segunda-feira, 18 de junho de 2018

E PORQUE AQUI FALÁMOS DO PASSADO... E DE COMBOIOS!

E  porque aqui falámos do passado e de comboios (tenho-me divertido muito nestas viagens inclusive por linhas que não existem... e só lamento ter começado tão tarde, especialmente por estas?) que me poderão dizer da linha da margem esquerda do Douro e que, saindo de Gaia, deveria ir até Sobrado de Paiva e, a partir das proximidades de Crestuma, "mandar" um ramal para a Feira, a passar pelas Termas de S.Jorge? Adicionada ao plano ferroviário em bitola reduzida, como referia o Diário do Governo nº 230 de 12 de outubro  de 1908 (pagª 3110), teve aprovação muito rápida para a construção poder iniciar-se, recebendo um detalhado alvará régio... só que, com tanta velocidade, teve um descarrilamento burocrático e - como muitas outras - ...não andou! Quem quiser mexer no bicho adormecido, de via reduzida que fosse, visite as páginas 3372 a 3374 do Diário do Governo nº 253  de 7 de novembro de 1908, onde se encontra o tal Alvará "dado no Paço a 22 de outubro"  e tome uma carruagem, que, com bancos de "sumapau" como se usavam na época, poderia ser idêntica às que  cheguei a ver em Espinho quando já não circulavam na contorcionista e polémica linha do Vale do Vouga  [1]. Talvez lá num canto me encontrem, a debicar um trancanaz de presunto entre duas fatias de pão coado,  enquanto vou lendo o suspenso "O Mundo" que, algo  à socapa,  me trouxeram de Lisboa, ou revendo o relato detalhado dos trágicos  acontecimentos que marcaram com sangue as assembleias de voto de Alcântara e S.Domingos  [2]. 

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[1]  Não se poderia excluir  que,  através do tal ramal  Crestuma-Feira, estas duas linhas  pudessem  convergir algures. originando uma "mini rede" ferroviària na bacia do Arda.
[2] Relato esse que foi produto da sindicância logo mandada fazer,.  Publicado no DG nº 149, de 8 de julho de 1908, seria republicado, com retificações, no DG nº 152, de 11 do mesmo mês e possivelmente inspirou um dos episódios narrados por Júlio Dantas na sua obra "Pátria Portuguesa". Mas, retomando o comboio e procurando abrir mais apetites, que me dizem dàquela outra ideia quase da mesma época de estender até Leixões o ramal Campanhã-Alfândega?

segunda-feira, 11 de junho de 2018

DO TETRAEDRO (ou dois amigos face a um "aquilo" [1])

FACE 1:
- Amanhã vamos almoçar [2]?
- É sempre bom ver-te, vamos a isso!
(nem no "aquilo" se fala!)

FACE 2:
- Vamos amanhã almoçar e falaremos d' "aquilo", se houver tempo?
- Excelente ideia! Entre muitas outras coisas, claro!
(o almoço é o principal e o "aquilo" ainda será secundário)

FACE 3:
- Porque temos de resolver "aquilo", que achas almoçarmos amanhã?
- Sendo um ensejo para fecharmos "aquilo", aceito pois!
(agora o "aquilo" passou a principal e o almoço a ensejo ou utensílio)

FACE 4:
- Posso passar por aí amanhã, para fecharmos "aquilo" antes da hora de almoço?
- Claro que podes, mas passa cedo que eu já tenho um almoço marcado!
(agora há só o "aquilo" e o almoço passou a ser "à Bach" [3])

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[1] Ou ainda, gongoricamente: "Do bom uso da diplomacia no quotidiano"
[2] Na versão económica hodierna, substituir o "almoçar" por "tomar uma bica"
[3] Para isso conjugue-se adequadamente o verbo "fugar".

sexta-feira, 1 de junho de 2018

PARA MUITOS ANOS À FRENTE (ou como evitar feriados em meio de semana)

"Que os fins de semana continuem a ser largas avenidas
Para que neles caibam também as celebrações dos povos."

                                                 Tradução livre de anotação em Francês 
                                                 (fonte original desconhecida)