terça-feira, 23 de junho de 2020

A "TERTÚLIA DO CINEMA, que nesta época calhava em JUNHO - Uma Postagem aberta [1]


 Nota inicial: As chamadas a rodapé[1] remetem para o fim do texto.


Quando se considerou a utilidade de inserir nas “Tertulias” um apontamento  temático de Cinema, de caracter bi-etápico – ou seja um primeiro dia destinado a visualização e reservado o dia seguinte para apresentação por um convidado que  de cinema soubesse, recebi com prazer o encargo de participar na seleção do que iria ser apresentado e, por brevíssimas palavras para, não “abafar” o resto, explicar antes da projeção o porquê da seleção do filme que logo a seguir seria tratado. Amador preguiçoso de cinema que sempre fui, e pouco mais que isso, entendi que esses introitos  estariam à altura do pouco que sabia e permitir-me-iam participar ativamente na razão que a todos os presentes (e a mim) qualquer das Tertúlias representa e que é a de mensalmente trazemos e discutirmos temas do nosso tempo e, nessa discussão e convívio, todos aprendermos mais. Além disso o tema “Cinema” trazia-me à memória uma vivência anterior, dos meus 5º,  6º e 7º anos no Liceu de Alexandre Herculano, no Porto - e a esta imediatamente passo. 

Alargando-me um tanto nessa evocação, para além das tais "brevíssimas palavras" que o protocolo aconselhava, conto aqui o que então ali se passou e que inclui o "achamento" do neo-realismo italiano, de Vittorio de Sica e do “Milagre de Milão"[2] por um grupo de jovens liceais, como tema que  iríamos este Junho debater, não fosse a inesperada pandemia que a todos nos tornou testemunhas de um facto  da História e que fez, desgraçadamente para muitos, à história passarem. Agradeço a compreensão e paciência de quem me leia, já que, para a prometida narrativa, teremos de deixar o atual, com todos os receios e dúvidas que nos assistam, e viajar no tempo até ao primeiro período do último ano do segundo ciclo liceal (o 5º) no ano letivo 1951-52. e no Liceu de Alexandre Herculano, no Porto. Existiam 3 turmas, A, B e C e é na turma A que vai então fervilhar uma verdadeira febre literária, de leitura e escrita, que sugeria a criação de um suporte[3]. Metemo-nos nisso,  manuscrevendo  duas folhas de papel almaço, como exemplar único e em princípio mensal  e assim fizemos nascer  o “Patascrito” em que cada um colocava algo de si e do seu gosto, poesia melosa, pequenos contos e comentários jocosos, tratados de fintas e “driblings” futebolísticos, bonecada ilustrativa a cargo de quem tivesse jeito para a fazer, neutralmente político mas clandestinamente  passado de uns a outros por debaixo das tampas das carteiras e em que cada "assinante", tendo pago uma c’roa,  podia reter e ler o exemplar único num tempo limitado e mesmo  acrescentar o que quisesse em caligrafia legível, como se pedia. Por razões sérias de saúde já não voltei ao Liceu após as férias de Natal desse fim de ciclo, pelo que só  participei em  dois números dessa folha volante e nem sei quantos houve  e qual, a final, o seu destino. 

