terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Salve o 28 de Setembro!
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De muitas efemérides que se possam registar neste dia, uma certamente se destaca: a fundação do Foot-ball Club do Porto [FCP] a 28 de Setembro de 1893 (i.e. há 115 anos!) pelo jovem comerciante de vinho do Porto António Nicolau de Almeida, que regressara de Inglaterra entusiasmado com a nascente modalidade desportiva que aí lhe fora dado conhecer, onze de um lado e onze de outro, pontapeando preferencialmente um esférico.
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[1] apud "Portal dos Dragões", http://www.fcporto.ws/index2.html, portal não oficial sobre o FCP
sábado, 27 de setembro de 2008
Meteorologia histórica
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[1] Como já em 1968 havia quem, vendo de fora, fizesse a previsão meteorológica correcta. E não foi totobola à segunda-feira. Vd. postagem de 14 de Julho de 2008 neste blog
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
A onda mexicana ("La Ola")
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Todos a conhecem. Inclusive deu já origem a estudos de cariz científico como por exemplo: I. Farkas, D. Helbing, T. Vicsek, Mexican waves in an excitable medium, Nature 419, 131-132 (2002). Ignoro se teria sido praticada nos circos romanos ou mesmo antes, mas a verdade é que há notícias dela em Espanha, na transição dos secs. XVIII a XIX. E com o nome e o comportamento colectivo já muito aproximados do actual. Diz a obra de Pio Zabala y Lera, "La España Bajo los Borbones", editada em Barcelona pela Editorial Labor em 1926, na página 144, ao descrever o madrileno "Teatro de la Cruz": "Por su parte, el teatro de la Cruz consevaba, al decir de Alcalá Galiano, su fealdad vetusta. Su patio espaciosísimo, «cuando estaba lleno, causaba a la vista y al oído un efecto por demás desagradable, viéndose en el lo llamado con propriedad oleadas, porque la gente empujándose imitaba el movimiento del mar, y aun podía mirarse como remedo de sus bramidos la gritería, que era consequencia de atropellarse y estrujarse de los concurrentes, en un lugar, así como de diversión, de tormento»."
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[§] cortesia a http://www.psu.edu.sa/worldcuptour-2006/Hamburg-Stadium.html
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terça-feira, 23 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
Do mundo da boneca e do mundo da porrada...
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"Uma pobre rapariguinha espancada pela patroa
No banco do Hospital da Misericórdia esteve ontem à noite a receber tratamento a serviçal Maria Lucinda da Conceição Nunes, de 9 [nove, pasme-se!] anos, da rua de Miragaia, que foi espancada pela patroa ficando ferida na cabeça. Depois de socorrida pelo pessoal de serviço naquele estabelecimento, recolheu a casa."
Imagem:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Georges_Lemmen_Girl_with_doll.jpg
sábado, 20 de setembro de 2008
Apresentação, a 28 de Junho último, do album de BD "O Futuro Tem 100 Anos", no âmbito da comemoração do Centenário das Fábricas da CUF no Barreiro
Porque esse texto, de qualquer forma, ficaria esquecido e não enjeitando as acusações de exagerado culto de personalidade que algumas almas (não qualifico almas) me dirigem, lambuzei-me com a sugestão - e o texto aí vai. Ponho em itálico, para o distinguir do anterior, mas, também como no anterior, não garanto que o tenha dito com os mesmos pontos e vírgulas que aqui se mostram - obviamente que sempre sem prejuízo do essencial:
"
Senhoras e Senhores,
Dentro do programa da comemoração do centenário das fábricas da Companhia União Fabril no Barreiro, em cuja Comissão participam a Câmara Municipal do Barreiro, a CUF – Companhia União Fabril, SGPS, S.A. e a Quimiparque – Parques Empresariais, S.A., considerou-se o interesse de produzir uma narrativa que, dentro de uma apresentação moderna e atractiva que validamente se reconhece como uma forma de Arte – de que eu sou, aliás, entusiasta – e que é a Banda Desenhada, pudesse contar como as Fábricas nasceram e cresceram e como definitivamente marcaram a terra que – como todas as terras industriais - terá muitos por nascimento e muitos outros por adopção, sem que deixe de ser de ambos.
