisboas, direita e esquerda,desenroladas pelas margens do rio, proclamassem urgência da sua homogeneização num todo idílico é que a ideia da ponte ou pontes monumentais de 9.000 contos (que já começa a endoidar bestuntos ­da puerícia mandante, amiga de exibicionismo)deveria ser posta a amadurar, conjuntamente com a do projeto da estação fluvial sul e sueste, cujas obras, a contrario do que oiço, não parecem por agora tão urgentes como a conclusão da via férrea até Cacilhas ou Almada (1). Quanto mais presto essa via concluída, mais cedo começará, frente a Lisboa, o centro de cristalização da nova cidade comercial e fabril que tanto urge. Daí, se o Ar­senal de marinha sai, como pretendem, do seu forte edificio pombalino, deixará disponivel um casarão enormíssimo onde em qualquer canto os engenheiros do Sul e Sueste podem talhar estação avondo, e em ponto cêntrico, correndo-se por diante do edifício, desde o Terreiro do Paço, como alguém já propôs, uma arcada que alargue o trânsito da rua do Arsenal para peões, sem ser necessario re­correr a qualquer construção moderna especial.


Aqui e assim, no "Barbear, Pentear" acaba o texto que o Fialho dedicou ao assunto e que serve para demonstrar, a muitas almas santas - daquelas que enchem o Inferno em boa companhia - para onde se apostava atirar muitas indústrias da margem norte do estuário... e mais qualquer coisa de que falaremos amanhã! Mas ... acaba não! Na verdade existe no texto um (1) curioso e que, como na improprérrima "história do BoB", procura uma saída. Esse (1) atira para uma nota de rodapé que, na minha velhinha edição, ocupa parte substancial das pags. 112 e 113 e faz uma história (cujo rigor não controlei, na base do "Fialho dixit") dos projectos existentes à altura de "pontes sobre o Tejo". Será motivo da próxima postagem, com um brevíssimo comentário final.

sábado, 18 de agosto de 2007

Em Fialho, a controvérsia sobre a localização, em Lisboa, da Estação do Sul e Sueste - 2/4

(continuando)

Numa cidade com faixas de cais que vão des­de Belém até Santa Apolónia, a alfândega quase que não precisa de ter casas, pois ela está, ou deve estar, onde o navio acosta, e rapidamente o aduaneiro corre ao seu mister. Formalidades cumpri­das, direitos pagos, não há depósitos do Estado senão para mercadorias não reclamadas, ou de re­torno; o comerciante leva a mercadoria para casa, sem a deixar a cargo da Alfândega semanas e meses, como habitualmente sucede, por falta de celeridade nos serviços, ou fonice do particular que não quer ter depósitos seus... Em verdade diremos que é esta a hora de levar o mercante borlista e repontão aos bons costumes, e fazer dos serviços alfandegários alguma coisa de rápido e preciso, segundo o exigem as dispendiosas obras do porto, e o almejado destino de Lisboa cidade­-cais da América do Sul; ou se deixarmos subsistir a preguiça chamorra da antiga aduana lisboeta, e consentirmos que o mercante prossiga na velhacaria hipócrita do recolher sem despender, de nada en­tão nos terá valido gastar 20 000 contos, na aspi­ração de fazer a capital empório de comércio ma­rítimo, visto não sabermos aproveitar despesas feitas, nem transformar os costumes em face das exigências novas do tráfego comercial.

Mas se é certo que a teimosia dos comercian­tes, por bronca, faz suspeitar que por trás dela alguma tramóia a Companhia Real fomenta e move, não menos descabida parece a ânsia que têm os engenheiros do Sul e Sueste em querer já con­struir a estação terminal nos aterros do cais ja­cente à Alfandega, sem primeiro trazerem a linha a Cacilhas ou Almada, sem prolongamento lógico e natural. Pois verdadeiramente se antolha que a pressa grande deva ser completar quanto antes a linha férrea entresonhada, vazar as mercadorias de embarque em cais fronteiros a Lisboa, pôr nes­ses cais navios acostáveis desembarcando artigos que se destinem ao interior das terras de além rio — dar pretexto enfim a que a nossa capital pela outra margem se desdobre, e uma nova cidade, abrangendo desde o pontal de Cacilhas á Trafaria, lentamente alastre à beira de água, primeiro em armazéns e fábricas e oficinas, logo com casarias e ruas moradias, trepando as lombas dos morros, pinchando aos cimos, quando à afluência de gente que necessariamente o caminho de ferro trará consigo, se juntar essoutra que a mudança do Arsenal de marinha o oficinas subsidiares, e ainda a da Escola Naval, sua consequência imediata, num futuro mais ou menos próximo certo virão a concentrar na margem esquerda, frente à capital.­

