quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Do valor da matéria residual
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwczSxZcC0vYmzpnPCXgaDubxgVLNaPgKkDh6qWfV0Pr3T49eulGxDRHeAGDFRxvoxx8zNPs5-T1uhduLa2byvrQiM9J7qQyO0AHXUIzQ-tKAWTE5pUxJ8Lp3pZDE3ZkQCB7r5/s400/BLOG+Cadinho+d%27ouro.jpg)
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Recordo-me da copelação do ouro: o mesmo método passa por aí - mas não deixa esquecer, também válida nos vários círculos da metalurgia extractiva, a pergunta socrática de Pirandello.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
O "Dizionario di Chimica Generale e Industriale" de Giua & Giua (3)
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[conclusão]
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A adesão ao fascismo foi frequentemente sentida como uma imposição e muitos mantiveram uma atitude reservada, mas só um de entre todos os químicos académicos teve a coragem de recusar o juramento de fidelidade no início do ano académico 1931-32. Este "homem só" foi Michele Giua (1889-1966), que teve de abandonar o cargo de assistente no Instituto de Química Industrial do Politécnico de Turim quando lhe foi formalmente exigida a inscrição no partido Nacional Fascista. Duas linhas negativas como resposta à solicitação do director da Escola de Engenharia, datada de 1 de Agosto de 1933, fizeram com que Giua fosse afastado da tarefa de ensinar, encontrando como único refúgio o exercício profissional livre. Mas, além disso, Giua empenhou-se na luta antifascista com o grupo de Turim "Giustizia e Libertà" [Justiça e Liberdade], pondo ao serviço do movimento as suas capacidades técnicas e políticas. Assim, um dos artigos que foi enviado para Paris, para aí ser publicado na revista do grupo clandestino, inicia-se com palavras proféticas: "O fascismo é a guerra! este grito de alarme tem sido tantas vezes em vão repetido" ("Il fascismo e le industrie di guerra", Giustizia e Libertà, nº 10, fevereiro de 1934). Mas, por denúncia de um infiltrado, a actividade clandestina do grupo de Turim é interrompida, a 15 de Maio de 1934, pela prisão dos seus principais membros, entre os quais Giua. A medida da sua consideração pelo regime como elemento perigoso é testemunhada por uma nota do "Schedario degli affiliati al partiti sovversivi" [Lista de Filiados em Partidos Subversivos] prontamente redigida após a sua prisão: nessa nota, com uma certa sobrevalorização, afirmava-se que "No movimento antifascista de Turim, encabeçando a mencionada organização secreta [Giustizia e Libertà], Giua continuava a ser, conjuntamente com o Advogado Vittorio Foa, a quem frequentemente substituia, a cabeça directiva". Levado ao Tribunal especial com um tal "perfil" político, Giua foi condenado a 15 anos de reclusão, pena gravíssima partilhada com V. Foa (que, mais tarde, se tornaria seu genro). A sua longa e terrível peregrinação pelos cárceres iria arrastar-se até Agosto de 1943.
[...]"
Aqui encerro o breve "pro memoria" que reuni sobre um dicionário químico (com dimensão que, para a época, aceita a qualificação de enciclopédia) menos conhecido, mas deveras interessante porque passa para além de uma simples referência, porque, na história da Química europeia, e particularmente da Química Industrial, é uma fonte essencial para o conhecimento do período de charneira que cobre a primeira metade do sec. XX e porque, na sua concepção e escrita, foi dirigido a uma audiência nacional (Itália) não muito afastada dos nossos próprios perfis, problemas e necessidades.
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[1] em
mas também sugerindo que se consulte
para comum regozijo quanto ao mundo em que se cai!
[2] Quando se fará uma análise idêntica entre nós... sabendo que os Químicos, de uma forma ou de outra e porque estudam e praticam a mudança, são frequentemente agentes de mudança?
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Agarremos mais este laço em perigo...
Da minha colega e amiga Elisabeth recebi o e-mail que transcrevo:
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"Cultura
Por favor, leiam e repassem!
Só de literatura portuguesa são 732 obras! Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta desgraça, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica erramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Divulgue para o máximo de pessoas por favor."
