quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Baby boom & uma pergunta para tirar (mais) o sono!

 
Reduzir as emissões noturnas da TV? Preparem as fraldas! E depois digam que a culpa do desvio da previsão foi por menosprezo da segunda derivada!

E a pergunta é:

E se os malvados e anónimos mercados, de quem agora já tão pouquinho se fala comparado com a dolorosa injecção que, nos tempos socráticos, todos os dias apanhávamos dos MCS e dos más-memórias que hoje pontificam,  se lembram de estar nas tintas para os nossos sacrifícios tejo-masoquistas? Quoi-faire, alors? Ou apenas...Was?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fernando Ramoa Ribeiro

A notícia brutal chegou-me durante a noite, em telefonema de amigo comum.  Ficamos todos certamente mais pobres. Recordo o Amigo, o Colega - e, com saudade, algumas "guerras" em que partilhamos o mesmo lado. Um "até sempre", Ramoa, onde estiveres.

domingo, 28 de agosto de 2011

Ekonos...

Não sou economista, graças a Deus (tantas, no momento actual, são as cabeças e tantas são também as sentenças). Mas quero contribuir para o presente ruído de fundo dando também os meus bitaites e usando esta minha varanda, já que outros usam outras, para - menos solenemente que todos esses gurus - os vir aqui declarar.

Em primeiro lugar, e para que fique claro: sou a favor na inserção da lei fundamental do Estado, que é a Constituição, de limites de ordem económica tais como o valor relativo do défice e o volume do endividamento.

Sou a favor da utilização prioritária do imposto único para todas as consequências de ordem fiscal sobre o sujeito passivo, evitando outras incidências previsivelmente incontroláveis e que, no fundo, redundam em outros tantos impostos.

Sou contra a reintrodução do imposto sucessório que consiste no esbulho de tributar o já tributado. Para os que argumentam que os beneficiários de bens de herança recebem o que não construíram, eu argumento que sobre esses mesmos bens, e muitas vezes sem fazer a ponta de um corno (antes pelo contrário), o despesista e ultra-auto-garantista Estado já concretizou a sua incidência fiscal (cada vez duvido mais da natureza contratual do imposto e me aproximo das teses de Mirbach-Rheinfeld).

Sou a favor da taxação dos movimentos financeiros - e já aqui o exprimi em devido tempo. Sou manifestamente contra os chamados "paraísos fiscais".

De forma também já conhecida e num plano mais caseiro:

  • Sou a favor das Câmaras municipais monocolores, reservando para as Assembleias Municipais a representação das outras forças concelhias sufragadas e reexaminando os respectivos papeis e poderes.
  • Sou contra a presença adicional nestas assembleias, e com direito a voto, dos senhores presidentes das juntas - admitindo que possam estar presentes e intervir sobre assuntos específicos da sua função e/ou das suas freguesias,  mas sem direito a voto.   
  • Sou a favor da possibilidade de agrupamento de várias freguesias sob órgãos autárquicos comuns, isto numa primeira fase de reagrupamento territorial. Existiram precedentes nesse sentido, que funcionaram durante decénios - e bem.
Sou ainda a favor de um exame crítico e  sob a forma de um "Livro Branco" quanto à transferência histórica de matérias-primas e de bens primários não transformados para países da União Europeia, em detrimento da possibilidade de própria transformação,  bem como dos abates de capacidade produtiva decorrentes do processo de adesão. Provável é que muitos dos actuais "duros" tenham beneficiado com isso. 