E tudo isto daria já para a nova cidade uma migração muito importante, que somada com vizinhança das vilas e lugares que enxameiam no aro de entre Trafaria e Cacilhas, pode determinar robustamente o inicio do faubourg novo, da outra grande Lisboa de forjas e martelos, a Lisboa fabril, erriçada de chaminés e fumos londrinos, mirando ameaçadoramente, do outro lado da água, a cidade-côrte em seus volvos de orgia, seus arque­jos de gás e de festança — do outro lado da água, em cujo espelho o labirintho dos steamers, ao mugir cavo das sereias, encheria de grandeza o porto formidável.

(continua)

in "Barbear, Pentear", como identificado na primeira postagem

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Em Fialho, a controvérsia sobre a localização, em Lisboa, da Estação do Sul e Sueste - 1/4

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Porque interessa sobremodo ao Barreiro, transcreve-se seguidamente a parte das páginas "Lisboa Monumental" que ao assunto se referem na obra "Barbear, Pentear (Jornal de Um Vagabundo)", de Fialho de Almeida, tal como constam das pags 107 a 114 da 3ªedição, dada à estampa em 1920 e em Lisboa pela Livraria Clássica Editora, e pag.76 a 81 da moderna edição do Círculo de Leitores, 12º volume das Obras Completas de Fialho de Almeida, sem local ou data de edição mas à qual, a avaliar pelo registo do depósito legal, se pode apontar 1992. A primeira edição de "Barbear, Pentear" foi já póstuma (1911), não se dispondo - em qualquer destas duas edições - da datação de cada uma das sete partes que constituem o volume. Fialho de Almeida, como já aqui foi referido, nasceu na alentejana Vila de Frades a 7 de Maio de 1857 e morreu na alentejana vila de Cuba a 4 de Março de 1911.
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Embora se tivesse trabalhado sobre a edição de 1920, procurou-se actualizar a grafia, aliás como realizado na referida edição recente. Vamos pois...

" (...)
Entre os comerciantes, movidos por dois ou três agentes secretos da Companhia Real, e os engenheiros da direcção do Sul e Sueste, pende uma velha contenda, respeito aos aterros fronteiros da Alfândega, que tem impedido a construção da estação terminal, fluvial, destes caminhos-de-ferro do governo. Os comerciantes não querem a estação terminal sul e sueste nas trazeiras da alfândega, em terras do esteiro marinho, terraplanadas e amu­ralhadas pelas obras do porto, à esquerda do Ter­reiro do Paço, pois dizem que esses terrenos de­vem povoar-se de depósitos alfandegários, fazendo com o edifício velho da alfândega e anexos jacen­tes um grande reduto ou cidadela centralizando o tráfego e a alma da duana.

Os engenheiros do Sul e Sueste replicam que desde os projectos primeiros de obras no porto de Lisboa, a estação fluvial da sua linha vem mar­cada como a construir-se em aterros da alfândega, e não pode sair dali por forma alguma, já pela comodidade cêntrica do ponto, já por os terrenos do Cais do Sodré, para onde os comerciantes que­rem que a estação vá, não possuirem espaço para os desenvolvimentos e larguezas que uma estação ferroviária deve ter. De ambas as partes mexem-se influências e há folhetos e meetings onde cada grupo tenta pôr de seu lado a opinião. É esta a desinvolucão surda e malévola duma rivalidade que, desde a cessão, à Companhia Real, da linha do Setil a Vendas Novas, e da frustracão de certos planos de açambarque, traz a Companhia Real de má vontade contra a sua colega do Sueste. A Com­panhia Real não pode ver que o Sul e Sueste avance e pareça ter topado alfim gerência inteligente. Afizera-se à ideia antiga de a absorver numa liquidação ruinosa, a que necessariamente levariam os processos de administração parada dos seus antigos directores.