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sábado, 24 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Da essência de limonete ao mijo de gato
Transcrevo a minha homónima postagem no blog do nosso ano e do nosso Liceu, que se encontra em http://www.lah-1954.blogspot.com
O primeiro precalço foi com o aquecimento: era mau, mesmo mau. O segundo foi o que saiu dali, um líquido turvo que deixou o alcool turvo e deslavado. Pelo menos cheirava e até empestava... a limonete! O terceiro foi um pequeno desconhecimento das artes de perfumaria: usam-se normalmente estabilizadores e não se deixam misturas impuras abandonadas ao ar, ou lavoisierísticamente falando, ao oxigénio do mesmo! Resultado: quando, dois ou três dias passados, fui preventivamente e pre-oferta cheirar o frasco redondo de "Bien-être" ou lá do que tinha sido, com florinhas pintadas e tudo, o "meu perfume" tinha deixado de o ser e passara a uma perfeita simulação odorífera do mijo de gato.
Trouxe o frasco para a aula e colocámo-lo numa das caixas de arejamento da sala, daquelas que serviam sobretudo para passar, para dentro e para fora, conforme os ventos, enunciados e soluções de "pontos". Na impossibilidade de oferecer o seu conteúdo a quem quer que fosse, decidimos, num intervalo de almoço, derramar o alcool-mijo-de-gato naquelas ranhuras abertas nas carteiras para se pousarem as canetas e/ou outros instrumentos escreventes. Não sei quem me ajudou nisso, mas colocamos a solução alcoólica nas ranhuras de todas as carteiras e derramamos pudicamente o excedente no chão, num canto pouco visível da sala. E como era quase Verão, com as tílias dos espaços entre-alas carregadas de folhas e de sombra fresca, aquilo evaporou depressa. O cheiro-a-mijo-de-gato esse ficou e surpreendeu a aula subsequente, que já não pode ser ali (foi no vizinho anfiteatro do Laboratório, aberto na emergência pelo empregado Fonseca, que afirmava não saber o que se tinha passado; nós também afirmávamos o mesmo).
No dia seguinte o ambiente era já suportável, mas o mijo-de-gato, definitivamente mijo-de-gato, ainda persistia como teimoso pano-de-fundo aromático uns três ou quatro dias depois!
Moralidade (ou pouco útil conclusão científica então enunciada, mas nunca comprovada desde aí): a oxidação descontrolada do extracto a vapor de folhas de limonete diluído com "alcool a 90" pode indesejavelmente conduzir a um sucedâneo do mijo de gato.
Alguém se recorda disto?
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Egoísmo
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1ª Eu gosto.
2º Cá em casa, ninguém mais gosta ( e somos muitos, incluindo o cão "Fritz" e a gata "Tora-bora").
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Finalmente...
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Outra vantagem: nunca se esquece o telemóvel em casa ou no escritório, mesmo quando se põe em sítio diferente ou a "carregar".
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[2] O plástico das abraçadeiras tem um efeito isolante e o excesso de língua corta-se no fim com uma tesoura.
[3] Cuidado, aí não!
[4] Dedico esta nota à decepção do "gangue" que "opera" em Lisboa, na Boa Vista, Boqueirão dos Ferreiros, Rua D.Luís 1º, Rua do Instituto Industrial e outros lugares selectos da mesma área, entre o Cais do Sodré e o Jardim de Santos.
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domingo, 18 de fevereiro de 2007
O "Dizionario di Chimica Generale e Industriale" de Giua & Giua (2)
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O prefácio, assinado pelo Prof. Michele Giua, à 2ª edição (1948-1950) do seu “Dicionário de Química Geral e Industrial”, traduz a realidade de uma década crítica decorrida desde a 1ª edição, década em que se insere o Leviatão que, para o Mundo, representou a 2ª Grande Guerra (1939-1945). A situação ainda complexa de uma Europa fortemente destruída está bem expressa no referido texto que seguidamente se apresenta, mais uma vez mal (e livremente) traduzido do Italiano original:
A segunda edição deste Dicionário de Química Geral e Industrial aparece com um grande atraso e num momento particularmente delicado da vida política internacional. O atraso provém de razões alheias à minha vontade e à vontade da Editora. Só próximo do fim do ano de 1943, apesar da intensificação da luta política e da tragédia da ocupação nazi, foi possível dedicar-me à revisão e actualização da primeira edição, esgotada desde 1938. Muitos temas naquela presentes, que, exemplificativamente, se estendem desde os “ácidos biliares”até a “vitaminas” foram completamente refeitos, tal o trabalho realizado nesta nossa ciência durante a década que precedeu a última Guerra Mundial. No que toca a temas inteiramente novos, tive o cuidado de manter o mesmo carácter informativo e prático que caracterizou a primeira edição.
