domingo, 31 de maio de 2009

Afazeres imperiosos...

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Magritte, claro...

... têm-me afastado do acompanhamento deste "blog". As postagens existem na gaveta dos rascunhos, prosseguindo algumas das séries abertas, mas o problema está na feitura definitiva e na colocação das imagens acompanhantes, que se querem minimamente adequadas e que requerem tempo e paciência. "Ça ira".

Poderia hoje deixar aqui algumas coisas, dessas que estão preparadas e que correm o risco de perder oportunidade. Mas a minha escolha vai para uma realidade incontornável, que hoje brotou neste computador quando eu procurava o nome de um engenheiro de minas holandês que andava por aí (afirmação isenta de qualquer intenção) em 1941, e que - a tal realidade incontornável - é de imensa oportunidade neste momento em que as eleições se aproximam e em que milhares de candidatos (com as honrosas excepções dos que já sabem o que querem e o que farão) preparam discursos gongóricos sobre o que não há e acham poder fazer, como é de hábito na circunstância. Entretanto acelera-se a azáfama pre-eleitoral da realização de obras urgentes que levedaram durante três anos e têm agora menos de um ano para florir.

Pois o que trago aqui é uma forma automática de fazer discursos, sem qualquer comprometimento, do estilo saciante mas com a base do "não me lixem". É um programa brasileiro, completamente sensacional, em que se coloca um título adequado ao texto ou ao discurso que se pretende e o número de frases com que se quer construir o mesmo (o exemplo que é dado no programa vai às 200 frases, o que é manifestamente respeitável - em termos de extensão). O resultado "brota" em fracções de segundo e só há que rever a grafia, porque ainda sai em Português do Brasil (designação bem mais correcta que o "Brésilien" que encontrei num manual da Air France). Pretendi fazer um ensaio e coloquei em título: "Como realçar as necessidades de uma comunidade em crise" e, numa pretensão de síntese, limitei-me a marcar 20 (vinte) frases. Transcrevo-vos seguidamente o que saiu (com pequena revisão de grafia) e que me fez rebolar de puro gozo:
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"Como realçar as necessidades de uma comunidade em crise


Assim mesmo, a hegemonia do ambiente político deve passar por modificações independentemente dos procedimentos normalmente adoptados.

Caros amigos, a crescente influência da comunicação exige a precisão e a definição do sistema de participação geral.

Todavia, o consenso sobre a necessidade de qualificação ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades.

Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se o julgamento imparcial das eventualidades oferece uma interessante oportunidade para verificação do processo de comunicação como um todo.

A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com a mobilidade dos capitais internacionais garante a contribuição de um grupo importante na determinação das condições financeiras e administrativas exigidas.

Neste sentido, o início da actividade geral de formação de atitudes não pode mais se dissociar do impacto na agilidade decisória.


Por outro lado, a adopção de políticas descentralizadoras pode levar-nos a considerar a reestruturação das regras de conduta normativas.

É importante questionar o quanto a expansão dos mercados mundiais talvez venha a ressaltar a relatividade do reorganização dos quadros funcionais.

Acima de tudo, é fundamental ressaltar que a execução dos pontos do programa agrega valor ao estabelecimento do investimento em reciclagem técnica.


Isto porque, no mundo actual, a determinação clara de objectivos causa impacto indirecto na reavaliação do orçamento sectorial.

É claro que o entendimento das metas propostas faz parte de um processo de gestão de todos os recursos funcionais envolvidos.

Não obstante, a complexidade dos estudos efectuados acarreta um processo de reformulação e modernização dos métodos utilizados na avaliação de resultados.


A prática quotidiana prova que o desafiador cenário globalizado cumpre um papel essencial na formulação dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência.

Gostaria de enfatizar que a constante divulgação das informações afecta positivamente a correta previsão dos paradigmas das organizações, empresariais ou não.

Pensando mais a longo prazo, a competitividade nas transacções comerciais estende o alcance e a importância das condições inegavelmente apropriadas.

O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a valorização de factores subjectivos auxilia a preparação e a composição dos níveis de motivação departamental.


O empenho em analisar a consulta aos diversos militantes possibilita uma melhor visão global da gestão inovadora da qual fazemos parte.

Podemos já vislumbrar o modo pelo qual o fenómeno da Internet representa uma abertura para a melhoria das diversas correntes de pensamento.

O que temos que ter sempre em mente é que o novo modelo estrutural aqui preconizado nos obriga à análise das direcções preferenciais no sentido do progresso.


Por conseguinte, a contínua expansão de nossa atividade prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes das formas de acção."


Divirtam-se pois com o tal programa, que significativamente se chama "LeroLero" e que encontrarão em:

http://www.dicas-l.com.br/lerolero/

bastando substituir o título do exemplo que lá está e o número de frases do mesmo ("Estratégias em Um Novo Paradigma Globalizado", com as tais 200 frases) pelo VOSSO almejado título e a VOSSA desejada extensão!