Contava com a concessão Setil inutilizar parte da zona de tráfego do Barreiro; e não se cansa de, ante o projecto de certas anastomoses da Sul e Sueste, paralelas a linhas suas, protestar e gritar que lhe usurpam direitos e cerceiam esferas de in­fluência.

A ideia inadiável da prolongação das linhas do Barreiro até Cacilhas ou Almada, trazendo os comboios à parte mais estreita do Tejo, frente a Lisboa, a 10 ou 12 minutos de travessia marítima da capital, necessariamente desperta na poderosa Companhia Real os antigos rancores, pois, reali­zada a obra, os sonhos do Setil carreando a Lisboa a mor parte das mercadorias do Alentejo Médio e Baixo, em fumo vão-se, e visto o desenvolvimento espantoso que este acrescente trará ao Sul e Sueste, não haverá mais meio de pensar em o arruinar e adquirir por tuta e meia. É natural portanto que a pertinácia escandalosa e singular dos comercian­tes em não querer a estação em terrenos da alfân­dega, sirva, sem eles darem por isso, os interesses políticos da Companhia Real, e que mesmo a teimosia dos ministros não tenha outro argumento, sendo a questão dos armazéns apenas um rotineiro pretexto de gente tarda de ideias e burricalmente aferrada a tradições.

(Continua)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Memória de Indústria: 9 - O património edificado do Espadanal (Rio Maior)

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Fábrica de briquetagem de lenhites

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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Para uso em algumas assembleias

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Isto de andar a remexer jornais antigos pode trazer, como já se provou aqui, alguns conhecimentos paralelos, de inesperada utilidade. Vem agora a citação de um episódio atribuído ao político inglês William Gladstone (1809-1898), que chegou a primeiro ministro e que ficou bastante conhecido pelas suas "tiradas" e pelas birras que, aliás num sentido de mútua desconsideração, manteve com Benjamin Disraeli. Este episódio pode ser um desses conhecimentos:

Discursando numa assembleia vasta, Gladstone foi surpreendido por um assistente que ruidosamente gritava: "Mentiroso!" "Mentiroso!". Parando de falar, Gladstone fez uma pequena pausa e apenas terá dito algo como isto:

- Esse senhor que aí ao fundo pretende conseguir o uso da palavra gritando insistentemente o seu próprio nome deve tomar recordar-se de que as inscrições para falar foram feitas no início da sessão.

Para grupos obstrutivos com apartes jocosos, políticos ou não, a mesma prática pode ser adaptada, parafraseando Gladstone e dizendo: "esses senhores que, pretendendo conseguir o uso da palavra (ou pretendendo sempre calar os que estão no uso da palavra, conforme os casos), gritam ou os seus nomes ou os das suas famílias, etc. etc."

Útil, não é?

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Hard ou soft...

O "senior partner", no uso da palavra, agitando o "laser" na projecção do "Power Point":
- Temos de aligeirar a nossa capacidade de intervenção num mercado tão competitivo: assim, pusemos de lado o "hard" e agora só o "software" é que, em termos de "business", passa a constituir o nosso real "core"!

O "innocent by-stander", acordando estremunhado e em imediato aparte, para fingir atenção:
- "Core"?! "Soft" ou "hard"?
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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Convento de Mafra, ao por do Sol

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Sem Blimunda...

(foto de m/Filha Leonor Miguel)

domingo, 12 de agosto de 2007

Boca do Inferno (Cascais)

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(foto de m/Filha Leonor Miguel)
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sábado, 11 de agosto de 2007

Wikipedia: o "caso" Fialho de Almeida

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Juro que não bebo uma gotinha de "bourbon" de manhã. Fico-me pelo leite de soja e disse... Mas hoje pensei que não estava aqui, que me tinha passado, que o "bourbon" de muitos anos atrás se tinha constiutido em garrafa e que não podia aproximar-me de qualquer boquilha oferecida pela BT que ela, a boquilha, mesmo sem eu soprar, mesmo sem eu a levar à boca, revelaria a evidência de todos os meus antecedentes "bourbónicos".