Jorge Mateus, em Desenho, e Luís Rainha, em Texto, bem como a Editorial Bizâncio Limitada, aceitaram o desafio e contribuíram com a obra que hoje é apresentada e cujo conteúdo histórico se insere numa ilustração e enredo modernos, este obviamente ficcionado, por forma a conduzir facilmente o leitor ao conhecimento do acontecido há um século e dos seus intervenientes. Expandindo a história barreirense dentro de uma modalidade de culto e da temática industrial, esta obra igualmente irá falar sobre nós, levando a efeméride que se comemora a audiências externas ao Barreiro e seus limites.
Não poderia faltar a presença desenvolvida do fundador, Alfredo da Silva, da sua capacidade realizadora e do seu próprio e assumido papel de lutador, nem uma referência ao homem que este foi buscar a França para projectar as fábricas aqui construídas, Auguste Stinville, nem, sobretudo, o fundamental papel dos trabalhadores fabris barreirenses – presença por demais essencial na construção da obra que foi a CUF e que permanece e nela permanecem como um símbolo ímpar na história dum país de tradição industrial limitada. Não se omitiram as aspirações e lutas que marcaram o Barreiro como sede ímpar de uma dinâmica social muito própria nem tampouco se deixaram de citar as características e manifestações do paternalismo industrial que, mantendo-se sempre controverso em apreciações actuais, trouxe ao Barreiro um perfil inédito e trouxe também as razões que determinaram que as pessoas aqui viessem e aqui se instalassem e nomeadamente aqui lutassem e optassem pela insígnia barreirense já que aqui podiam encontrar, afinal, aquilo que não tinham nas suas terras de origem. E porque aqui podiam de facto estabelecer, em cultura e consciencialização, os primeiros degraus da sociedade melhor que desejavam construir.
É para poder lembrar toda essa saga que esta obra também existe e é apresentada, como existiram as primeiras realizações já concretizadas das comemorações do Centenário das Fábricas da CUF no Barreiro e como existirá a exposição comemorativa e o colóquio internacional que as prosseguirão, em Setembro e Outubro p.f., incluindo a projecção dos filmes restaurados e que também fazem parte do património e da memória nossa Terra e a emissão filatélica que igualmente falará do Barreiro lá fora.
Pessoalmente quero saudar as restantes comemorações ou realizações que, a título partidário ou associativo ou memo privado tiveram ou terão lugar no Barreiro a propósito do centenário que se comemora. Carreando e expondo pontos de vista próprios sobre uma realidade histórica concreta, traduzem sobretudo duas componentes essenciais da vida barreirense e que nela se querem ver mantidas: a diversidade de opiniões e a liberdade para as exprimir, repudiando eu certamente a visão dogmática e mesmo confessional dos que se arrogam o direito de afirmar que “há muitas maneiras de contar a história, mas só há uma verdadeira”.
Saúdo finalmente os que acolheram o desafio de realizar a obra que hoje se apresenta – e dirijo a mesma saudação ao segmento específico a que ela mais se destina, com realce para a juventude a que cabe receber, viver e transmitir a memória duma terra que é sua – tendo como certa uma frase que em 2005 ouvi no Alentejo , concretamente em Aljustrel, e que pguardei para sempre citar: “construir o futuro apagando o passado não é futuro”.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Apresentação do album "A Fábrica" nas comemorações do Centenário das Fábricas da CUF no Barreiro
Dada a extensão previsível da sessão permitam-me que, em bloco, considere reunidas e formalizadas as saudações protocolares, pela lista e sequência que protocolarmente as ordenam.
Como aqui foi já lembrado, hoje, 19 de Setembro, decorrem exactamente 100 anos sobre o início da produção nas fábricas da CUF no Barreiro. Início que teve lugar numa instalação de produção de óleos vegetais. É nesta efeméride que, depois das palavras que ouvimos ler e que constituem a mensagem inicial da Comissão [das Comemorações], me cabe a honrosa tarefa e a preocupante responsabilidade de apresentar o álbum comemorativo do Centenário das Fábricas da CUF no Barreiro. Leva este, como título, a significativa designação que todos nós lhes atribuíamos e que era, pura e simplesmente, “A Fábrica”. De facto “A Fábrica”, nome comum, entendia-se, no Barreiro, como substantivo colectivo.