O meu medo é que já haja muita gente que já seja sabedora do LeroLero e que, não dizendo nada ao maralhal para não espantar a caça, ande por aí a preparar discursos. Mas só esta pândega experiência poderia roubar preciosos minutos ao dever que tenho que prosseguir... até às tantas!
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domingo, 24 de maio de 2009

Um caso de Direito

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Pelargónio, vulg. "Sardinheira"
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Para uma prova de ... Teoria Geral do dito:

1. António, Barnabé e Camila [Não, nenhum deles é... Caldeira!], mercê dos seus conhecimentos sobre (deixa ver...) pelargónios, aproximaram-se do Clube X e propuseram-lhe a realização, nas suas instalações desportivas, de uma feira anual e internacional de Pelargónios, que baptizaram apropriadamente e com o acordo de X de PelargoniX.

2. A PelatgoniX realizou-se durante vários anos, nas instalações do Clube X e dentro do programa cultural deste, com a assistência da respectiva Direcção e apoio dos meios de que o clube dispunha - constituindo um evento original.

3.António, Barnabé e Camila, mercê dos tais seus conhecimentos, conseguiam que, anualmente, viesse ao Clube X um conjunto de criadores internacionais de pelargónios, que aí apresentavam as suas novidades.

4.Embora António, Barnabé e Camila não fossem empregados ou mesmo associados do Clube X X, o seu amor aos pelargónios levou-os a acordar com o Clube X a realização de uma exposição anual de pelargónios, apresentada como "realização do Clube X", que organizariam e acompanhariam, cabendo ao Clube X fornecer espaço, apoios de pessoal e de materiais, impressões de programas e catálogos, etc.

5.Embora existam dúvidas (na resposta analisar os dois casos alternativos), António, Barnabé e Camila sempre afirmaram não receber um Euro do Clube X como remuneração pelo seu trabalho na organização e acompanhamento da PelargoniX.

6. Não há acordo escrito entre estes e X: no entanto o assunto e a PelargoniX e os contributos para esta constam das actas e contas do ClubeX e do respectivo relatório anual de actividades, com pleno conhecimento e sem alguma objecção ou reserva, até ao fim do ulyimo ano, de António, Barnabé e Camila.

7. O nome PelargoniX não está registado por qualquer dos intervenientes.

8. É reconhecido o impacto da PelargoniX no acesso gratuito de pessoas às instalações do Clube X e na imagem local e externa deste, que sempre a apresentou como iniciativa sua, colocada no orçamento e programa da sua Direcção, com reserva de espaço nas suas instalações.

9.Subitamente, ao fim de diversos anos, mas sem pré-aviso (como resultado de divergências recentes mas invocando precendentes que se vinham acentuado mas resolvendo), António, Barnabé e Camila anunciam no fim do ano N que a PelargoniX, até ao ano N realizada no Clube X, não seria por elçes organizada no ano N+1 r passaria no ano N+2 a ser realizada no Clube Y, geograficamente afastado do Clube X e que lhes ofereceria melhores condições que este.

Pergunta-se:

A - Poderão António, Barnabé e Camila, por sua unilateral iniciativa, passar a PelagoniX, em seu nome e conteúdo, para o Clube Y?

B - E se mudarem o nome, mantendo o conteúdo?

C - E se uma sociedade comercial Pelargono,S.A., a fizerem intermediar o processo? (Examine as hipóteses de participação)

C - Como pode o Clube X reagir à situação criada?

Quid Juris?
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Imagem: "Pelargonium inquinans", créditos a http://images.bidorbuy.co.za/user_images/651/390651_090324123245_Pelargonium_inquinans2.jpg

sábado, 23 de maio de 2009

Tele vozes e tele visões


Em 1947 (faz hoje anos, apud JN...) vencemos pela primeira vez o Campeonato do Mundo de Óquei em Patins. Comemoro não só o acontecimento, mas - muito em especial - um "a propósito" no inesquecível diálogo radiofónico do Zéquinha e da Lelé sobre tal proeza. Quem se lembra disso? Quando ousará alguém editar um CD com os diálogos do Zéquinha e da Lelé, sem obviamente esquecer as alusões "Àquela Santa"?

E os "Companheiros da Alegria", vítimas que acabaram por ser da falta de graça do Sorumbático Senhor?

E os monólogos do Olavo (d'Eça Leal), como estarão hoje, perdidos no éter a caminho de espaços distantes - onde um dia serão recolhidos e editados.

E, anteriores a todos esses, as "Lições do Tonecas", do José de Oliveira Cosme (pelo menos essas existem em livro...)

Veio depois a infecção das "RadioNovelas", o "Teatro Tide" e outros dramas de faca e alguidar, como a história da "coxinha" - cuja "perseguidora" era tão odiada que a respectiva intérprete quase era linchada em plena rua e as lojas ficavam vazias para as empregadas irem ouvir o programa na loja ao lado, que tinha "rádio" [1].

Hoje, na "caixa", às catadupas, as telenovelas, numa herança evolutiva de tudo aquilo. Nem boa nem má: diferente porque actual. Amanhã "mais diferente" será ainda.

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Adivinha: Quem é que, todas as temporadas, começa por anunciar, em parangonas de imprensa afecta, que. naquela precisa época está triunfalmente a iniciar a escalada do Everest, para acabar por descobrir, jornadas depois, que, afinal, estava mas era a iniciar uma subida a pé da encosta de Monsanto... e sempre, sempre, culpar disso ou os guias, ou as montanhas, ou alguém que muda as tabuletas?
Prémio: uma evocação no Canal História! (piada bolorenta!)