Mostrou-se particularmente difícil a actualização bibliográfica, dadas as tristes condições em que se encontram as nossas bibliotecas no imediato após Guerra. Apesar disso o leitor terá á sua disposição, nesta obra, as indicações bibliográficas mais interessantes até ao ano de 1942 e, em muitos casos, até 1946.
Procurei, muito em especial, não descurar os progressos da indústria química, cujo desenvolvimento é verdadeiramente surpreendente, mesmo quando possa ter sido influenciado por causas não-económicas mas, sobretudo, respondentes ao estímulo da preparação de meios bélicos. Muitos processos criados pelas necessidades de guerra entraram já na prática industrial e de tal forma que dificilmente poderão ser abandonados por uma indústria de Paz; citem-se os exemplos da gasolina sintética e da borracha.
Não menos rápidos terão sido os progressos teóricos que levaram a nossa ciência a renovar-se, abandonando definitivamente velhas formulações. E também no que se refere ao desenvolvimento teórico procurei manter a presente obra à altura da tarefa preestabelecida.
Os capítulos referentes á Química Biológica foram refeitos, pois que nenhum outro ramo atinente à Química Orgânica progrediu de forma tão inesperada quanto aquela.
Facto é que, ao meditarmos na súbita paragem das investigações científicas que a Guerra ocasionou, o nosso espírito é levado a uma visão pessimista da vida. Torna-se porém necessário reagir energicamente contra essa tendência, para que ganhe força e triunfe a única verdadeira e vital aspiração do homem de ciência e que é dotar a humanidade dos meios mais adequados para que atinja o bem-estar e a felicidade. Se a ciência pudesse falhar na sua verdadeira tarefa, a civilização ficaria para sempre comprometida.
Por isso, num momento como este, é útil afirmar a perenidade da ciência - o que significa acreditar na necessidade do saber e do conhecimento científico. E acreditar, neste caso, deve significar poder.
MICHELE GIUA”
[continua]
sábado, 17 de fevereiro de 2007
Comprei uma groselheira...
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Se há um fruto de que eu goste é a romã [1]. Depois vêm as groselhas e a seguir a colecção dos outros "berries", que os temos todos nesta terrinha (ou pelo menos uma grande parte deles, incluindo o mirtilo que é um outro encontro de juventude que ainda me falta, alargando-me mesmo às pitangas, todas estas descendentes dos carocinhos que trouxe de Luanda, e lançando olhos às amoras maduras que, até pelo patronímico da cepa, são vegetais meus aparentados). Se me quizerem ver bem disposto, deêm-me uma mirtileira (deve ser assim que se diz) de frutado bem bem-roxo, tipo Semana Santa, está bem? Mas, entretanto, a groselheira (e de cachos!) já veio. Chegou hoje i-no-pi-na-da-men-te por casual encontro! Falei com ela. Combinamos um lugar solheiro de manhã e mais ou menos sombrio à tarde, evitando a desarrumação dos cães nos canteiros e o chichi (vulgo: mijo) mortalmente ácido dos gatos. Vai-se dar bem connosco, esperamos ambos. E por muitos anos, espero (ainda e sobretudo) eu!
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Highlands
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHi2tr-AkL2IBynDpSCUc1vR7MVBKy8b8mJ8CKeVg1n1C3uFFHRQ1ccQq96guRslJOXM8muIR9nBKTZu4twOVFZpdAzNibU-vVP66ASNKDA3nkzpeg37GPn3lY6q8I2pVwp_Rl/s400/BLOG+SAROYAN+Highlands.gif)
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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
O "Dizionario di Chimica Generale e Industriale" de Giua & Giua (1)
De entre as obras gerais de Química que, por razões académicas e profissionais, acabei por encontrar nos caminhos desta vida destaco o “Dizionario di Chimica Generale e Industriale”, em língua italiana, da autoria do Professor Doutor Michele Giua e da Dra. Clara Giua-Lollini. Esta excelente obra, apresentada (na sua 2ª edição) em 3 volumes, datados de respectivamente 1948 (I volume: A-C), 1949 (II volume: D-M) e 1950 (III volume: N-Z), foi editada em Milão, pela Unione Tipografico – Editrice Torinese. Se atendermos ao prefácio dessa segunda edição, a primeira ter-se-ia esgotado em 1938, obrigando a um notável esforço de actualização em condições deveras difíceis, que acompanharam o conturbado período que, para a Itália, se estende do apogeu do fascismo mussoliniano às necessidades da reconstrução no pós guerra e na democracia.