O caso é que procurei esclarecer algo sobre o "Barbear, Pentear" de Fialho de Almeida - muito concretamente, como é que sendo dado como publicado em 1911 (ano da morte do Autor) contém uma crónica que se refere acintosamente ao "Arreda" - i.e. ao Infante D.Afonso - ainda mencionado como "irmão de um rei" (D.Carlos) que foi morto em 1908, bem como um comentário igualmente ácido a uma pintura do mesmo monarca exibida numa exposição. Ou seja, as crónicas que constituem esse "Jornal de um Vagabundo", subtítulo do mesmo livro, e que na minha 3ª edição (de 1926) não trazem qualquer data, inicial ou final, foram escritas muito, muito antes da data já republicana da sua primeira edição. Eram essas datas originais que eu queria compulsar. Ficar-me-ei pelo "queria" e não me ralarei muito mais (na edição completa das obras de Fialho do Círculo de Leitores também não vou mais longe...), até porque os acontecimentos relatados permitem uma certa datação.

Mas o que me deixa possesso foi o resultado de um ensaio que agora passei a fazer e que é "medir" o grau de colaboração lusitano para a representação de nomes portugueses na Wikipedia, isto depois de, num número recente do "Jornal do Barreiro", se ter chamado a atenção para um erro na biografia de Joaquim António de Aguiar aí patente e que eu já procurei corrigir, como colaborador adventício e ocasional de tão estimável obra, inserindo espontâneamente uma nota na discussão no referido artigo.

Para quem não saiba, e sem entrar em grandes aprofundamentos, a "Wikipedia" é um "wiki" e, assim, um "primo do blog" que deste difere porque no "blog" um autor ou conjunto determinado de criaturas-autoras escreve para toda a gente que lhe queira aceder, ao passo que num "wiki" toda a gente pode escrever para toda a gente. Ora bem: nesta base democrática de comunicação que a "net" trouxe consigo, houve quem tivesse uma ideia louvável: vamos abrir um "wiki" enciclopédico, onde as pessoas possam todas escrever sobre os assuntos que pretenderem, certo que, dessa forma, se poderão reunir os melhores e mais desenvolvidos conhecimentos sobre qualquer assunto, como contributo de estudiosos e especialistas que sobre esses assuntos se tivessem debruçado. Estamos todos bem a ver que não foi rigorosamente assim, e que a própria "Wikipedia" teve de desenvolver um código de práticas para evitar usos fraudulentos, abusadores, errados (por ignorância ou intenção) e refractadamente subjectivos. Os detractores da Wikipedia, muitos dos quais são certamente aqueles que detraiem e destratam tudo o que não seja ideia própria nem lhes enfune as penas de pavão, logo surgiram aqui e ali a demonstrar quão perigoso pode ser o seu uso e quão negativas podem ser as referências a "fontes discutíveis" colhidas na "net", Wikipedia incluso. Ainda há pouco tempo alguém perorava nesses termos sobre a filosofia e o uso das fontes informáticas, como se não pudesse também existir muita trampa escrita e até ilustrada, seja por erro (ignorante ou intencional), omissão ou acrescento (ignorante, intencional e sobretudo fraudulento). Aí, como em tudo, jogará o cuidado e a formação do investigador - sempre dentro do princípio, que eu rigorosamente observo, que é melhor qualquer coisa que absolutamente nada. E é melhor qualquer coisa acessível a todos, com essa necessária advertência do cuidado de uso, que uma cultura só acessível a alguns e que, porque potencialmente limitada na origem para servir quem potencialmente ela própria limita no acesso, pode ser igualmente distorcida. Use-se aqui o "prejuízo da dúvida", que já Descartes invocava para estas andanças.**

Mas a verdade é que a Wikipedia existe (procure-se "wikipedia" na net) e que, por ela, se podem aferir as diversas utilizações grupais, ao comprovar o grau de desenvolvimento e até de correcção sobre vultos, factos, especificidades, informações etc. i.e. das realidades nacionais ou comunitárias (vg. linguísticas) subjacentes a cada grupo utilizador. Mesmo que seja para a referir num enquadramento limitado, uma consulta à Wikipédia existe quase sempre - nem que seja para a rejeitar ou apenas para iniciar um caminho - e muitos daqueles que negam essa prática fazem lembrar os estudantes liceais do meu tempo, a fumar nas "casas de banho", de onde se desenrolavam visíveis núvens, tão pouco representativas das mais óbvias utilizações daqueles recônditos lugares.