E esses autores vivem em cada página e em cada imagem, reflectem-se nas gentes que nelas se descobrem ou estão prontos a tomar forma humana junto das máquinas e dos cenários de trabalho aqui representados.
Na realidade os autores deste álbum são todos os que n’A FÁBRICA deram o seu trabalho e A FÁBRICA é o cenário que colectivamente os acolheu, em tantas histórias de vida que mereceriam destacado registo, vividas de um lado e de outro das relações de trabalho.
Porque muitos de nós, que aqui estão e lá estiveram, estamos todos ali. Vislumbramo-nos, ou vislumbramos os que nos antecederam, na localização parcelar de cada espaço nas fotografias aéreas que cobrem a grandeza do complexo fabril e que preenchem as guardas desta obra. O “era ali que eu trabalhava”, tem lugar nesse amplo espaço.
Somos todos, assim, os autores da história que o álbum nos conta.
Não recusamos que algumas fotografias representativas poderão mesmo ter ficado de fora, por não estarem inseridas neste conjunto.
Mas, nesta escolha, procurou tocar-se o essencial – já que há outras fotografias, muitas outras fotografias e - certamente para o Barreiro - não se limitam aos arquivos da Quimiparque ou da CUF.
Cuidar da preservação dessa memória e prosseguir o processo de recolha, inventariação, sistematização, digitalização, identificação e legendagem dum acervo riquíssimo de fotografia industrial é uma tarefa ingente de que o Barreiro deve tomar consciência.
Como deve também o Barreiro recordar os nomes dos que o marcaram no mapa através dessa arte.Muito justamente editou a CUF, há anos, um álbum dedicado à obra de Augusto Cabrita. Teve excelente recepção. Deixa-nos isso antever que outros álbuns monográficos possam surgir um dia, dedicados à obra de outros fotógrafos barreirenses – e numa lista não exaustiva - porque limitada a alguns dos que n’A FÁBRICA trabalharam - ouso evocar aqui os nomes de Chagas dos Santos, Harrington Sena, e Norberto da Costa e Silva.
Logo após o intróito aqui lido, vem – no álbum - uma introdução escrita que procura identificar as ideias mestras que conduziram Alfredo da Silva a edificar, no Barreiro, a sua indústria químico-adubeira. Essas ideias mestras e a forma como foram passadas à realidade estiveram na base da relevância e sobrevivência desta indústria barreirense durante decénios, até que a crise que assolou os grandes centros industriais europeus igualmente aqui se reflectiu, nas suas três componentes: ínsita, exportada e importada.
E, no entanto, as ideias mestras de construção do complexo reduzem-se a alguns princípios de simples aplicação que, no texto apreciados e de que destacamos:
• a dimensão e a capacidade de concorrer,
• a integração dos fabricos, incluindo a instalação de actividades complementares e de serviços de apoio,
• a utilização privilegiada de recursos nacionais,
• a colheita dos benefícios resultantes de uma localização estratégica e
• a criação de emprego complementada com uma preocupação social e uma continuada formação profissional que, pese embora qualquer visão detractora do paternalismo industrial, que se sabe existir, foi inédita e exemplar e assinala a história da Companhia e dos que nela trabalharam.
Pareceu também útil reservar, mais adiante, alguma extensão de texto para tecer breves considerações sobre as matérias primas e materiais de construção no período inicial do empreendimento.
A enumeração das matérias-primas é óbvia e decorre do que foi exposto quanto às linhas mestras. Por seu lado, a preocupação pelos materiais é importante para explicar como eram construídas na interface dos secs XIX e XX unidades químicas de dimensão considerável, em que – sem o domínio das soluções actuais – havia que proteger da corrosão e da abrasão, tão agressivas então como agora.
Outras pequenas peças escritas, estas muito sucintas, apresentam cada um dos grandes grupos de actividades a que as imagens se referem.