Dessa dialéctica teórico/prática dá aliás notícia o prefácio da primeira edição, de 1938, com a dupla assinatura do casal Giua, que receosamente e de forma livre, verto para Português (igualmente assumindo as anotações indicadas e por isso assinaladas dentro de parêntesis rectos), como segue:
“PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
Este “Dicionário de Química Geral e Industrial” tem o objectivo de fornecer elementos para o estudo da Química, tanto na sua vertente teórica, como nas suas múltiplas aplicações. A bibliografia química inclui já numerosas enciclopédias, incluso modernas, em que os temas identificados estão mais ou menos desenvolvidos. As enciclopédias mais recentes, como as de Thorpe e de Ulmann, dão maior ênfase à Química Industrial; por outro lado, enciclopédias menos recentes, como as de Fehling, Muspratt, Wurtz, Guareschi, para apenas recordar as maiores, apresentam um carácter mais teórico e descritivo,. Falta, na literatura química, um dicionário moderno de Química, de dimensão limitada, mas que, ao mesmo tempo, aborde os diversos ramos da Química teórica e aplicada, e algumas tentativas, feitas recentemente nos Estados Unidos da América, não conduziram a um tratamento simples de tão abundante matéria sob forma temática. A tentativa feita em 1896 pelo Prof. Vittorio Villavecchia, com a publicação do seu “Dicionário de Merceologia e Química Aplicada” trouxe à biblioteca do químico uma fonte de preciosas informações sobre tudo o que concretamente respeite à Merceologia. [1]
Solicitados a isso pela benemérita Utet [2], idealizamos um tal dicionário. Pela sua dimensão limitada, essa obra só poderá dar informações breves sobre os temas que se identificaram como de interesse para a Química Geral e a Industrial, mas, ao mesmo tempo, apresenta as pesquisas mais recentes e os feitos relevantes nos diversos ramos da nossa ciência e recolhe uma bibliografia também actual sobre esses conceitos simples, que permitirá ao leitor rapidamente orientar-se quanto a fontes bibliográficas. Com sucintas biografias dos maiores cientistas que contribuíram para o progresso da Química procurou colmatar-se uma lacuna que se pode constatar mesmo em enciclopédias de grande porte; só Guareschi, pioneiro que foi dos estudos de História da Química, achou oportuno incluir, na sua notável e ainda útil enciclopédia, as biografias de alguns grandes químicos. Tais registos biográficos, que apresentam um carácter de grande objectividade, proporcionarão ao leitor um rápido conhecimento da obra de cada cientista; a correspondente indicação bibliográfica permitirá proceder a um maior desenvolvimento do tema. [3]
O leitor não se surpreenderá, certamente, com o carácter prático e com o extenso tratamento conferido à Química Industrial. De facto, já não é necessário arguir longamente sobre a necessidade de adquirir, para a Química, um conteúdo prático, traduzido em utilidade.
Ainda que tenhamos procurado dar sempre uma exposição exacta e clara, mesmo para os conceitos que menos se prestem a uma abordagem rápida, não presumimos ter produzido uma obra impecável. Procuraremos corrigir os inevitáveis erros e gralhas pela introdução de uma errata no segundo volume [4], junto ao índice temático das matérias tratadas.
M. e C. GIUA”
[continua]
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[1] Merceologia = parte da ciência comercial que se ocupa da compra e venda de mercadorias. A Química Aplicada ligou-se historicamente a esta disciplina, hoje em relativo desuso, pela sua permanente chamada á identificação e determinação da qualidade das mercadorias transaccionadas.
[2] Fundada em
[3] É de facto extraordinário o esforço biográfico dos Autores em matéria de História da Química. Estima-se em cerca de 1200 o número de biografias publicadas, muitas delas com retratos do respectivo biografado e todas com apresentação de uma bibliografia de referência. Constitui um elemento de referência para quem queira estudar a Química europeia (e não só!). Não se esconde que a tradução para Português dessas biografias é um dos sonhos de quem escreve estas linhas, tanto quanto o viajar no Transsiberiano ou o descer do Danúbio. Ou...