Não deixo de assinalar, a propósito ou a despropósito, que - numa notícia recente ("i", de 25 de Agosto, pag. 8) se noticiava que o actual presidente da "rateira" Standard & Poor's, Deven Sharma, iria apresentar a sua demissão e seria substituído por um dirigente do grupo bancário Citigroup. Se essa substituição não fizesse já levantar o sobrolho, o melhor da notícia é o que dela resta - ao sugerir que essa substituição resulta do corte que todos sabem merecido e mesmo assim dulcificado do "rating" estadunidense, "tornando urgente a necessidade de uma mudança de imagem da agência". E acrescenta "um dos objectivos desta remodelação é recompor a relação com Washington". Ou seja, mostrando claramente o "their master's voice": fora dos EUA estes gringos fazem o que querem, pintam a manta, escavacam economias, favorecem "mercados-não-sei-quê-ou-quem"; dentro dos EUA até mudam de presidente quando, dita só uma minuscula parcela da verdade, se torna preciso lavar o traseiro da grande economia americana com água de rosas ou chá de Boston. Não sejamos mais tansos! 

Uma nota final: nos muitos cenários e paralelos abundantemente escritos e ditos sobre a crise, com seus modelos anteriores e suas possíveis consequências, ninguém olha um bocadinho que seja para 1917. E, certamente,  não estou a referir-me a Fátima.

Escutem-me aí, nem que esteja na "secreta"!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fruta




 "lambe-lhe-os-dedos n.f.2n. [regionalismo] BOTÂNICA variedade de pera chamada também amorim" 

in  "Dicionário da Língua Portuguesa - 2011", ed.  Porto Editora, pag. 955

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Do jardim alienígena (historieta)



Garantiram-lhe que era a mais eficaz planta carnívora do universo.
Levou-a para casa em vaso maneirinho.
Regou-a uma só vez.

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Imagem: A mítica "Já-te-vejo" apresentada por J. W. BUEL na sua obra "Land and Sea", em 1887. Cortesia a Wikipedia, artigo "Carnivorous Plants".


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Aluguer" ou "Arrendamento"?


Não resisti em trazer para o "blogue" o notável contributo que, epigrafado como "A Crise", foi graciosamente colocado no meu correio electrónico [1]. E isto para sublinhar a velha confusão que por aí anda entre "arrendamento" e "aluguer", que devem significar, respectivamente, locação de  coisa imóvel e locação de coisa móvel - imóvel e móvel na acepção jurídica, claro! Na perspectiva formulada, o termo "aluguer" estará bem empregue e o possível e expectável duplo sentido também. Mas mais ainda: há que reconhecer o mérito do  autor do improvisado anúncio a, com "Roliça" (posto agora em maiúsculas), subliminarmente sugerir a possibilidade do concurso, a título acessório, de quaisquer "invasões francesas" (posto agora em minúsculas).  Quem não petisca não arrisca!

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[1] Reza o anúncio: "Aluga-se meia cama a caloira roliça".


sábado, 20 de agosto de 2011

Não fica bem...

Desculpem qualquer coisinha... mas não fica nada bem, que reivindicando esta Cidade uma extensão do Museu Nacional Ferroviário, se mostre, numa  das suas salas de visita, uma fotografia da nave da Antiga Estação de CF, hoje votada aos bichos e à depredação e - principalmente! -  em que foram retirados os carris. Volta, Miguel Pais, e assombra-os a todos (pelo menos)!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Verde que te quiero verde

"Romance Somnanbulo", de Federico Garcia Lorca, cujo sangue de fuzilado empapou a terra andaluza em Agosto de 1936. Uns dizem que foi a 17, outros 18, outros apontam para 19 - mas o que é importante é que o Poeta morreu. De morte matada que foi, com um professor e dois toureiros, segundo consta. E apesar das tentativas de se baldarem, consta também de quem os matou:
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"Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendra? ¿Y por dónde...?
Ella sigue en su baranda,
Verde came, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
--Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo per su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los puertos de Cabra.
--Si yo pudiera, mocito,
este trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Compadre, quiero morir
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
--Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas;
¡dejadme subir!, dejadme,
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.
Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal
herían la madrugada.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
¡Compadre! ¿Donde está, díme?
¿Donde está tu niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!
Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche se puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos
en la puerta golpeaban.
Verde que te qinero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña."



