quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

DO MONTIJO, DO BARREIRO E DA BANCA, A REALIDADE MANCA !

No mommento em que se procura descongestionar as zonas de influência das grandes cidades surgem ameaças graves sobre a saturação da Grande Lisboa e do Estuário do Tejo.Olhando o exemplo do mais recente aeroporto de Paris e tomando em consideração que ainda falta o estudo de impacto ambiental e descomhecendo o estudo dos impactos combinados, em termos de qualidade urbana e de tráfego rodoviário e fluvial, ponho as maiores reservas às declarações entusiásticas que são hoje formuladas e . com o olhos nas potencialidades de Beja e no que lá existe, recomendo que sejam preservadas essas entusiastas formulações para, em devido momento, serem revisitadas.

A perceção dessa existência subaproveitada e da realidade flagrante  de Beja se manter hoje como a capital de distrito mais carente de acessos capazes   levou já uma  cautelosa mas estratégica referência  (como que em rodapé) a um outro investimento que, esse sim, se carece  e que é a sempre adiada transversal ferroviária do Alentejo - de facto afetada, digam o que disserem, pelo atual processo de saturação do estuário do Tejo.

Por coerência de razão formulam-se identicas reservas ao projeto do terminal de contentores que, sob um nevoeiro também estratégico, se quer impor ao Barreiro e que, por sua vez, mais pesará num estuário que, da banda sul, ainda se não conseguiu sequer resolver em termos de continuidade.

Teve o Barreiro uma ponte ferroviária para o Seixal, ponte essa que me dizem ter sido  transladada para Alcácer depois do misterioso acidente que a desencastrou aqui e que para a ligaçao Barreiro-Seixal constituiu um débito ainda não saldado.. Louva-se a iniciativa de abandonar a ideia redutora de uma passagem pedonal sobre o Coina, quando na realidade o que se pode exigir é um qualificado (e não nanico) fecho de anel de ambos os lados da península do Barreiro.

Finalmente, com tantos milhões a abanar, não é altura de saber quem deve aos bancos? É que se os projetos supra referidos derem em trumpa, voltaremos a ter de os pagar... quando na realidade há aí menino,  singular ou coletivo, que ou se abotoou ou se desabotoou na constituição de débitos que acabam por cair nos bolsos habituais mas realisticamente subentendidos no "aguenta, aguenta" ulrichiano - e cuja revelação um falso pudor político parece obstinar-se em recusar. É este o exemplo que se quer dar?

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 Ainda a tempo de ser aqui colocado: anunciam-se duas novas estações e uma formulação circular no centro de Lisboa. Congratulo-me com isso e com o que, para Lisboa-cidade representa. Na declaração do PM há, contudo,  um pequeníssimo senão: justificando o desenvolvimento do centro pelo afluxo periferia-centro, foram desnecessariamente depreciados os movimentos periferia-periferia. Quando se descontrai o centro e se colocam órgãos fulcrais nas designadas (ou consideradas) periferias, desde o "mirante" de Alferragide, aos polos comerciais, hospitalares e universitários, acompanhandos das outras formas correntes de crescimento urbano,  essa diminuição cai certamente por terra e começa a fazerem-se sentir crescentes necessidades periferia- periferia. . Para não falar nesta desconsiderada margem sul por tudo o que acima se diz... e se tende agora a exponencialmente agravar.