[4] Infere-se assim, deste prefácio, que a primeira edição da referida obra tinha apenas dois volumes, quando a segunda, como acima se indicou, tem três.
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Na papelaria (verídica, mas com alguns anos)
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU3fmjZ_7vRUdWnofKW_RZTECwfYru5TeeQyHizdcdfMZs5oCnCkLDuLoWMqZvgoJS1IUe09nXyYkpsCtbP5btmng1LUBsaTW_FVZW9O11Ef437pcN6c7TpQ5bKNYyamA1lwC9/s400/BLOG+Formato+A4.png)
O Cliente (eu): - Queria um bloco de folhas A4 quadriculadas...
A Empregada: - A5?
O Cliente: - Não, A4!
A Empregada: - O Senhor está enganado, o que o Senhor quer é um bloco A5!
O Cliente (já impaciente): - Não, Menina, quero um bloco de folhas A4 quadriculadas!
A Empregada: - Pois é! A5!
O Cliente (soprando fundo!): - Como A5?
A Empregada (com ar doutoral): - Folhas pautadas são A4, quadriculadas são A5!
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A tempo 2 : Houve testemunhas!
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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Sim, certamente
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domingo, 11 de fevereiro de 2007
Premeditação (2) ou ainda "Um Regresso ao tema do Danúbio (4)"
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTNK7sNn0sgtAnhxstgYxdCg16tSniMYReHM01mun20AvGOMX5otLdfdWIv3uD_8fqBgkpbF1wkb8UmcjvAyDO7LWLNUP-fP55znCnBxSWeTK9EXvx5mxRNLtAg9kP4VlMauLh/s400/BLOG+Magris+Danubio.jpg)
Referi já na postagem de 28 de Janeiro último como comprei por tuta e meia o que para mim foi (ou está a ser)uma agradável surpresa. Refiro-me à obra do italiano Claudio Magris, " Danúbio", editada entre nós pela D.Quixote como nº106 da colecção "Ficção Universal" e galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura em 2004.
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Pois eis que a encontro, a dita obra e em exemplares múltiplos mas com o mesmo preço de saldo, na Feira de "Fundos de Edição" que a Caminho-Difusão está a promover em Lisboa, no espaço subterrâneo entre o Centro Vasco da Gama e o calatraviano corredor da Estação do Oriente [1].
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Isto leva-me a um especial desafio!
Comprarei três exemplares e vou remetê-los, em envelope verde e com cópia desta postagem, a três amigos/as escolhidos/as. Poderão não ser (geografica ou ideologicamente) os mais próximos, não serão certamente os que, de tão ocupados, nem têm tempo para me "passar cartão" (o que não afastou da grelha de escolha aqueles que, em hiatos bilaterais de contacto, comigo não falam de há muito), nem serão necessariamente os mais óbvios ou actualmente os mais previsíveis - de entre todos os que entendo possam fruir de uma tão inesperada oferta [2]. Num critério pragmático seleccionei os que dela possam tirar algum valor, actual ou futuro [3], contrariando de longe o baixo preço [4], e que com ela fiquem tão surpreendidos quanto eu &, posto isto, amanhã farei seguir tudo.
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Para quem queira pessoalmente encontrar a obra também faço saber por onde ela actualmente para. Identificado geograficamente o local e cuidando que nele se não perca por entre os montões de livros, direi que se dirija para a saída (ou, apud Heraclito, entrada) sul, à direita de quem sai, junto à caixa ... isto se se não operarem entretanto mudanças no recinto ou se a mercadoria se não esgotar (o que não creio possa suceder ). Seja dito, para tranquilidade de todos em geral e do fisco em particular, que não aufiro qualquer comissão por eventual aquisição ou por viagem que possa resultar destas indicações.