Mas o caso, voltemos a ele, é Fialho. Contava eu encontrar na "net" algo de elucidativo quanto ao problema já exposto - e procurei em "barbear,pentear + fialho". Não me saiu nada de útil, diga-se de passagem, mas, por desfastio, fui desfiando uma a uma as referências , muitas das quais - como infelizmente sucede com crescente frequência, davam sinal de já não existirem! Mesmo "em cache"! Desse bosquejo surgiu a "Wiki" em Português e... uma outra! Por dúvidas então encontradas, alarguei a pesquisa a "fialho de almeida + wikipedia", e ambas lá voltaram a estar, acompanhadas obviamente por outras que foram acrescendo neste acesso mais alargado!

Ora, vistas bem as coisas, a Wikipedia nacional limita o conceito "Fialho de Almeida" a uma simples linha, num "esboço de biografia" que nos diz "José Valentim Fialho de Almeida, mais conhecido apenas como Fialho de Almeida (1857-1911), escritor pós-romântico português. Nascido em Vila de Frades." Ponto final parágrafo! (remetendo no entanto as "Obras de Fialho de Almeida" para o portal da Biblioteca Nacional). Quanto a Europeus, a Wikipedia francófona limita-se a traduzir o portal português, no estilo do "para quem é bacalhau basta"; a inglesa coloca-o nos autores de língua portuguesa (repare-se que Portugal, em contraste com o Brasil e a própria Galiza, nem merece - nessa listagem - um desdobramento alfabético) e, uma vez aí, diz que nada tem e faz procurar o "esboço de biografia" português; os nossos confrades galegos fazem também uma lista mas honestamente dizem "Non temos ningún artigo chamado "Fialho de Almeida" ... pero vostede pode escribilo!"; os polacos apresentam também uma lista de autores muito completa, mas com todos os nomes igualmente por desenvolver; e assim por aí adiante... até que surge a surpresa da "Vilkipedia" (com "V") turca!

Já em tempos, na Alemanha, falando com colegas turcos eu tinha tido a grande surpresa de constatar que sabiam mais da nossa História que deles seria de esperar. Não só conheciam "Henrique, o Navegador" (mas esse muitos conhecem), como sabiam outros pormenores até ao caso "Inês de Castro" (nome esse que parece estar hoje coberto por "marca registada" ou coisa assim - após demanda que liminarmente eu chumbaria se tivesse poder para tal, sujeitando-me depois às vias de recurso que ao assunto coubessem) e passando pelos mapas do palácio de Topkapi que teriam sido do conhecimento de um "Príncipe Português" e servido pois para que o Navegador e os que viessem a seguir navegassem também (presumo que o "Príncipe Português" seria o morto em Alfarrobeira, precisamente no chão sagrado da fábrica de cervejas da Vialonga!). Até sabiam que tínhamos um rei com o nome turco de mar ("Deniz"), coincidência que pouco teria a ver com o nome de Dionísio pronunciado nos baptismos tanto do S.Dinis como do nosso Rei Lavrador.
Exposição pois inesperada, certamente especulativa e com erros - mas que, batendo-nos à porta, achei interessante e ouvi com admiração e simpatia. Nós não iríamos tão longe na História turca...

Pois agora surge... Fialho de Almeida! Não só a biografia ultrapassa as 4 linhas, mencionando obras da sua autoria (lamento não poder confirmar o seu conteúdo... mas não sei turco!), com se lhe segue uma lista praticamente completa dessas obras, com datas de edição (traduzindo mesmo em turco os títulos de "O País das Uvas", "Os Gatos", "Pasquinadas", "Lisboa Galante e "Vida irónica") e uma fotografia (confessadamente tirada de um local da Universidade do Minho...) - tudo isto permitindo ir bem mais longe que a escassa e tísica linha da Wikipedia em Português.


Não se pode censurar a Wikipedia pelo que nela sucede. Pode-se sim admirar a atenção e o pormenor que Fialho mereceu na "Vikipedia" turca. E pode-se também lamentar como é que Fialho, e tantos outros Autores portugueses, nem no sítio português da Wikipedia têm tratamento condigno!