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Nota final (por hoje): Avisam-me que perdi uma deliciosa "peixeirada" ontem, algures na TV. Lamento não ter vistouvido. Lamento mesmo! Talvez o "YouTube" me safe. Ou talvez aquele outro "You & etc" (só não ponho o nome todo porque admito que ainda existam criancinhas da préprimária a juntarem as primeiras letras e a terem de ler, por castigo, este meu blogue; as do nível EB1 já sabem certamente ao que me refito!)

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[1] Houve também as "Fotonovelas", para ler nas salas de espera dos consultórios dos dentistas.

Referências e créditos:

Para quem quiser saber mais sobre o Zequinha e a Lelé: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Zequinha_e_a_Lelé;
Imagem, com a devida vénia, de: http://www.teatropoliteama.pt/politeama/artigo.asp?cod_artigo=204 (em Justa homenagem a Igrejas Caeiro)


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dependência


Em tempos que já lá vão consideramos que um planeamento nacional em termos de matérias primas era algo desnecessário, uma vez dentro da UE; que eu saiba o "Plan Métaux" não foi desmobilizado nem o KfW deixou de estar activo.

Em tempos que já lá vão esquecemos as fábricas de camisas de Alhos Vedros, a posição intersticial da Timex, a encaixotada ampliação da SN, os concentrados de NC cupreando hamburger's.

Em tempos que já lá vão houve um contrato com um senhor chamado Michael Porter destinado à localização de "clusters" aquém de outras galáxias, e ké dele?

Em tempos que já lá vão esquecemos que um empreendimento vultoso, mesmo que integre tecnologia de ponta mas que esteja incluído numa linha de produção que, na totalidade, se não controla é uma afirmação de dependência - e, portanto, de vulnerabilidade.

Em tempos que já lá vão...

... já é tempo de aprendermos qualquer coisa!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O aberrante "não voto"; notícia triste; "dia da espiga"

Acabo de ouvir, num forum da "rádio", declarações de pessoas que se ufanam de usar e abusar da liberdade de se esquivarem ao poder-dever do voto numa sociedade democrática (seja qual for o conteúdo usado pelo votante nessa expressão). Fique bem claro - e chamem-me o que quiserem - que eu, se pudesse, não lhes concederia tal liberdade.

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Morte de Benard Costa: o Cinema (e o conjunto dos que amam o Cinema) fica. entre nós, mais pobre.

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Dia da espiga. Ainda há quem o observe, nesta "porta do Alentejo" e noutros locais. E quem tenha saudades do ir ao campo colher o que hoje se compra e se recorda no meio do betão opaco dos ninhos de vespas urbanas. E, para além da religiosidade do dia, quem se lembre do fogoso toque profano que gloriosamente reside na letra da homónima canção revisteira:

Maria! São teus olhos azeitonas.
Cachopa! São teus lábios qual cerejas
E os teus seios cachos de uvas que abandonas
À vindima desta boca que os deseja


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Gravações

McDonald's suburbano. Mesas com alunos, eles e elas, de uma vizinha escola secundária. Num recanto próximo três elas e um ele, todos adolescentes terminais. Vozes altas, meu!, uma delas a contar, com desenvoltura, como tinha "despachado o gajo!", tinha-o mesmo "mandado para o c******". "F***-**!" disse a outra, borrando o ar angelical. E seguiram-se, até fim de conversa, os detalhes do despachanço, de forma inteligível e explícita. "F***-**!", epilogou a pseudo-angélica, levantando-se com os outros e todos deixando os tabuleiros na mesa. Do outro lado do tabique, um casal de meia idade avançada, com dois netitos. Reclamou o homem: "Menina! Olhe que estão aqui crianças!". E responde a gaja: "Meta-se mas é na sua vida, 'tá bem!". Á saída, ficando para trás e acelerando de seguida, não fosse o ambiente aquecer, o ele, boné de pala nas costas e barba apenas a despontar, digna-se rosnar, sotto voce, este mimo: "Se não fosse um velho, levava já na tromba!"
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E não há progenitores que coloquem gravadores nas mochilas das respectivas crias para também melhor conhecerem as vidas destas?
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terça-feira, 19 de maio de 2009

Françoise Sagan e o (pretenso) fechar de portas

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Dorothea Tanning, "Birthday"(1942)

Deparou-se-me, recentemente, um pensamento atribuído a uma moça do "meu tempo", pouco mais velha que eu, e que se chamava Françoise Quorez (n.1935 - m.2004):

"Só fechando as portas atrás de nós
se abrem as janelas para o futuro".