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Deixo aos destinatários a curiosidade de adivinhar quem são os outros recipientes deste euroqualquer coisa muito pessoal e bastante de "sueca a feijões", como diria o Camilo nas "Noites de Lamego". Mas como o mundo é pequeno e citando agora não o Camilo mas o Montaigne no seu "les bons esprits se rencontrent" admito mesmo que alguns, de mais cercanos, possam mutuamente achar-se - e graça teria que fosse rio-abaixo ou a combinarem isso! E, supremo gozo do responsável pela montagem deste "sketch", nem o número desses destinatários é certo. Eu, acima, disse "três" (que "é a conta que Deus fez") - mas admito não ter sido verdadeiro, quer para o lado que naturalmente se fecha no conjunto-vazio, quer para o outro, que tem fim por humano esgotamento antes de nunca o ter. E a verdade, neste mundo, ou é meia-mentira ou é tida como tal!
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Boa-noite!
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Notas a propósito:
[2] O que, de imediato, exclui familiares e conviventes no universo profissional. Esses ou terão acesso ao que já existe ou tratarei aparte, como bem entender. Exclui-se formalmente todo e qualquer objectivo valentiniano.
[3] Valor que pode ser obtido meditando nos valores europeus desta via fluvial que hoje já é praticamente "toda UE" ou, mellhor ainda, preparando-se mesmo para, um dia, decidirem descê-la, como eu ainda sonho poder fazer (com o Magris de um lado e a obra de Granville Baker, de 1911, do outro, só para comparar!). Mas, muito para além das solenidades de Viena ou Budapeste i.e. visitando as lendas, recantos e histórias (e adegas) das pequenas povoações de cada margem, está bem?
[4] Admito que haja quem me chame "pão-duro" face a este índice quantitativo... mas o mercado é como é e nele ainda é válido o enunciado sertanejo da lei da oferta e da procura que simplesmente nos diz "Compadre: se eu não precurei nada, como poderei ofertar cousa alguma?". Por outro lado validar-se-á um outro aforismo corrente mas muitas vezes esquecido neste universo de pomposos: "Os livros não se avaliam pela encadernação". O mesmo se deveria dizer do bicho-homem.
sábado, 10 de fevereiro de 2007
Um texto de Mário Henrique Leiria (1923-1980)
Exageros
- Estes jornalistas! Passam a vida a inventar coisas, é o que te digo. Então não afirmam que, no Sardoal, foi encontrado um frango com três pernas! Vê lá tu! É preciso ter descaramento.
Ajeitou-se melhor no sofá e, realmente indignado, coçou a tromba com a pata do meio.
in "Novos Contos do Gin"
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Premeditação
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É o que eu levo hoje. Contem comigo...
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Yeats / Bradbury: Os Frutos Dourados do Sol
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W. B Yeats (William Buttler Yeats; 1865-1939) deixou-nos a magnífica estrofe que seguidamente transcrevo do seu poema "The Song of Wandering Angus":
I will find out where she has gone
And kiss her lips and take her hands;
And walk among the dappled grass,
And pluck till time and times are done
The silver apples of the moon,
The golden apples of the sun.
Ray Bradbury usou o último destes versos como inspiração e título para um dos seus livros de contos, publicado pela primeira vez em 1953.
Gosto destes versos e daqueles contos. E também da imagem que completaria a beleza de tais palavras e que não retomo aqui, mas que deixo à minha imaginação (e à imaginação de quem as leia) para que a configure segundo o sabor e a brisa do momento!
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
E se o tempo começasse a andar para trás...
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYpZfJYY6_ExR-NAGkE8X70rlxezLBViZtPnlNhMGpPLoCzPglvndZomx6N0UDy7oucKku20_G-DEme8WD0JOGlMiCX-_uwd5MNa8xagCSR2qn6PrgI8qRBdJPm1TNWaACOf5M/s400/BLOG+Bordalo+aborto.gif)
Ah, Bordallo Raphael, como tu sabias bem (e assaz "incomodantemente") caricaturar o terreno que pisavas e que tanto ainda pisamos - ou em que nos tentam pisar!...
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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Porque você merece
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Partindo do merecimento do consumo, Perez Metelo faz uma história recente da sua atractividade floreada para concluir, como raros cronistas têm feito, que tal merecimento, ou, melhor ainda, que tal justamente desejado direito ao consumo traz consigo um pressuposto indestacável que corresponde à outra face da mesma moeda e que é a produção de valor em termos de produção. E isto é essencial: consumo sem correspondente produção, em termos de valores, só pode existir com recurso ao endividamento - e temos aqui a equação danada do que efectivamente nos preocupa.