Com manifesto sacrifício familiar, consegui não perder o 5º ano – embora deixando temporariamente o Liceu. Regressei, nédio e curado, no Outubro seguinte e fui reintegrado na mesma turma, agora no 6º ano, nela  reencontrando os que “para as Ciências” por ali ficaram com mais algumas novas “aquisições” – já que , mercê da especialização de programas  através das famosas alíneas, Letras e Ciências separavam-se após o 5ºano, migrando parte dos colegas para o outro liceu masculino da cidade, o “D.Manuel II”[4].  Assim o  efémero “Patascrito” acabaria por ser  o ingénuo precursor de dois jornais escolares já sob forma impressa, já constantes de previsão legal, já com professores  orientadores designados: “O Prelúdio”, no nosso Liceu [5], e “O Mensageiro”no “tal outro[6]”. Com alguns berbicachos, por vezes sérios – e que no nosso caso começaram  logo no nº 2, se bem me recordo, com um comentário a uma famigerada lei do Cinema que então apareceu e gerou controvérsia– tudo foi andando. Reunindo  os escreventes  do “Patascrito” e acrescentando outros, o grupo renovado que girava em torno do ”O Prelúdio”  procurou dulcificar o esforço bisemanal das tardes de 4ªs e sábados, com marchas no enlameado recreio grande, sugerindo várias propostas de substituição, que se enquadravam nos chamados “Centros Especializados da MP” então também criados e cujo funcionamento inicial era um bocado “a feitio”. Um primeiro “Centro Especializado de Tiro” foi logo sugerido mas acabaria depressa, pelo rápido esgotamento  dos chumbos que podiam municiar as duas "Dianas" velhas, de pressão de ar, que por ali andavam[7], pelo que audaciosamente se sugeriu um  inédito “Centro Especializado de Cinema” cuja únicca finalidade… era, nessas duas tardes fastidiosas,  ir ver cinema “extra muros” com os inscritos a pagarem do seu bolso o próprio ingresso e trazendo como suporte documental a encafuar numa pasta velha os programas impressos que os “arrumadores” ainda entregavam  e que o pequeno grupo – ultrapassando a gratuidade da distribuição – obsequiava com uma ou duas c’roas, que tal era o complemento da escassa  propina de um “arrumador”de então.. Embora todos estivéssemos cientes de quão efémero o  pomposo “Centro Especializado do Cinema” poderia ser, e por isso não propagandeando o seu alargamento "para não dar nas vistas", alguns dos membros percebiam mesmo da  poda das vides cinematográficas, liam revistas e as cv olunas de crítica das estreias e auxiliavam a restante malta, que não a entender a 7ª arte e o seu desenvolvimento, bem para além das “cóboiadas” e “filmes de guerra” que íamos devorando no Águia D’Ouro e , mais raramente, noutros “animas” porque eram mais caros[8]..O próprio Liceu  tinha uma sala de cinema surpreendentemente bem dotada, mas que, apenas servia para algumas regulares celebrações e avulsas palestras e para quando o Reitor chamava a “malta” a capítulo, mormente para nos passar um “caldo frio” por qualquer desmando funcional[9]. No tempo restante o espaço, que ainda hoje existe, estava literalmente "às moscas".

Esta combinação de circunstâncias iria conduzir a um inédito acontecimento  No 6º ano recebemos um novo professor de Moral  (Padre Alexandrino Brochado, reitor da Capela das Almas e recentemente falecido) que era - ao contrário do que a malta avaliava do seu ar de "Bolacha Maria" -  um pra-frentex entusiasta do cinema e que, olhando a plateia vazia que nós tínhamos, contando  com o apoio de alguns distribuidores que conhecia, se lembrou de criar no Liceu um Clube de Cinema – a que o Centro Especializado de Cinema imediatamente aderiu porque (a) ficava “em casa” e recorria a meios do próprio Liceu, incluindo como operador - projetista o Senhor Fonseca, dos Laboratórios de Física e Química (b) era economicamente mais barato para os seus membros que os encargos semanais de ida ao Águia D'Ouro" (c) ocupava as ditas tardes e, sem risco,  trazia ao Clube mais “malta” (d) dava acesso a filmes mais selecionados que as “cóboiadas” não escolhidas que íamos “comendo” (e) tinha a aprovação de uma grande parte da hierarquia docente e supria uma situação “periclitante" que semana sim, semana não, se desenrolava “fora de portas “ e que (como no caso do tiro) poderia ser questionada e fechada de um dia para o outro, re-atirando-nos para as marchas enlameadas de que nos tínhamos afastado. Por outro lado, aprendida já a ameaçadora “aula intensiva de iniciação política” (algo desproporcionada, digamos) que nos tinha sido ministrada no 6º ano,  quando do incidente com o artigo do “ O Prelúdio[10], tínhamos adquirido prudência com a certeza de que  algo vinha do “exterior”, que  o assunto cinema nos poderia sair caro e que o clube e o nosso jornal  estavam sob os olhos de uma invisível observação e reparo. Nada melhor para agradecer o guarda-chuva que o Clube do Cinema  nos vinha proporcionar.