Relendo-o agora na óptica de um chefe de bombeiros, que não sou, só me apetece dizer: "Quantos desastres já se deram por causa disso? Das portas fechadas atrás de nós e da necessidade de saltar pelas janelas - e tanto pior o é para quem mais alto chegar!" Nã! prefiro bem o nosso lusitano dito do "P'ra trás mija a burra!" (que não exclui o facto da burra poder ser velha, como eu e como seria a Françoise - se, infelizmente, esta já não estivesse do outro lado - e como todos aqueles que, mesmo que o não queiram, irremediavelmente envelhecem à estonteante velocidade de 24 horas/dia). Ou, malgrès tout, relembrar a frase de Gide colocada aqui a 8 do corrente - já que existe e felizmente persiste aquele "estafermo" de coisa que se chama "memória"[1] . Ou, já agora, alguém estará a pensar que se pode passar sem isso?
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[1] "Estafermo" para alguns, claro. Uma das considerações curiosas que a memória merece é que todas as revoluções, mesmo as que proclamam a ruptura radical e a erradicação de um passado, se esforçam por preservar a memória delas próprias. E quando tentam impô-lo, tando mais o fazem quanto a essência se lhes vai perdendo. Por isso o que se não pode recusar, de forma alguma, é a memória dos que sofreram por lutar contra a corrente, na construtiva destruição de peias existentes - que não é lutar contra a memória, porque qualquer luta conjugada (e sofrida) no presente colhe razão num passado que se rejeita mas não apaga. E a razão, como na vida (e no "Birthday" da Dorothea Tanning, pintado quando a Artista fez 30 anos e que imediatamente arrebatou Max Ernst, logo que o viu), não se fecham portas: vão-se sucessivamente abrindo, mas as portas já abertas estão e ficam lá. Esta a diferença.
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Sobre Dorothea Tanning, Marx Ernst e a obra citada e reproduzida, ver

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Google Earth"


Descobri que a casa onde nasci e onde vivi até aos 6 anos e pico já não existe. Descobri que da casa onde cresci, desde esses 6 anos e pico até vir demandar terras do Sul [1] resta algo de cor verde na área que era o jardim e a horta. Cientifica, friamente, anotei as coordenadas do ponto central de um e outro local, à centésima de segundo. E registei que já lá não está a palmeira, nem a azálea salmão - de uma cor que eu incessantemente procuro. Mais que do tempo que passou, do muito que poderia contar e, mesmo assim, do tanto que estará já esquecido, essas ausências chateiam-me. E, lá do limbo das plantas mortas [2], continuam a apontar-me as folhas e a acusar-me de deserção. [3]

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[1] Para poder ouvir e registar também a deliciosa "boca" daquele desaforido cidadão que, aí por 2000 ou em torno disso, no período de intervenção pública da Assembleia Municipal desta terra, em que todos têm ramos de árvore enxertados de fora, gritava para manifestar desagrado aos que não usavam, nem usam, a camisola dele: "Vão-se embora! Vão-se embora! Dizem amar esta terra porquê?" ... e é por este e outros não-pândegos que "la nave non va..."
[2] Deixo aos teólogos, que andam tão afanosos, a questão de onde vão parar os seres vivos vegetais depois de mortos. Sei que a questão já foi levantada para os animais, mas dos vegetais não me parece que alguém se ocupe. Ou estes, que inclusive constituem a alimentação dos outros, não têm qualquer transcendência como membros vivos da Criação? E os virus?

[3] Já não é o primeiro nem o segundo estabelecimento hoteleiro (admito que outras actividades económicas o façam, mas foi nestas que detectei a prática) que inserem nos seus cartões e referências as respectivas coordenadas geográficas facilmente "pescáveis" no "Google Earth". É uma prática muito útil para quem disponha de GPS. E para quem não disponha resta sempre a primeira versão orientadora: "Quem tem boca vai a Roma".
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domingo, 17 de maio de 2009

Enraizadores- 3: Dito popular

Andava eu longe - a apreciar as desgraças humanas que se escondem numa já bem envelhecida listagem de laboriosos (e por vezes furtivos) mineiros que, todos os anos pelo verão e pelo natural alívio de necessidades entre penedos de escarpas quase verticais, acabavam acamados às centenas por "disenteria bacteriana", logo chamada nos anos seguintes de "febre tifoide" - e a avaliar os potenciais efeitos da vitamina B1 no enraizamento de estacas (vou mesmo fazer vários ensaios) [1], quando pessoa amiga, assinalando o "fora de tempo" dessas experiências e querendo-me notar quão leigo eu me mostrava por não saber que tais coisas só na época da poda se devem fazer, mas ao constatar a minha teimosia, invocou "os antigos" para, à guisa de compensação, me recitar este delicioso provérbio:

Em louvor de São Joaquim:
Se pegar, pegou;
se não pegar, fica assim!

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[1] vd. postagens de 19 Abril e 3 de Maio últimos. Reitero os meus agradecimentos pelos amáveis comentários deixados nas postagens de 3 e 5 de Maio - a que só agora respondo ter por encabidado o blogue durante breve ausência (mas os "enlatados" estão prontos para preencher gradualmente a lacuna)

Imagem
: estaca de oliveira enraizada; com a devida vénia a
http://www.portalbonsai.com/foro3_mensaje.asp?tema=1157 fecha=20030801192832
portal este ainda a visitar sobre o tema do enraizamento.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mais um episódio trágico da 2ª Invasão Francesa

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As "alminhas" do Pinheiro das Sete Cruzes