Deu-se pois prioridade à parte gráfica, ao domínio e à força da imagem.
Estas são essenciais, para que imagens e legendas se complementem como que a contar uma história ilustrada.
Gostaria de colocar aqui uma especial saudação – outra virá mais adiante – ao Sr. Luís Alves, responsável da Editorial Bizâncio, pela afanosa tarefa de não deixar os coordenadores derivar para uma conversa estritamente técnica, que dificultasse a compreensão dessa história por leitores menos acostumados ao chão da oficina ou que não tenham sido tocados por gases sulfurosos ou pelo pó da pirite. Congratulo-me com esse exercício, que em meu entender resultou numa útil moderação para os coordenadores e num acrescido interesse para a obra global.
Um primeiro conjunto traz material inédito, ao reproduzir o álbum histórico da construção de 1907-1908.
Confirma-se, com esse álbum, que Auguste Lucien Stinville - era este o nome conhecido do engenheiro francês que Alfredo da Silva contratou para projectar e construir as Fábricas do Barreiro – tinha por hábito promover uma cobertura fotográfica das suas principais obras. Folheei, em França, o também excelente álbum que mostra a sua intervenção no anel de gás de cidade da região parisiense e encontra-se aqui, actualmente recolhido no arquivo da Quimiparque, o álbum de construção das fábricas do Barreiro, de 1907-1908.
São fotografias excepcionais, em qualidade e em descrição, que não só demonstram materiais e métodos construtivos então usados, aliás muito idênticos aos de outras fábricas construídas por aquele engenheiro em França, mas que também descrevem processos industriais que, hoje em desuso, – eram da melhor prática conhecida ao tempo da construção,.
Uma curiosidade dessa colecção é que o engenheiro residente francês, Pellet de seu nome, fez-se presente na grande maioria das fotografias pelo que este capítulo do álbum, para além do seu valor histórico, permite um interessante exercício de “onde está o Wally?” no ambiente industrial representado.
Este conjunto histórico conclui com duas páginas de fotografias de momentos especiais do complexo industrial, com a presença da “figura mítica do patrão” – expressão esta de insuspeita origem. Colocamos dignamente Alfredo da Silva dentro da obra que idealizou, e, numa delas, com os colaboradores, portugueses e franceses que directamente intervieram, no terreno, para a construção da obra. Esta fotografia tem uma postura e uma localização muito dignas, como se entende que devam ser dignas as posturas e localizações dedicadas aos fundadores.
Duas pequenas fotografias da época, trazidas de um álbum familiar, mostram o já referido Stinville como era quando negociou com Alfredo da Silva a prestação dos seus serviços e veio ao Barreiro pela primeira vez – mostrando-o muito mais novo do que até aqui dele se conhecia.
É nesta perspectiva também que deve ser encontrado o poder multiplicativo induzido pelo Barreiro, como pólo primeiro, nas actividades industriais do Grupo e avaliada a sua desmobilização industrial, colocando, no outro prato da balança, o volume de emprego consolidado pelas actividades que daqui saíram e pelas actividades – outras – que aqui se instalaram.
Inspiração de exemplos e causa de emulação positiva, dela mais uma vez, ressalta a velha afirmação de que as árvores se avaliam pelos frutos que produzem.
Antes porém de concluir, quero agradecer á Editorial Bizâncio, na presença do seu sócio-gerente Sr. Luís Alves, o ter aceite o desafio e inserido este album nas suas iniciativas editoriais. Destaco ainda o cuidado trabalho dos restantes que nela colaboraram, seja na concepção gráfica, seja na revisão, seja na esmerada impressão e acabamento que apresenta.
Igualmente agradeço aos Correios [na pessoa do seu Vice-Presidente] a atenção que a presente efeméride aos CTT mereceu, através da emissão de uma colecção de selos e de um belíssimo bloco, que vêm colocar o Barreiro no vasto e culto panorama filatélico mundial.