Estive tentado a pegar na biografia sumária de Fialho de Almeida do "Projecto Vercial", da Universidade do Minho (de onde o colaborador turco parece ter colhido dados), ou na extensa biografia da DGLB - Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas, tirada esta do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, volume II, 1990, ou na interessante e completa página "O Patrono" da EBI de Cuba, que se pode alcançar em
ebicuba.drealentejo.pt/moodle//mod/resource/view.php?id=910
mas que sejam esses, e não eu, a ousarem entrar na Wikipedia em Português e nela colocarem os seus textos, até por razões de propriedade, e assim não deixarem "deserto" (isto sim, é que é o verdadeiro deserto!) o conjunto de informações que essa secção deve exemplarmente poder proporcionar, seja quanto a Fialho, seja quanto a quaisquer outros consagrados Autores portugueses.

Aceito que duvidem da Wikipedia. Mas não aumentem mais a dúvida de todos, deixando-a escandalosamente vazia e omissa dos valores que temos.

(Remeterei cópias desta postagem ao "Projecto Vercial", à DGLB e à EBICuba, com cumprimentos)



sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Como gastar (bem ou mal) o tempo

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Há duas maneiras de investigar: uma é ir objectivamente ao tema, outra é conscientemente destinar mais tempo a delinear o ambiente, a conhecer o meio, para seguidamente cair sobre o tema como ave de rapaina que já conhece os percursos e não dá ensejo a bruscas modificações de trajecto. Uma terceira via poderá ser deleitar-se a ver as flores dos campo à margem do caminho esquecendo este. Pode não levar a nada, sobretudo quando se já não tem muito tempo, mas a verdade é que dá muito gozo. Condescendendo no devaneio, afecta-se o rigor do objecto - mas quando se passaram muitos anos à procura do rigor do objecto é saudável encontrar o que se não conhecia e o que nunca se iria conhecer, se se não parasse por lá e aguardasse um pouco. Pode-se chegar mais tarde, mas ao menos encontrou-se algo.

Uma dessas notas "a latere" diz-me que, após as greves de subsistência de 1942, que apanharam o Governo de então desprevenido e o levaram, já em 1943, a inspirar-se na "vizinha do lado" e a fazer o decreto da "mobilização industrial", mas antes das greves já politizadas de 1943, o tal Governo - numa aplicação verdadeiramente premonitória dessa lei atendendo ao défice de combustíveis sólidos e ao facto de serem aquelas as mais significativas minas existentes - tinha mobilizado as minas de carvão do Norte do País (S.Pedro da Cova e Pejão), com todos os seus trabalhadores, mesmo os que nelas tivessem deixado de trabalhar, e levado isso ao rigoroso ponto de se conduzirem ao Hospital Militar do Porto (e não ao Hospital de Santo António) os mineiros que, feridos em acidentes de trabalho, não pudessem, por razão de gravidade, serem tratados nos hospitais locais.

Mas isso são coisas sérias, próximas mesmo do tema que me conduz.

Dirijo-me portanto, e agradavelmente, a um outro apontamento, traduzido na transcrição de uma "Curiosidade" constante da coluna 4 da página 2 (o jornal, por razões de crise papeleira em tempo de guerra) resumia-se a uma simples folha que saía aos sábados...) da "Defesa de Arouca" nº 984, de 3 de Fevereiro de 1945, e que gostosamente transcrevo no seu "tal e qual":

"Curiosidades

CÓPIA FIEL

do prospecto que Manuel Ferreira, da vila da Sertã,
mandou imprimir e distribuir, há cerca de 50 anos [1]

Manuel Ferreira, srugião, rigedor, comerciante e agente de enterros. Respeitosamente informa as senhoras e cavalheiro que tira dentes sem esperar um minuto, apelica catapelasmas e salapismos a baixo preço e vixas a 20 reis cada garantidas.

Vende pelumas, cordas, corta calos, juanetes, aços partidos tusquia burros uma vez por mez e trata das unhas ao ano.

Amolla facas e tizoiras, apitos a 10 reis castiçais, fregideiras e outros instrumentos muzicais a preços reduzidos.