O marechal Soult, instalado no Porto, mandou prosseguir a marcha do exército para Sul do Douro, sem grande sucesso. A vanguarda das forças teria atingido Albergaria a Velha, mas foi sempre fustigada por inúmeras acções de resistência cada vez mais organizadas e que ameaçavam, a todo o transe, cortar a linha de comunicações com o Porto. A tentativa de penetração a leste, para alcançar Arouca e saquear o convento (conhece-se bem a vocação de rapina daquela tropa), ficou-se pela Farrapa, nos montes a nascente de Cambra, ao defrontar os quadrilheiros e regulares que, com "base" em Alvarenga, eram comandados por Luís Paulino de Oliveira Pinto da França (n. 1771 e m. 1824, no posto de General); nas terras da Feira persistiam frequentes emboscadas e recontros com guerrilheiros animosos, que não davam tréguas e se tornavam cada vez mais actuantes com a aproximação de forças regulares luso-britânicas vindas do Sul. As acções de retaliação não demoravam a ser postas em prática sobre populações indefesas - dentro da prática que criou a expressão "ir para o maneta" como celebração negativa das violências comandadas pelo general Loison, que nessa altura andava pelo Tâmega - mas que encontrou em Franceschi e Mermet idênticos praticantes no entre Douro e Vouga.

Referiu-se já o massacre da Arrifana, falar-se-á hoje - exactamente 200 anos depois - do "Pinheiro das Sete Cruzes". Três oficiais franceses, que estavam aboletados na Quinta das Corgas, na Vergada, foram abatidos pelo bando de um guerrilheiro conhecido como "o Catafula". Este escondeu-se em Chão do Rio, Olivães - onde foi localizado e preso pelos franceses, juntamente com quatro dos seus companheiros - tendo os restantes membros do bando dispersado. Condenados os prisioneiros à morte, o Catafula pediu para se confessar a um padre. Ardilosamente, como se verá, os franceses acederam a esse pedido e trouxeram o Padre João Sá Rocha, capelão no convento de Monchique, no Porto, e de momento em Mozelos, terra da sua naturalidade. Confessado o Catafula, os franceses quiseram obrigar o padre a revelar o teor da confissão para poderem capturar outros resistentes. O padre negou-se a tal e, por isso, tanto ele como o seu irmão Manuel Sá Rocha, que o tinha acompanhado, foram também condenados à morte. Tragicamente, a execução dos dois dois irmãos teve lugar à vista da Mãe, que, no mesmo local, morreu de dor. Os cadáveres dos sete fuzilados foram pendurados num grande pinheiro que aí havia para atemorizar a população (numa figuração d' "Os desastres da guerra" de Goya no seu pior!) e, posteriormente substituídos por cruzes de madeira, originaram o nome das "Sete Cruzes" que foi dado ao local. Três capelas e duas lápides registam todo o drama: uma, construída perto do local onde o Catafula se refugiou e foi preso, outra em memória de Manuel de Sá Rocha e de sua mãe, à margem da antiga E.N.1, e a terceira no local onde estava o avantajado "pinheiro das Sete Cruzes", em Mozelos - árvore que uma tempestade derrubou em 1954.

A história e a localização das capelas foram narradas pelo Doutor Armando de Sousa e Silva no artigo "Nogueira da Regedoura na 2ªInvasão Francesa" publicado na revista "Vila da Feira - Terra de Santa Maria", Ano VI, nº 18 (Fevº 2008) pp. 101 a 104, bem como no portal na "net" da Junta de Freguesia de Mozelos, donde foi retirada a foto da capela das Sete Cruzes (ou "alminhas" das Sete Cruzes) que encima esta nota.

Resta dizer que, de acordo com a autobiografia de Soult ("Memórias do Marechal Soult",, Livros Horizonte, Lisboa, 2009, p. 59): "A minha posição militar teria sido excelente com forças suficientes. Mas estava-se muito longe dos cálculos do Imperador, que me tinha dado quinze dias para ir do Minh0 ao Tejo. Desde a minha entrada em Portugal apercebi-me do erro em que Imperador tinha caído quando contara com a submissão da zona. Portugal pegava em armas pela sua independência. Este sentimento era gera, e não era à força que se lhe conseguiria levar a melhor. Teria sido mais fácil exterminar a nação do que fazê-la ceder. Era necessário, portanto, recorrer a outros meios que não a força física". E mais adiante (p. 63): "No dia 10 [de Maio] de manhã, os ingleses atacaram com forças muito superiores o general Franceschi, que recuou para junto de Mermet; os dois generais juntos travaram um pequeno combate em Grijó e retiraram-se em boa ordem para Vila Nova de Gaia, nos arredores, onde chegaram na tarde de dia 11." Ou seja: de acordo com esta datação, a morte dos 5 guerrilheiros, do padre e do irmão deste teve lugar exactamente no dia da retirada das tropas francesas para as matas de Grijó, após terem sido escorraçadas de Oliveira de Azeméis (11 de Maio de 1809).

domingo, 10 de maio de 2009

Um desenho de Almada


"Os Desenho de Almada n' "o "Sempre Fixe"": Almada Negreiros colaborou no jornal humorístico "O Sempre Fixe" entre 1926 e 1935 (interrompendo de 1927 a 1932, com a sua ausência em Madrid). Dos seus 119 desenhos e 3 historietas ilustradas editou o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1983, um volume com o título acima, que José-Augusto França prefaciou. Deste volume, de formato pequeno e colagem péssima, tirou-se, com a devida vénia, a amostra acima.

sábado, 9 de maio de 2009

Quem esteve a fazer o frete e a quem?