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Administração de Soros: a Alemanha deve apoiar o Euro...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

eMail a um Amigo sobre a Ashley Flores

Caro Amigo,

Já há alguns anos ando "escaldado" com mensagens angustiosas que aparecem na "net", arrastam atrás de si meio mundo e acabam mesmo por me bater à porta informática. Muitas vezes estes envios, tão vesgos quanto os tantras e as cadeias que se assumem pias, encerram estuporadas maldades: a história da ninhada de amorosos "golden retriever" que tinham que ser dados em oito dias ou então seriam abatidos parece ter-se tratado, na origem, de um fulaninho sul-europeu que se chateou com a miúda e, de vingativa vingança, foi lesto em chapar na "net" o nome, telefones e email  dela e, claro, a ternurenta fotografia dos canitos. A vítima da graçola não terá achado graça alguma, alegadamente teve que fazer queixas, meter processos, mudar de todos os seus meios de comunicação (e não sei como lidou com o nome), saturados estes com a avalanche de potenciais candidatos e insultuosos protectores dos animais que vociferavam contra o abate dos inocentes cachorrinhos. O pior é que a mensagem dos "golden retriever", que aparece recorrentemente desde há vários anos (!),  ainda anda por aí  e tanto assim que voltei a recebê-la, com nomes mudados e péssima tradução há uns 2 meses.

Outros casos que existem ainda são mais estranhos: sabendo que a sensibilidade a famílias aflitas é enorme, há criaturas que - umas vezes por brincadeira (e se fossem brincar no cesto da gávea?), outras vezes por um comportamento intencional quase patológico, outras veze por finalidades mais que delituosas de acesso e intrusão (como p.ex. a colocação de malware nos computadores do próximo ou intuitos subterrâneos de informação e acesso a dados) "enfiam" histórias na net e poluem toda uma multidão bem-intencionada, que passa de imediato - e na melhor das intenções - a transmitir verdadeiros "hoax" [i.e. "galgas informáticas"] e, sem saber,  a "lavar" a responsabilidade potencial ou efectivamente criminosa do emissor original que ele, coitadinho, só mandou uma sugestãozita sem maldade para uma meia dúzia de amigalhaços e que até teve o cuidado de desmentir a estes, pouco depois. O crime quase perfeito! No primeiro tipo caberá o caso da Ashley: basta ir à net, a um motor de busca, e procurar pelo nome dela. No segundo, com a panorâmica esteriotipada do ciúme, vem a história dos canitos. No ultimo tipo, as famosas "cartas nigerianas", que agora parece terem mudado de remetentes, e até as próprias práticas de "physhing" - umas e outras preocupando departamentos especiais das Polícias (em Portugal, PJ).


Há ainda outros casos, de diferente teor: apelos verdadeiros sobre desaparecidos, sobre medicamentos raros e urgentes, sobre situações humanas complicadas mas que estando resolvidos (a mal ou a bem)  não são retirados e se eternizam na net. Sem inicialmente serem "hoaxs" acabam por o ser, porque os apelantes não os retiram nem esclarecem o fim da situação crítica que pode ter havido. É o caso do apelo para envio, desde há não sei quantos anos, de mensagens para um doente terminal ... de quem se dizia no apelo ter escassas semanas de vida.