Ensina grammatica e discursos de maneiras finas acim como cathecysmo e oretographi, canto e danças, jogos da suciedade e bordados. Perfumes de tôdas as qualidades.

Como os tempos vão maus, pesso licença para dízer que comessei tambem a vender galinhas, lans, porcos e outra criassão. Camisolas, lenços, ratueiras, enchadas, pás, pregos, tejolos, carnes, chourissos, e outras ferramentas de jardim e lavoira, cigarros, pitrol, auguardente e outras materias inflamáveis.

Hortaliças, frutas, muzicas, lavatorioss, pedras damollar, sementes, e loiças e manteiga de vacca de porco.

Tenho grande çortimento de tapetes, cerveja velas phosphoros e outras conservas como tintas, sabãoa vinagre, compro e vendo trapos e ferros velhos, chumbo e latão.

Ovos frescos meus, paçaros de canto como moxox, jumentos, piruns, grilos e depósito de vonhos da minha lavra.

Tualhas, cobertores e todas as qualidades de roupas.

Ensino jiographia, aritmetica, jimnastica e outras chinezisses."

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[1] i.e. pois na volta do sec. XIX para o XX, ou por aí...


quinta-feira, 9 de agosto de 2007

História curta 6: O martelo

[1]
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O prego escorregou e o martelo bateu-lhe em cheio no dedo!
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-Dás o quê?, perguntou, distraído, o colega do lado.

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[1] Gravura de um folheto de segurança no trabalho
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sketches urbanos

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1. A Monica Vitti do Alto do Seixalinho

Existe,
toma o autocarro,
vai no "Soflusa" para Lisboa.
o saquinho da Zara a dar-a-dar.
Talvez recorde, de recente, o nome de Antonioni
mas certamente não viu "O Eclipse"
nem nunca se apercebeu dessa sua parecença.
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Coisas de velhos, disse o grilo ao Gepetto
e, de ciumeira, o Pinóquio arreou-lhe c'o maço!
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2. Lapsos

No único dia da semana em que
cheguei a Entrecampos
com tempo disponível para ler o jornal...
... constatei friamente que
me tinha esquecido de o comprar!

3. Adquiriu...

POIS!
Adquiriu um "Smart"
para não ter que dar boleia à sogra
Mas ela, de perversa, ultrapassou-o:
tirou a carta e
comprou dois!
... um para a carne, outro para o peixe
e ambos para brincar aos carrilhões em Mafra.
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terça-feira, 7 de agosto de 2007

Memória de Indústria - 8: O "comboio" ou a primeira "Direcção das Fábricas" do Barreiro

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O que pode ser um dos últimos e "raríssimos" edifícios "stinvillianos" [1] na "Zona Sul" das antigas fábricas da CUF no Barreiro, Portugal [2]...

...ou guardem-no no olhar, enquanto não for abaixo!


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[1] Referência a Auguste Lucien Stinville (1864-1949, ou 1868-1949 de acordo com o registo de nascimento), o engenheiro francês a quem Alfredo da Silva (1871-1942) - administrador-gerente da então Companhia União Fabril, S.A.R.L. (CUF) - confiou o projecto inicial das Fábricas do Barreiro daquela sociedade (que começaram a funcionar em 1908). Uma fotografia de A.L.Stinville (como ele assinava), já dos anos 30 do século passado, foi já publicada neste blogue a 16.11.2005. Postarei brevemente uma fotografia do mesmo... ao tempo aproximado da construção daquele complexo fabril.
[2] Localiza-se actualmente na "área Sul" da QUIMIPARQUE - Parques Empresariais, S.A.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Uma frase de Pavese...