Mas é nesse Clube de Cinema, no ano letivo 1953-1954, em que enfileiravam as gentes do Prelúdio” e alguns “sabedores da 7ª arte” e conhecedores do meio, que surpreendentemente  vão ser projetadas, com todas as bençãos,  duas obras primas do neorealismo italiano, então  totamente atuais, o “Ladrões de Bicicletas” (1948),  e “O Milagre de Milão”(1951), ambas dirigidas  por Vittorio de Sica.  Tal foi a impressão que esses dois filmes causaram  nos  “finalistas”e nos mais novos que a eles asistiram que algumas reações familiares transpiraram logo e de tal forma  transmitiram à Reitoria “ser pelo menos estranha essa inclinação dos rapazes por aquele  cinema italiano”  que vieram motivar a introdução nos programas subsequentes de projeções mais conformes com o gosto do regime vigente,  tais como “Mulherzinhas” ou “Mulherezinhas” como constava dos cartazes da época,  “A Carga da Brigada Ligeira” e  assim por diante- com excepção, claro, do “Aniki-Bóbó” que, por mérito próprio, até passou duas vezes, se me não engano. Mas, porque calhou  nada termos a ver com a inesperada chegada desse “estilo novo”,  nenhum ruído de frente ou de fundo nos viria incomodar. Vimos, gostamos, compreendemos, considerámo-nos  (ou não ) fãs do neo-realismo italiano e tudo não passou disso.

Do “Milagre de Milão” ficou-me a memória e a saudade. Tanto que logo de início o propus e esteve para ser, nas nossas Tertúlias da Escola Augusto Cabrita, o primeiro filme a apresentar.  Por circuntâncias diversas, todos os anos veio a ser proposto e todos os anos foi substituído por outros filmes, mais de acordo com os conferencistas convidados. Mas, como sou teimoso e como sentia aproximar-se o dia em que eu iria resignar ao meu próprio papel e aconselhar que a escolha do filme fosse entregue  a outra pessoa, desejavelmente  mais atualizada – posição que  eu previa expor-vos precisamente  em  Junho deste ano – mantive “O Milagre de Milão” e preparei-me para  o  apresentar nessa etapa projetiva com as mesmíssimas palavras que agora aqui trago. Referi  já o pesadelo que não se poderia prever e que, mais uma vez, viria alterar o programa.

Apresentado em 1951 e logo prémio do Grande Juri no festival de Cannes desse mesmo ano,  o filme traz aparentemente uma história muito simples, que pretende lançar uma mensagem otimista  sobre uma  Itália frustrada e arruinada  por uma participação desastrosa numa guerra que então terminara há apenas 6 anos.  Baseada numa novela de  Cesare Zavattini (“Totó il buono”),  reescrita para o filme por este e pelo diretor  De Sica, insere-se no pensamento e obra  neorealista italiana  que reflete fortemente sobre o social e as bruscas mudanças que resultaram na guerra e da guerra.  Foi aqui já visto, nas épocas anteriores das Tertúlias,  o “Roma Cidade Aberta” (de Roberto Rossellini, 1945) que no cinema italiano inaugura essa corrente, e o português  “Jaime” (de António Pedro de Vasconcelos, 1999 ) que reune e representa identicas preocupações, como filmes que não escondem nem se escondem da realidade. 