Num País que atravessa uma crise mundial a juntar à própria crise estrutural crónica, agravada por anteriores atitudes políticas que se tentam varrer para debaixo do tapete (quem brincou por aí aos "Chicago boys"?), onde parece prosseguir-se uma busca canalha de trampa de cão na sola do sapato do vizinho e se interpelam uns aos outros , singular e colectivamente, com todos os agravantes nomes e agravadas divergências em lugar de buscar a conciliação de esforços que a situação exige, surgiu um estranho quase-unanimismo parlamentar sobre um tema que poderá a muitos parecer não isento da figura de "causa (colectiva) própria". Honra seja feita a quem soube assumir, entre tantos sim-sins atentos, veneradores e obrigados, a única posição discordante, votando contra, e de, com uma outra abstenção no hemiciclo, também do mesmo Grupo, colocar aquela unanimidade menos dois (e, por isso, apenas maioria) numa fotografia em que todos os sins ficaram tremidos. Mas não é que estão todos os Grupos nisto, TODOS? Demos-lhes os votos mas, pelos vistos, esquecemo-nos de lher dar um espelho para que se mirem! Dirijo pois ao único "NÃO!" o meu ruidoso "Apoiado!"

sexta-feira, 8 de maio de 2009

8 de Maio de 1945

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A recordar hoje: o fim da 2ª Grande Guerra na Europa!
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De facto houve dois actos de rendição: um assinado em Reims, a 7, e que foi renovado em Berlim, a 8 (por exigência de Stalin. Os termos e precisões temporais do cessar-fogo estavam porém concordantes em ambos os documentos), donde a data oficial - em termos de celebração - se posiciona mesmo a 8.
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"Rectius"

Há uma frase que eu muito cito - e que verifico não estar inteiramente correcta, ainda que a citação errada não lhe alterasse o sentido e a intenção.

A frase correcta é:


"Le présent serait plein de tous les avenirs, si le passé n'y projetait déjà une histoire."


André Gide, em "Les Nourritures Terrestres"


quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Corpos e Almas"

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Interrompo o meu silêncio para fazer uma breve postagem. No blogue do meu Curso do Liceu Alexandre Herculano, no Porto, o incansável Rui Abrunhosa - que tomou o timão durante a minha forçada, confusa e bem complicada ausência (é mau fazer "jogging" com gente moça: deitamos os bofes pela boca, ficamos para trás e nem sabemos - o que é o caso - se chegaremos ao fim!), lançou uma nova série que se reporta aos livros que nos fizeram crescer. Apresenta, como número 1, o "Livro da Segunda Classe" e, dele, aquele poema que celebrava a casa através do ninho e que era duplamente educativo, mesmo para os que hoje têm de viver não em ninhos mas em casulos de vespas, de paredes de papel cimentado, ouvindo todas as sonoridades ventosadas ou não do compincha do lado - e estes são ainda os que têm sorte de ter qualquer coisa chamada de seu e que, feitas as contas, pagaram em triplicado ao banco que avançou com a massa (massa e não maça) para cobrir ao betoneiro fazedor de casulos a oportunidade de despachar aquilo e ir encasular para outras bandas, pela necessidade criada por um mistificador "capitalismo popular" de cinicamente aniquilar o mercado do arrendamento e, sobretudo, franzir o nariz ao esforço cooperativo, mantendo apenas a fachada. Bom! Não era por aí que eu queria ir hoje...

Queria ir por outra coisa: um dos livros que realmente formou "a minha turma". Circulou por baixo das bancadas no 6º e 7º anos e penso ser justo ao dizer que deve, consciente ou subconscientemente, ter ajudado a que Medicina fosse um dos cursos de preferência dos meus ilustres colegas que ingressaram na U. Eu li-o então e não me convenceu a ir para Medicina porque, já no momento, conhecido como "Zé dos Calhaus", eu almejava uma vida de engenheiro, talvez numa mina. Cheguei mesmo a ter uma boa colecção de minerais, com uma certa irritação materna pela confusão que aquilo criava no meu quarto (havia de o ver agora!) - sobretudo quando alguns concessionários, que eu visitava, me mimoseavam com exemplares de 20 quilos, como o bloco de magnetite que o Dr. Ângelo César me trouxe das minas do Marão e que me obrigou a ir de taxi para casa, gastando algumas daquelas moedinhas de prata e caravela que eram as famosas cinco c'roas. Um problema pulmonar (bicicleta a mais para visitar minas e colher calhaus em Gondomar e na Vila da Feira) fez com que o médico da família, o Dr. Pedrosa Júnior, uma figura gaiense sempre a recordar, me desaconselhasse as minas. Passado tempo perguntou-me se eu tinha já escolhido uma alternativa mais saudável. E eu, que só tinha feito a mudança para a porta do lado do mesmo andar, respondi: Já, escolhi a Engenharia Química! Mas isso ainda é pior, disse o bom do Dr. Pedrosa com o seu sorriso franco e sempre bem disposto. Pois é, respondi eu, mas agora já não mudo mais. E não mudei. Santa Bárbara que, lá em cima e antes de a Igreja a ter posto em "lay-off", ouvia estas coisas todas decidiu ajudar-me sobremodo e disse ao Chefe (não é isto a intercessão dos Santos?) que me pusesse em Química com algumas coisas de Minas à mistura - e apontou para os blocos de pirite que do Alentejo subiam em caminho de ferro (antes era mesmo em barco...) para o Barreiro. Assim andei eu e ando - e dá-me imenso gozo estar a mexer naquilo que era o meu primeiro caminho, em terra conhecida, com histórias conhecidas mas em que muito haverá ainda a contar - como me dá angústia a imposição de prazos que ditará, pior que o "não fazer", um fazer que seja aos meus próprios olhos insuficiente e mesmo assim se eu chegar lá.