Descobri finalmente a frase de Pavese que eu há anos vinha procurando e que me recordava de, menino e moço, ter lido na primeira edição portuguesa de "A Lua e as Fogueiras" - um dos primeiros Livros de Bolso da Arcádia, publicado em Lisboa sem data mas que, se atendermos ao carimbo de depósito da BNL, poderá cair por 1958 ou pouco antes. Desde aí já reli a obra várias vezes sem reencontrar a procurada frase... e com muita razão. Esta, a frase, não pertence àquela, a obra, mas sim a uma outra obra de Pavese (creio que o diário publicado sob o título de "Ofício de Viver") e foi transportada para esse pequeno volume que me iniciou no universo pavesiano, tão sombrio mas tão repleto de humanidade, pela pena do seu prefaciador e também tradutor, Manuel de Seabra. A frase é, apenas, esta:
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“Que diremos se as coisas naturais – fontes, florestas, vinhas, campos – forem um dia absorvidas pelas cidades e desaparecerem, e apenas se encontrarem em frases antigas? Serão como os deuses antigos, as ninfas, a natureza sagrada que emerge dos versos gregos. Então a simples frase «era uma fonte» nos comoverá”.
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domingo, 5 de agosto de 2007

Trotski? Em 1917? Quem?

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Consultei o livro de Albert Nenarókov "História Ilustrada da Grande Revolução Socialista de Outubro - 1917 - na Rússia, Mês a Mês", publicado conjuntamente pelas Edições Progresso, de Moscovo, e a Editorial Avante, de Lisboa, em 1987. Bem sei que desde 1987 a esta parte o Mundo deu muita volta, mas também muita volta deve ter dado de 1917 a 1987 na perspectiva e obra do abalizado historiador Nenarókov para delas se poder deduzir, por ausência, que Trotski, na revolução russa, não existiu. Há uma inevitável referência na pag. 257 a um Lev Trotski com o pelouro dos Negócios Estrangeiros no Conselho de Comissários do Povo, e - salvo erro ou omissão - disse! Nem uma simples imagem merece (apesar das assaz repetidas fuças dos que não estavam do mesmo lado)! Há também, a pag 261, uma fotografia de John Reed, o jornalista americano que chegou à Rússia em 1917 , que nos deixou o impressionante relato "Os Dez Dias Que Abalaran o Mundo" e que, pelos vistos, também se terá enganado pelo que de Trotski nesse seu relato fala. E eu que me deixei há bastantes anos entusiasmar pelo dinamismo atribuído a Trotski por Curzio Malaparte na "Técnica do Golpe de Estado" - que confirma Reed -, ao ponto de o citar (a Trotski apud Malaparte) N vezes num trabalho académico que, mais recentemente, dediquei ao "golpe de estado" como possível objecto de estudo de uma antropologia política! Alguém precisa de ir ao oftalmologista!
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sábado, 4 de agosto de 2007

Sempre gostei de osgas!

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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

"Breakfast for Champions"

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Quem me conheça minimamente sabe quanto eu aprecio a prosa um tanto quanto truculenta de Kurt Vonnegut Jr. e quanto eu (e sobretudo ele) lamentamos que já não possa escrever mais por aqui. Pois ontem, dia 2, ao mudar do metro da "linha amarela" para a "linha azul", na Rotunda (isto passa-se em Lisboa e eu venho da Biblioteca Nacional e vou para Penates!), decidi entrar na mini-feira do livro que aí está montada - e, para além de ver exemplares de edições históricas da Lello, que eu julgava estivessem já a ser lidas por dinossauros descansados algures nas arribas da Lourinhã (horizontalizadas para os mesmos no tempo que foi deles), ou escolhendo um espaço mais tranquilo na Pedreira do Galinha, não é que vou encontrar por Euro e Meio, sim Euro e Meio, uma tradução do volume em epígrafe. E eu, muito embora tendo orientado meu diploma constitucional-pessoal para não adquirir proximamente mais livros, adoptei uma flexibilidade também constitucional (o ensino não passou de "gratuito" para "tendencialmente gratuito" num texto muito mais sério?) e comprei logo...

3 exemplares 3

sendo o primeiro para mim ("é para comer já", como eu costumo dizer aos livreiros que insistem em me embrulhar os livros que compro - expressão que aqui adquire um singular triplo sentido), o segundo para minha filha Leonor (com quem discuti em tempos Vonnegut e que veio cá secar ao Sol, por alguns dias, a sua recente experiência duma Britânia empapada) e a terceira por (ou para) uma intenção particular, como se diz nas missas.


Ainda lá existem exemplares (não muitos) e, num rápido exame, a tradução pareceu-me muito aceitável! Quem goste de Vonnegut...

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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

2007.07.30

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2007.07.30

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Agosto: Bougainvillea

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imagem de www.wildcondor.com

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