Nestas coisas eu faço o seguinte: 
a) Mantenho-me razoavelmente a par do "mercado" a partir da inscrição numa "newsletter" gratuita de um dos diversos "hoax-busters". Há-os bons [1], outros terão o inconveniente de periodicamente enviarem  notícias de localizações para nós mais remotas e de grafias extravagantes - mas onde se encontra uma imaginação infernal para estas coisas;  
b) Quando me cheira a esturro, procuro na net pelo nome ou palavra-chave do apelo antes de retransmitir e verifico a eventual existência de qualquer "hoax" evidente. Por vezes até me divirto a ver a evolução que houve entre a mensagem inicial e a que me chega - e penso no que as pessoas são capazes de inventar [Por exemplo, neste caso: a profissão atribuída ao pai da Ashley, engenheiro da "associação regional de couteiros"! Mais que curioso! Mas também é curioso que, nessa pesquisa, se encontre a imputação à Ashley-actual de um poleiro no inefável "face-book". Dir-lhe-ei que, se esta referência não for ela própria um "hoax", a moça está adulta e engordou um bocado - o que, avaliando por outra mensagem "de origem" (?) que circula por aí, de uma Ashley algo "in-between-ages", se é que é dela, é mesmo de lamentar ou de demitir liminarmente o actual fotografo.]
c) Quando mesmo assim, o céu parece límpido mas continua a cheirar-me a algum esturro, só mando a mensagem para amigos a que  possa muito  interessar [mesmo como "hoax"] e sempre com um aviso de dúvida ou então, assumindo abertamente o risco  de ser injusto, não mando mesmo- e interrompo deliberadamente a cadeia, como aliás muitos dos "caçadores" indicados infra recomendam em qualquer caso [1].


Não leve a mal esta mensagem, que aliás eu vou também colocar no meu blogue. Eu próprio já "caí" em diversas, na melhor das intenções. Por isso... gato escaldado de água fria tem medo. E é bom saber que a Ashley Flores pelo menos estará bem... ou será ela própria outro "hoax" em que a potencialmente graciosa Ashley não passe  de um matulão mal-escanhoado e mascador de tabaco - que, ainda por cima,  faça parte daquela corja que joga nas debilidades e egoismos desta verdadeira "liga de Corinto" em que a UE se transformou  para, de longe, e através dos enigmáticos e nervosos "mercados" e das malfadadas "rateiras", poder pisotear o € enquanto manda "hoaxes" para o bolso de todos nós e continua a "vaguear pelo mundo para a perdição das almas"?

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[1] Cito, entre outros, www.hoax-slayer.com,  www.snopes.com, www.hoaxbuster.org,  www.hoaxbuster.com (em Francês) e urbanlegends.about.com


domingo, 14 de agosto de 2011

Coreografias

Coreografia de "cheer squad" em universidade americana.
No resto, o sumo de um seixo bicudo.

 
 (Imagem: cortesia a "Bleacher Report")

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Precauções de projeto

Nos estacionamentos, apesar da intenção de reduzir de despesas, um dos riscos correntes do projecto pode resultar da  limitação do intervalo reputado suficiente para uma mínima abertura de portas. O exemplo acima é sugestivo. O espaço intermédio pode ser em betonilha esquartelada ou estradado com madeira e, nos extremos, poder-se-á colocar jardim - mas nestas duas soluções há já que contar com encargos extraordinários de manutenção.

(Imagem: cortesia a Mansfield District Council)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Passagem de peões (1)

Nova e perigosa, ainda que verticalmente sinalizada. Câmara Municipal avisada, para que não suceda a actuação casa-roubada-trancas-à-porta ou seja, para que a banda sonora (neste caso de problemática aplicação, posto o frequente trânsito de pesados) ou a luz intermitente não venham acompanhar, lamentavelmente a posteriori, o necro-atado de flores que amarelecem. O grande espaço recto permite esquecer os limites de velocidade em zona urbana, fazer que se não vê a sinalefa azul, assobiar para o ar, num quero que se f**** expressivo, e que se cuidem os peões que ali o tentam atravessar. Sábado, calor, hora de almoço. Aproxima-se, poente-nascente, um carro de Polícia em marcha normal (sem alarme). Veloz, mas suficientemente afastado para ver e ser visto e facultar passagem segura. Paro na berma, pé avançado em claro intuito de atravessar, certo  de ir assistir a um comportamento exemplar e com ele alegrar-me ao fim de tantas e tão repetidas transgressões. Pensava eu que iria parar. Pensava eu.