A esses, em nome dos coordenadores, também agradeço, com um forte abraço. E a esses – e aos familiares desses – recordo, em nome das história de vida que possam testemunhar, em nome da história do Barreiro que nos junta, o interesse de não dispersarem os ricos registos pessoais e familiares que possam existir e que contém parte importante de toda essa experiência, permitindo completar e certamente valorizar a obra que mostra aqui e agora, na data do arranque em 1908 da primeira unidade fabril , o mérito indiscutível de uma comemoração centenária.
Reitero, lá como aqui, o meu entendimento de que as realizações industriais se mantém como elementos essenciais à sociedade, tendo por certo que não há riqueza sem o aumento da utilidade das coisas que a produção permite.
No particular, no que toca ao Barreiro que celebramos e ao Barreiro em que vivemos, certamente se regista quanto na fisionomia da cidade está a mudar.
Mas, como na simbólica evocação da fonte por Pavese – ao dizer que a frase “aqui era uma fonte” nos iria um dia comover – considero que a simples frase “aqui houve A FÁBRICA, aquel’A FÁBRICA”, e a visão das imagens que dela ficaram, como as deste álbum, irão certamente falar e comover as gerações vindouras.
Disse.”
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NOTA: Não se exclui que possam existir ligeiras diferenças entre o texto aqui transcrito e as palavras no acto pronunciadas, sendo certo que – a existirem – não alterarão substancialmente o conteúdo e propósito da intervenção.
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quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Um pequeno fragmento de uma obra menos conhecida [1]
(tradução livre do bloguista)
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quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Recusa
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Dará Deus dentes a quem não tem nozes?
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estomatológica
em todas as escolas do país: ; :
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Realismo jurídico
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Mais faz a lei quem a aplica que quem a escreve. [3]
[1] Apud www.artbible.info
[2] 15/9/2005 e 8/3/2007, pelo menos
[3] Numa versão mais extremada: "Quem faz a lei é quem a aplica"
domingo, 14 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
Norma de infiltração
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[1] Não citação, mas reflexão. Em como encontrar palavras para práticas observadas.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Esboceto
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segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Regras para colocação em filas de n lugares nos catamarãs do Barreiro (com n > 3) [1]
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Já que se está em maré de transporte fluvial, aí vão as regras:
II. O passageiro B tomará o outro lugar extremo da mesma fila e colocará a sua tralha no lugar interior imediatamente adjacente.
III. O passageiro C, após entrar, procurará um lugar extremo livre em qualquer outra fila para, por sua vez, assumir a situação I ou II aplicada a essa fila.
IV. Não o conseguindo, o passageiro C olhará atentamente os lugares vazios no interior da fila onde se situam A e B (ou qualquer outra fila nas mesmas condições).
VII. O interpelado A (ou B) dará passagem a C demonstrando má catadura e manifesto e sofrido incómodo por essa indesejada solicitação.
VIII. Além disso, se o interpelado A (ou B) estiver à espera de qualquer membro de uma tertúlia habitual naquele barco, àquela hora para o sentar naquela fila ou se tiver de mexer nos seus trambolhos e alfaias para que C se acomode deverá audivelmente rosnar.
IX. Finalmente C acomodar-se-á, com as suas próprias tralhas.
X. No fim da viagem, se C pretender sair antes de A ou B qualquer destes poderá tomar duas atitudes: ou repetir as situações V e VII, agora no sentido inverso, ou, em alternativa, dizer a C a frase desnecessária "eu também vou sair aqui" [3] e levantar-se, frustrando a tentativa de saída antecipada de C; em qualquer das situações um rosnar ainda mais nítidamente audível por parte do interpelado A ou B é um complemento indicado, podendo C também (e finalmente) rosnar qualquer coisa nesta X estação.
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[2] "Rabo do olho" = frase idiomática portuguesa que significa "sem dar nas vistas, disfarçadamente"; não goza da propriedade comutativa.
[3] Como se pudesse sair a meio do rio ou ficar no barco após o fim da viagem e esvaziamento do mesmo.