Todo este arrazoado recorda-me o "Monólogo do Tabaco" de Tchecov (hoje grafo assim porque me apetece) ou a ida ao supermercado buscar uma exacta coisa e vir com cinco menos aquela, numa figura esbanjante do consumo que ainda é possível, enquanto é. Mas voltemos aos "Corpos e Almas". Maxence Van der Meersch, escritor católico francês de nome flamengo, produziu uma obra realista sobre uma família burguesa, no meio médico duma cidade muito curiosa e importante, Angers, com aquele "toque francês" que nos diz ainda qualquer coisa e que nos fazia sonhar com uma outra Europa do além Pirinéus, onde hoje estamos e continuaremos - ainda que de sonho esbatido. "Nada há melhor que o brinquedo que está na montra" - posição dogmática que se diria ter inspirado o Manuel de Oliveira na concepção do Aniki-Bóbó tão portuense como o "Douro - Faina Fluvial" que, porra das porras! (em homenagem à sueva expressão vernacular), não há meio de encontrar em DVD ou forma quejandra. Mas lá estou a fazer agulha!

Bem, tão impressionado fiquei com aquele Van der Meersch, edição da Minerva como a que se mostra (manchada de café) na gravura supra, que quando me apanhei a estagiar nas Astúrias comprei algumas traduções em castelhano (o escritor era católico, donde mais abundantemente traduzido na Espanha da época que entre nós !) que algo me desiludiram - como por exemplo "A Casa da Duna", que o cinema adaptou em 1988 mas que, na sua Pasqualina, achei demasiadamente doce para o meu gosto de potencial "aprendiz de diabético" ou "diabético amador" que é como sou agora classificado, tendo o cuidado de nunca passar os 110 na estrada da vida! A minha posição de admiração quanto ao Autor, que tanto me impressionara com o "Corpos e Almas" e que - estou convencido disso - mandou tantos desses meus Colegas para sacerdotes do templo de Esculápio (visitem a Miróbriga, pois, e se possível com algumas vestais escolhidas a dedo e esquecidas dos respectivos votos!), foi recuperada ao ler um outro romance, "Invasion 14", que mandei vir pelo meu vendedor francês da "Poche" (tem tudo e não cobra loucuras pelos portes) que relata a vida numa cidade do Norte da França ocupada pelos "boches" (de capacete bicudo, ideias curtas e "Got mit uns" no cinto!) na I GG.

Não vou aqui entrar numa de erudito à moderna e transcrever como se fosse minha, com pequenos toques, "cocktails de fontes" e erros de tradução, a biografia e a bibliografia do tal Maxence(1907-1951), desencaminhador no bom sentido que é o de encaminhador. Poderão e deverão encontrá-lo em
e digo que vale a pena ler pois explica muito do Autor.

Considerado um dos "escritores hoje esquecidos", sinto-me bem por ter interrompido muita coisa urgente e imperiosa e vir trazer aqui - e colocar também no www.lah-1954.blogspot.com (desculpem, mas o "dois em um" ainda está na moda - este tributo a um dos livros que nos formou e que correu praticamente toda a turma. Só já não sei quem o trouxe. Pena que, para dizer só isto, tenha caído no pecado solipsista de falar tanto de mim, mas se eu não falo de mim e não conto a tempo aquilo que recordo, quem o recordará depois? Ciao a todos!

É tão bom "fazer gazeta"!!! (e muito em especial hoje!)
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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Chá é chá; café é café

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Se pedíssemos, a cada um, uma definição precisa das coisas corriqueiras veríamos as dificuldades que se iriam levantar. Todos sabemos, por exemplo, o que queremos dizer com a palavra chá ou com o vocábulo café. Dir-me-ão que existem vários chás, de substâncias infusionadas completamente diferentes - e que, por isso, o café, mesmo com as suas variedades, é um conceito bem melhor delimitado. Talvez seja essa uma razão por que sou pessoa de pouco chá (quem disso não goste , que o tome de tília) e muito mais devotado a tudo que seja ou tenha ou saiba a café.