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Caberia agora debater aqui porque não produzimos no desejado valor. Muitas, repartidas e diversificadas responsabilidades existem e um dos favoritos desencontros, que a nada conduzem, persiste na habitual tendência de procurar varrer a responsabilidade para debaixo do tapete do vizinho, assobiando para o ar e reclamando-se de eterno injustiçado. A questão é simples e encerra-se na simplicidade do balanço apresentado na crónica da TSF. Pode ser complexo o dar a volta ao texto, mas a verdade é que tem de se dar e o que hoje não se faça vai ter amanhã custo acrescido.
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Claro é que o esforço a que nós todos já estamos sujeitos e ainda mais tempo sujeitos estaremos não pode redundar em máquina frigorífica i.e. absorver trabalho para tornar mais quente a fonte quente e mais fria a fonte fria... ou seja para mais alargar o fosso de riqueza na sociedade em que vivemos - sem no entanto apagar uma dinâmica interna que representa a própria vitalidade económica. O esbater sucessivo de fronteiras deve ser entendido como uma exigência permanente de valorização própria. Não haverá riqueza sem produção. Em parte alguma.
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Leia-se Perez Metelo, na sua crónica de hoje, e entenda-se isso. Raros o dizem de forma tão clara e tão inquietadora. Mas de nada não vale, a menos de transitória anestesia, cobrir a cabeça com a areia ou olhar o sol pela peneira (ou "as peneiras") de cada um e de todos nós.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
domingo, 4 de fevereiro de 2007
O referendo (e, em nota, o telemóvel...)
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A minha posição quanto ao referendo é clara:
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2º Votar em consciência e respeitar a consciência (e o voto) dos outros. Assistimos recentemente à repetição de verdadeiras vergonhas por parte de pessoas e instituições que de há muito deveriam ter juízo mas que, seja quais forem os resultados, colherão os frutos das plantas que semearam - nem que seja no descrédito que assumem. O tempo não para.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoEpgXvLk9V0pj4SpW75WoZJ1W2q16Z9R7qA44RHs2Txpf3QOv7iF7ukEBgnW9gOE3crXasNy5nQLOTEb45mff3KVLs6hpBDFRfumJSBvAoFcM7aGGxEEzMr57miXJVCKQkNxU/s400/BLOG+Sim.gif)
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sábado, 3 de fevereiro de 2007
David, Golias, os Filisteus ... e o incêndio de Roma
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBSyhQDMYEWdi0bQVUoUR5dhIeEOGrJGefE0pmOEpp6iDVshyBPvwukjWIm2xslDcj7MJKYUb0h1qIMTC8A23HOurWQUV0NGV92qyK3x6UvjU986i2yLgNgYFehNZifll2UOtO/s400/BLOG+David+%26+Golias.jpg)
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Vide, a propósito http://www.zbp.univie.ac.at/gj/goliath/bibliografia.htm
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Outra cena interessante, mas não bíblica, que o CH algures trouxe, foi a do incêndio de Roma. Pensa saber-se que Nero o acendeu para o poder cantar, certamente por não ter perguntado a Petrónio, numa rara oportunidade de franqueza, como o poderia antecipar em texto sem necessidade de ir tão determinadamente a esturro - e tudo isto porque, naquele tempo, ainda permaneciam insonhados os adequados meios para se poder exprimir (outros diriam, "espremer") em blogue ou mesmo em qualquer forma de comunicação social.
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É capaz também de ter tido maus conselheiros ou oportunistas. Abundam sempre.
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
Fevereiro: Violetas
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A moda das tranças pretas
Música: Ginguinhas
Como era linda com seu ar namoradeiro
'Té lhe chamavam "menina das tranças pretas",
Pelo Chiado passeava o dia inteiro,
Apregoando raminhos de violetas.E as raparigas d'alta roda que passavam
Ficavam tristes a pensar no seu cabelo,
Quando ela olhava, com vergonha, disfarçavam
E pouco a pouco todas deixaram crescê-lo.
Passaram dias e as meninas do Chiado
Usavam tranças enfeitadas com violetas,
Todas gostavam do seu novo penteado,
E assim nasceu a moda das tranças pretas.
Da violeteira já ninguém hoje tem esperanças,
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Deixou saudades, foi-se embora e à tardinha
Está o Chiado carregado de mil tranças
Mas tranças pretas ninguém tem como ela as tinha.