No “Milagre de Milão” quer o autor da obra inspiradora quer o autor do filme escolhem uma forma ousada  e que poderia mesmo sugerir um contrasenso, que é  trazer o realismo através de uma fábula, de uma história nada infantil mas de contextura mágica. Merece de facto o reconhecimento como obra-prima.  Ora vejamos: uma anciã solitária,  Lollota (representada por Emma Gramatica) vai à sua horta e  é alertada pelo choro de um recém nascido que, todo nu, está estendido sob um repolho. Recolhe o bébé  e leva-o consigo para casa já que, mais que uma criança abandonada, o encontro é a  realização fílmica do mito infantil, que eu também ouvi sem em tal acreditar, de que os bébés nasceriam de uma  couve.  Começa aí a fábula. Totó[11] se chamará  o moço que a velha vai tratar durante  uns 9 a 10  anos  como se fosse um filho, até que uma doença grave leva a sua casa dois médicos … e que, na aparente discordância sobre um diagnóstico, antecipam o prognóstico mais grave para qualquer doença. Assim a cena seguinte mostra Totó, já sozinho,  acompanhar  a pé a carreta funerária, que uma pileca puxa e um condutor apressado dirige e que atravessa uma cidade vazia e desolada, desencadeando atitudes e situações burlescas entre o respeito e o “aproveitamento”. Recolhido num orfanato, Totó só dele sairá uns 8 a 10 anos depois, acreditando cegamente  na bondade do mundo e das pessoas com que cruza ou a quem honestamente pretende ajudar de bom grado, até que, aceite ao oferecer ajuda mas recusado ao procurar trabalho, novas situações burlescas o levam a ingressar num espaço de desalojados sem abrigo, como muitos que na época cresciam em torno das grandes cidades e que hoje, de forma que se pensaria poder ser algo diferente, continuam a existir. Peripécias diversas levam Tótó a participar ativamente na organização do campo  e a confrontar factos sucessivos ligados à propriedade do terreno e à promoção imobiliária deste, agravada primeiro  com a descoberta de água e, de seguida, com uma  inesperada descoberta de petróleo. Aí a parca economia de sobrevivência é manifestamente esmagada pelo peso da finança que o petróleo atrai e, dentro do próprio grupo, crescem divisões e divergências em que Paolo Stoppa (um grande nome do cinema italiano) interpreta a figura antipática de um “torvo” e “vendido”  Reppi. Misturando artistas profissionais e figuras do povo, como foi característica dos filmes neo-realistas, a ação prossegue até ao insuportável movimento para destruira aquele “pequeno mundo” e é então que… mas fico-me por aqui deixando-vos  a “âncora” ou “chamada” ou mesmo “ligação”  (que em lusoinformês se diz “link”) para que cada um veja o filmr, de fio a pavio. E vale a pena ver.

Peço-vos desculpa do tempo que vos tomei ao falar muito de mim, mas tinha mesmo de contar como conheci este filme, velho amigo que de tempos a tempos fui revisitando, e de relembrar nele os que comigo o puderam  ver e discutir há uns quase 70 anos, num cinema de Liceu portuense hoje ameaçado de ruína.


MILAGRE EM MILÂO, com legendas em Português:


E assim me despeço na Tertúlia de Junho, a última desta época atormentada.  Crente de que as Tertúlias devem prosseguir e irão prosseguir, a  elas voltarei sempre que possa e ainda  me aturem. Ciente também da dificuldade dos dias que passamos e dos dias que virão, considero que  cada dia é um novo dia para viver com esperança – agarrando  a poesia e não a deixando esmorecer. Que "O Milagre de Milão” e o intuito com que foi produzido, em 1951,  sirvam de exemplo.
Porém,  para a suspensa Tertúlia de Cinema, cumprida que foi a missão que de vós recebi, encontrem por favor quem receba o testemunho e a prossiga.
E não parem.

Eu, por mim,  voltarei a essas gravações sempre que puder. Tenho os DVD's e persigo no celuloide, que só eufemísticamente o é, a figurinha gentilérrima da dona Claudia Cardinale, uma jovem da minha geração que me chamou a atenção em "La Ragazza di Bube" e que, a meu ver, fez o pleno no papel de Concetta no também incomparável "Gattopardo".