Esta clara preferência não impede que eu, que tomo frequentemente café com leite, não exclua dos meus hábitos o chá com leite no seu "very British, I should say". Mas não me venham com cantigas de ser necessário e útil tomar café com chá. Preferirei então água - e tenho dito! Inodora, insípida talvez, mas, sobretudo, transparente.
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terça-feira, 5 de maio de 2009

Praga



Uma espectacular trepadeira polaca (Clematite "Warszawska Nike") trouxe-me ao jardim uma camada de piolhos vermelhos. Estou a usar um "Casa e Plantas" corrente, mas as pétalas da clematite ressentem-se (ver o enrugado na foto inferior) e, em compensação, os ditos - após cada aplicação - atravessam um brevíssimo período de estupor e reaparecem mais gordos e mais cheios de apetites, em prejuízo da planta (não distinguindo entre os púrpuras das pétalas e os verdes da folhagem). Alguém conhece a forma de atalhar uma viciosa praga destas?
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Alinhar ao centro

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Flores de feijoa

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Do conjunto de plantas tropicais que faço crescer por aqui (o maior insucesso tem sido a papaia ou o mamão [1] : crescem um palmo, definham... e morrem).

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[1] Para quem não saiba: papaia e mamão estão um para o outro como o pero e a maçã, para a gente que distinga o pero da maçã - já que no Norte, maçã e pero (no conceito do Sul) são ambos só e unicamente maçãs - e pero, como pero = fruto (e não pero = soco vg. "levas um pero") , é bem outra coisa. Peculiaridades regionais , tais como aloquete e cadeado, e xaputa pode merecer a longa designação de "aquele peixe que em Lisboa tem um nome esquisito", como já ouvi a uma velha Senhora nortenha . Ao que a feijoa leva!

domingo, 3 de maio de 2009

Enraizadores - 2: Tiamina

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Sobre a postagem de 29 de Abril, no que se refere à aceleração do enraizamento de estacas, tenho duas notícias, uma boa e outra má. Comecemos pela boa:

1. Alguns (não muitos) leitores do blogue contactaram comigo reportando uma experiência que eu também tive e que se resume no seguinte: consegue-se facilmente, numa farmácia, comprar um complexo vitamínico B que contém (entre outras) vitamina B1, mas não se consegue encontrar a vitamina B1 isiolada."

É um problema real, mas superável - pois existe no mercado pelo menos uma possibilidade de encontrar a dita (se outras possibilidades existirem, agradeço que me informem - que delas darei conta aqui). Trata-se do produto disponibilizado COMO SUPLEMENTO ALIMENTAR (IVA 20%) em cápsulas de 100 mg de cloridrato de tiamina pelos laboratórios SOLGAR, de Nova Jersey, Estados Unidos, e importada para Portugal pela DIETIMPORT, SA (ver frasco acima!). Cada frasco tem 100 cápsulas e o inconveniente de não ser tão barato quanto o desejável (€14-15). Trata-se, é verdade, de um produto dietético em cápsulas vegetais, preparado para uso humano com todos os excipientes de qualidade e as melhores regras da arte, pelo que eu penso que se se procurar tiamina não com estes requintes mas como produto químico, qual "genérico", pois se destina ao enraizamento de plantas, junto de fornecedores de produtos químicos, se conseguirá uma oferta sensivelmente mais económica. Oportunamente indagarei e darei notícias.

Para obter uma solução a 0,04%, como é recomendado, teremos de ter 0,04 gramas i.e. 40 miligramas em 100 gramas de água. - ou seja, uma cápsula de 100 mg dará para 250 ml de água, equivalente pois, aproximadamente, ao conteúdo de um copo de galão ou de um copo baixo de whisky.

2. A má notícia é que o meu ramito de trepadeira "botão de ouro", atacado por aquela roulotte animal que se chama caracoleta não deve ter resistido à agressão. O desaparecimento das principais folhas enfraqueceu-a e as ultimas folhecas que ainda tinha acabaramn por secar antes de eu receber tiamina que lhe pudesse valer.

Em desespero de causa, e porque o que é perdido já perdido é, "inaugurei" uma abordagem algoi inovadora à base da tiamina entretanto recebida e até fotografei o dispositivo. Provavelmente nada dará - mas se der resultado, nesta tão ultra-crítica circunstância, será caso de voltar aqui para o relatar. Mas - volto a avisar - não se conte muito com isso...

Aliás tenho outros problemas noutra trepadeira com meliantes de diverso tipo, mas só dentro de dias pensarei em falar nisso!
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sábado, 2 de maio de 2009

"Hai que kai"!

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política de cacete
promete mesmo
promete!

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Imagem de: www.ci.buffalo.ny.us/files/1_2_1/Public Art Website/Web Pages/Japanese Lanterns.html

sexta-feira, 1 de maio de 2009

2009: Um mineral por mês: Maio / Aragonite



É a "prima pobre" da calcite, e carbonado de cálcio como ela - mas formado a alta pressão e a temperatura mais elevada (polimorfismo). Pode apresentar-se sob aspectos muito variados. Aqui está em cristais, em que o hexagonal é fingimento... porque cristaliza no sistema ortorrômbico. Dizem-me que as conchas dos bivalves marinhos são 50% calcite e 50% aragonite.

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Imagem e mais informação em: entrar em http://fr.wikipedia.org/wiki/Aragonite e visitar a galeria do "commons"

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