Imagem: cortesia a www.sitco.in
domingo, 7 de setembro de 2008
Recordando um folheto da CP - Via Fluvial
Arrumando papeis velhos, surge-me isto. Seguindo um mau hábito nacional, não tem data - mas atendendo às estatísticas apresentadas deve referir-se a 1990 ou 1991 . As únicas características que nele se encontram estão quase ilegíveis na aba da contra-capa, preto sobre azul, dizendo:
- Design Gráfico - Design / CP
- Impressão - Fergráfica - artes gráficas, lda
sábado, 6 de setembro de 2008
Pre-aviso quanto ao colóquio de encerramento do Centenário das Fábricas da CUF no Barreiro (1908-2008) - 8, 9 e10 de Outubro p.f.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Interlúdio (recordam-se?) [postagem provisoriamente provisória]
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Para não mais desactualizar o presente blog decidiu-se adoptar um critério que, de há muito, deveria ter sido usado e que aliás já teve precedente: prosseguir a edição de postagens actualizadas e fazer a adição gradual dos rascunhos guardados, uma vez completados com as respectivas fotografias.
É o que se fará a partir deste momento.
Actualização: Esta postagem era para ser retirada quando os textos editados tivessem atingido este ponto. Decidi porém mant~e-la como reserva, para eventuais utilizações futuras. 080907,
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[1] Com devida vénia a www.macalester.edu/
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Quando a clepsidra se torna hidra
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Das greves de transportadoras
Não se põe minimamente em causa o direito à greve, afirmado como direito. Mas quando uma greve ocorre num prestador de serviços à comunidade deve-se então entender que o conflito, ultrapassando a bilateralidade, afecta igualmente a pluralidade dos utentes e que, por isso, deve ser destes conhecida com a devida informação atempada e completa. A simples afixação prévia da notícia por datas não chega: é útil o conhecimento público das suas motivações e objectivos - para que os habitantes do terceiro vértice do triângulo, que são os utentes e pagantes, possam fazer sobre esse movimento social um adequado juízo de valor.
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terça-feira, 2 de setembro de 2008
A reparação
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Chego ao País e encontro-o atento à indemnização judicialmente atribuída a um jovem e promissor político mantido em prisão preventiva após ser constituído arguido num processo a que foi trazido em circunstâncias questionáveis, teatrais e mediaticamente difundidas, para gaúdio de alguma gentinha. A actual decisão, sendo justa, traduz-se uma reparação mínima pela gravidade da lesão sofrida que constituiu um verdadeiro atentado à personalidade do atingido e quase procedeu à degola de uma carreira política de grande potencial ao reflectir-se na área do crime sexual grave - sabendo-se quão apetecível essa área se torna para o "diz-se diz-se" e o "aponta-dedo" numa sociedade hipocritamente moralista como a nossa.
Congratulo-me pois com a decisão, que demonstra a capacidade democrática de, pela Justiça, dever a Justiça corrigir os seus erros - sendo certo que uma decisão errada nunca é inteiramente recuperável e que a indemnização pecuniária é uma forma imperfeita de tentar confortar o sofrimento, apagar o estigma e atribuir reversibilidade a algo que é irreversível e que é o tempo de uma vida [1].
Anuncia-se que o MP vai recorrer da decisão: tal atitude não me espanta nem dela tiro quaisquer ilações, porque tecnicamente isso lhe cabe.
Recorda-se que, ainda neste caso, foram arquivados os procedimentos judiciais contra os presumíveis caluniadores e que não se encontrou, igualmente, razão para mais investigar a eventual existência de uma vasta cabala que procuraria atingir toda uma cúpula partidária. Será interessante saber se há público acesso às diligências, investigatórias ou decisórias, em que tais arquivamentos se fundamentaram - já que não há dúvida que os factos denunciados tiveram impacto e consequências na sociedade portuguesa.
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[1] É igualmente de prever o aparecimento de um coro de comentários, alguns nominados e muitos anónimos ou com nome suposto, que pretendam diminuir ou "parcializar" a decisão, apontando-a como um efeito na Justiça de factores a esta externos. Tal atitude, essa sim "parcializada" e também boçal, mais demonstra quão graves são os efeitos do erro judicial e quão incompletamente ressarcíveis acabam por ser os seus danos.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Setembro, nas "Les Très Riches Heures du Duc de Berry"
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