Porto, dia de S.João , 24 de Junho de 2020



[1] Se um MCS pode publicar  uma “carta aberta” por que razão não poderá haver, num blogue, lugar para uma “postagem aberta"?
[2]  Era assim o título com que o filme foi apresentado em Portugal.
[3]  Uma obra de Maxence van der Meerch, “Corpos e Almas” iria  circular pelo mesmo canal subreptício  e  influenciar muitos da turma a seguirem Medicina.  Não é opinião de todos os “contagiados”, mas, a mim, ninguém me tira a ideia. Também se refere que essa obra só apareceu no 3º ciclo, i.e pelo menos um ano mais tarde - mas mesmo que assim possa ter sido, o hábito das “leituras escondidas” já então estaria instalado na turma e não iria desaparecer.
[4] Rebatismo que era de um “Liceu Rodrigues de Freitas”, cujo nome não era tão querido ao regime de então.
[5]  Com o  Dr. Cruz Malpique, como Professor orientador. O Rui Abrunhosa, também um dos Fundadores conta, no seu blogue LAH-1954, edificantes histórias sobre esse período
[6] Com o Dr Oscar Lopes como Professor orientador e os colegas . José Augusto Seabra, Vítor Alegria  e  Belmiro Guimarães, que nos haviam deixado por força das tais alíneas..
[7] Disparava-se no recreio pequeno, vulgo “as Salésias”, sobre tudo o que mexia, mas tal euforia merecia bem o comentário de uma novela indiana que na altura circulava: “Atira divinamente, Sahib, mas Deus tem dó dos pássaros!”
[8] Começava a esboçar-se timidamente um o movimento cultural cineclubista que acentuadamente marcaria os anos a seguir e que muito influenciou a sociedade portuguesa.
[9] A esta distância há que reconhecer quanto o nosso Reitor procurou não obstaculizar esses “disparos” de gente nova  e minimizar as suas consequências, reduzindo-as à dimensão devida, mesmo que mostrando uma frontaria rígida e severa., apesar dos “falcões”, alguns de distintivo na lapela, que torciam o nariz àquelas  “modernices”e que eu hoje não  excluo pudessem pretender construir  um “contra poder”, embora minoritário, na Sala dos Professores..
[10] Para além das aulas da OPAN, em que se aprendia muito do que se quereria que fosse  aprendido.e outro tanto do que certamente se não quereria. Era o tempo da “guerra-fria”, do André Cayate no cinema francês, etc. etc. O próprio movimento cine-clubista aproximava-se, como acima já se referiu. 
[11]   Não se confunda com um outro Tótó, personagem cómico do cinema italiano, apresentado em vários filmes e sobre  qual também haveria que falar – pois em muitos deles  o que parece ser ”exatamente não é”!

S

terça-feira, 16 de junho de 2020

SOBRE ESTÁTUAS E LIVROS


O que é demais é moléstia  (ou ignorância lamentável) !


O que se passa com as estátuas tem inegável semelhança com os processos de queima de livros e de destruição de bibliotecas, também historicamente caraterizados por  surgirem em "vagas" e levando a recordar o que alguém um dia  acertadamente disse : "Onde se queimam livros acaba-se queimando pessoas" [1] .E assim, aos pretensos moralistas auto-descontextualizados que atacam  indiscriminadamente estátuas de descobridores, vultos  históricos mesmo de comportamento anti-esclavagista e anti-racista,  obras literárias (p.ex. Mark Twain), filmes (como o "Tudo o Vento Levou") e inclusive músicas (ou letras de música) oferece-se a seguinte imagem exemplar:




Mark Twain e John T. Lewis, vizinho e amigo  de longa data do escritor,  em quem este alegadamente se terá inspirado para a personagem de Jim nas "Aventuras de Huckleberry Finn" [2]

Fica sempre em aberto a hipótese malévola, mas possível, de alguns dos feitores ou inspiradores desses atos desejarem exatamente escorvar sentimentos contrários aos que pretendem mostrar para poderem colher frutos na ressaca do que provocaram.

"Ignorância é força" como acertadamente escreveu Orwell no seu "1984" e poderá ser erigido como lema para o mundo pandémico (com ou sem virus, reais ou informáticos) em que hoje vamos vivendo.

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[1] Visite-se a postagem de 8 de Junho de 2017 no blogue "Leituras Diversas" de PAULO SILVA, em
https://leiturasdiversas.wordpress.com/2017/06/08/onde-se-queimam-livros-acaba-se-queimando-pessoas/ , acedido nesta data.
[2] Foto de 1903, em Querry Farms, N.Y., com agradecimentos ao "Center for Mark Twain Studies" e ao album "Fotos Reales (No Montajes) Que Muchos No Sabian  Que Existian"